São Paulo, segunda, 2 de março de 1998

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JUCA KFOURI
Viva o assistente!

Num jogo de muitos heróis e vilões, o bandeirinha foi o maior personagem da vitória botafoguense no Morumbi.
Válter José dos Reis fez tudo como manda o figurino. Em dúvida, mandou seguir a jogada, deu ao gol uma chance.
O botafoguense Zé Carlos estava 76 centímetros impedido? Estava, provou o computador. Mas como ver com os olhos que a terra comerá?
O tricolor França estava 85 centímetros em posição legal? Estava, provou o computador. Mas como ver?
Nos dois casos, o assistente da Federação Paulista agiu como a Fifa determina. E merece os parabéns. E tomara que faça escola no Brasil.
Arbitragem à parte, o Botafogo completou sua ronda paulista. Ganhou do Corinthians, do Palmeiras, empatou com o Santos e venceu também o São Paulo em terras bandeirantes.
E mostrou ser o mais gaúcho dos times cariocas, muito bem organizado por Gílson Nunes -outro assistente que receberá mil parabéns, se vier mesmo a ser anunciado hoje como auxiliar de Zagallo.
Mesmo sem Bebeto, abatido pela feijoada misteriosa, como se o porco tivesse dado um pezinho ao São Paulo, o alvinegro não desistiu nem quando a derrota parecia inevitável. E, como sem sorte não se chupa nem um picolé, o porco da feijoada, ainda irritado com a arbitragem de Paulo César Oliveira em Campinas, era amigo sim, mas da onça. Ou da Estrela Solitária.
Porque, sem Bebeto para bater faltas, Sérgio Manoel e Jorge Luiz fizeram as cobranças que puseram o Botafogo com as mãos na taça.
Já o São Paulo de Nelsinho (ou seria de Dario Pereyra?) teve um comportamento muito irregular diante de seus 40 mil torcedores.
Rogério andou mal no segundo e no terceiro gols botafoguenses, como Wágner fôra no primeiro do São Paulo; o lateral Zé Carlos esteve longe de ser o de sempre; Márcio Santos está definitivamente sem recuperação e a única substituição que deu certo foi tirar Denílson do meio de campo e botá-lo na ponta-esquerda, que é onde, de fato, ele é o bicho.
Porque Adriano, não sei não. Há quem o compare a Neto. Pode ser. Mas se Neto tinha a centelha de gênio, a de Adriano parece estar sempre um milésimo atrasada.
Enfim, o resultado acabou sendo justo em mais um belo jogo neste Rio-São Paulo -que merece chave de ouro depois de amanhã no Maracanã, oxalá sem chuva.




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