São Paulo, terça-feira, 02 de abril de 2002

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FUTEBOL

Técnico afirma que time do Morumbi precisa de "saco roxo" para reagir

Nelsinho cobra empenho para São Paulo sair da crise

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Após quatro derrotas seguidas, a comissão técnica do São Paulo diagnosticou uma falta de empenho dos jogadores e exige ""saco roxo" do time para conseguir sobreviver na Copa do Brasil e no Torneio Rio-São Paulo.
O técnico Nelsinho Baptista ainda tenta tratar do assunto internamente, mas ontem deixou transparecer sua insatisfação com a falta de esforço de alguns jogadores.
"O grupo precisa ter saco roxo para reagir", disse, sem citar nomes. ""Não vou entrar em detalhes. Mas é claro que não estamos conseguindo o mesmo rendimento que tínhamos antes, apesar de nada ter mudado. As exigências táticas continuam as mesmas", completou o treinador.
Ontem, um dia após a derrota por 3 a 1 para o Corinthians, em Presidente Prudente (SP), pelo Rio-SP, o treinador fez uma reunião de uma hora com todo o grupo, que também tem enfrentado problemas de relacionamento.
Após o encontro, Nelsinho não quis dar detalhes sobre o que foi conversado. "Falamos sobre o atual momento do time. Procuramos corrigir o que está errado."
O treinador disse a interlocutores que uma de suas principais preocupações é a falta de empenho do atacante França, que não faz gols há três partidas.
Ele deverá ter uma conversa com o atleta antes da partida de amanhã contra o Figueirense, pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, para cobrá-lo.
O São Paulo precisa vencer para prosseguir na competição. No jogo de ida, o time do Morumbi perdeu por 3 a 1.
Mesmo negando que tenha ficado abalado, o atacante tem demonstrado abatimento desde que não foi convocado para o amistoso da seleção brasileira contra a Iugoslávia, em Fortaleza.
Ao ser esquecido pelo técnico Luiz Felipe Scolari, ele passou a acreditar que não tem mais chances de disputar o Mundial-2002.
França também teria problemas de relacionamento com colegas, entre eles o meia-atacante Kaká.
De acordo com o diretor de futebol José Dias, os próprios atletas admitiram que estão em dívida com o clube. "Alguns deles me disseram que sabem que precisam produzir mais num clube que paga em dia e que dá a eles toda a estrutura", disse o dirigente.
Dias afirmou também que chegou a haver, no início do Rio-São Paulo, uma divergência em relação ao pagamento de bichos.
O clube queria pagar R$ 1.200 por vitória em duas vezes, mas os atletas exigiram receber à vista -a reivindicação foi atendida.
"Isso foi antes da série de goleadas que conseguimos, não tem nada a ver com o que acontece agora", declarou Dias.
O apoio que a diretoria tem dado ao treinador deverá acabar caso o time não se recupere até domingo, contra o Santos, o que provocaria a sua demissão.



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