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FUTEBOL
Técnico afirma que time do Morumbi precisa de "saco roxo" para reagir
Nelsinho cobra empenho
para São Paulo sair da crise
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quatro derrotas seguidas,
a comissão técnica do São Paulo
diagnosticou uma falta de empenho dos jogadores e exige ""saco
roxo" do time para conseguir sobreviver na Copa do Brasil e no
Torneio Rio-São Paulo.
O técnico Nelsinho Baptista ainda tenta tratar do assunto internamente, mas ontem deixou transparecer sua insatisfação com a falta de esforço de alguns jogadores.
"O grupo precisa ter saco roxo
para reagir", disse, sem citar nomes. ""Não vou entrar em detalhes. Mas é claro que não estamos
conseguindo o mesmo rendimento que tínhamos antes, apesar de
nada ter mudado. As exigências
táticas continuam as mesmas",
completou o treinador.
Ontem, um dia após a derrota
por 3 a 1 para o Corinthians, em
Presidente Prudente (SP), pelo
Rio-SP, o treinador fez uma reunião de uma hora com todo o grupo, que também tem enfrentado
problemas de relacionamento.
Após o encontro, Nelsinho não
quis dar detalhes sobre o que foi
conversado. "Falamos sobre o
atual momento do time. Procuramos corrigir o que está errado."
O treinador disse a interlocutores que uma de suas principais
preocupações é a falta de empenho do atacante França, que não
faz gols há três partidas.
Ele deverá ter uma conversa
com o atleta antes da partida de
amanhã contra o Figueirense, pelas oitavas-de-final da Copa do
Brasil, para cobrá-lo.
O São Paulo precisa vencer para
prosseguir na competição. No jogo de ida, o time do Morumbi
perdeu por 3 a 1.
Mesmo negando que tenha ficado abalado, o atacante tem demonstrado abatimento desde que
não foi convocado para o amistoso da seleção brasileira contra a
Iugoslávia, em Fortaleza.
Ao ser esquecido pelo técnico
Luiz Felipe Scolari, ele passou a
acreditar que não tem mais chances de disputar o Mundial-2002.
França também teria problemas
de relacionamento com colegas,
entre eles o meia-atacante Kaká.
De acordo com o diretor de futebol José Dias, os próprios atletas
admitiram que estão em dívida
com o clube. "Alguns deles me
disseram que sabem que precisam produzir mais num clube
que paga em dia e que dá a eles toda a estrutura", disse o dirigente.
Dias afirmou também que chegou a haver, no início do Rio-São
Paulo, uma divergência em relação ao pagamento de bichos.
O clube queria pagar R$ 1.200
por vitória em duas vezes, mas os
atletas exigiram receber à vista
-a reivindicação foi atendida.
"Isso foi antes da série de goleadas que conseguimos, não tem
nada a ver com o que acontece
agora", declarou Dias.
O apoio que a diretoria tem dado ao treinador deverá acabar caso o time não se recupere até domingo, contra o Santos, o que
provocaria a sua demissão.
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