|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUCA KFOURI
Viva o assistente!
Num jogo de muitos heróis e
vilões, o bandeirinha foi o
maior personagem da vitória
botafoguense no Morumbi.
Válter José dos Reis fez tudo
como manda o figurino. Em
dúvida, mandou seguir a jogada, deu ao gol uma chance.
O botafoguense Zé Carlos
estava 76 centímetros impedido? Estava, provou o computador. Mas como ver com os
olhos que a terra comerá?
O tricolor França estava 85
centímetros em posição legal?
Estava, provou o computador.
Mas como ver?
Nos dois casos, o assistente
da Federação Paulista agiu
como a Fifa determina. E merece os parabéns. E tomara
que faça escola no Brasil.
Arbitragem à parte, o Botafogo completou sua ronda
paulista. Ganhou do Corinthians, do Palmeiras, empatou com o Santos e venceu
também o São Paulo em terras bandeirantes.
E mostrou ser o mais gaúcho
dos times cariocas, muito bem
organizado por Gílson Nunes
-outro assistente que receberá mil parabéns, se vier mesmo a ser anunciado hoje como
auxiliar de Zagallo.
Mesmo sem Bebeto, abatido
pela feijoada misteriosa, como se o porco tivesse dado um
pezinho ao São Paulo, o alvinegro não desistiu nem quando a derrota parecia inevitável. E, como sem sorte não se
chupa nem um picolé, o porco
da feijoada, ainda irritado
com a arbitragem de Paulo
César Oliveira em Campinas,
era amigo sim, mas da onça.
Ou da Estrela Solitária.
Porque, sem Bebeto para bater faltas, Sérgio Manoel e Jorge Luiz fizeram as cobranças
que puseram o Botafogo com
as mãos na taça.
Já o São Paulo de Nelsinho
(ou seria de Dario Pereyra?)
teve um comportamento muito irregular diante de seus 40
mil torcedores.
Rogério andou mal no segundo e no terceiro gols botafoguenses, como Wágner fôra
no primeiro do São Paulo; o
lateral Zé Carlos esteve longe
de ser o de sempre; Márcio
Santos está definitivamente
sem recuperação e a única
substituição que deu certo foi
tirar Denílson do meio de
campo e botá-lo na ponta-esquerda, que é onde, de fato,
ele é o bicho.
Porque Adriano, não sei
não. Há quem o compare a
Neto. Pode ser. Mas se Neto
tinha a centelha de gênio, a de
Adriano parece estar sempre
um milésimo atrasada.
Enfim, o resultado acabou
sendo justo em mais um belo
jogo neste Rio-São Paulo
-que merece chave de ouro
depois de amanhã no Maracanã, oxalá sem chuva.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|