São Paulo, domingo, 02 de abril de 2006

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FUTEBOL

O jogo do ano

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

O ano nem bem começou e já temos, no Brasil, o primeiro grande jogo de 2006.
Será no Morumbi, hoje, entre São Paulo e Santos.
O São Paulo é melhor, mais entrosado, mais experiente, mais afeito a decisões e mais positivo que o Santos. Por isso é o favorito, além de jogar em casa.
O Santos tem a melhor campanha, a melhor defesa, o melhor técnico e a vantagem de poder jogar pelo empate. E mais: mesmo que perca, deverá ser o campeão, no domingo que vem, na Vila Belmiro, diante da pobre Lusa.
Em regra, em campeonatos de pontos corridos, o melhor time é o campeão. A menos que, como neste Campeonato Paulista, um time seja prejudicado, como foi o São Paulo por ter começado suas férias mais tarde e tido menos tempo para a pré-temporada, motivo da perda de pontos que normalmente não perderia no começo do torneio.
Além de ser este um campeonato sui generis, porque em apenas um turno, um monstrengo que acabou dando certo.
É verdade, também, que o Santos remontou o time no decorrer do Paulista e, se chegou até aqui com a vantagem de quatro pontos, é porque fez por merecê-la.
O favoritismo tricolor não transforma o Santos em zebra, e um empate ou uma vitória santista coroará uma campanha que ninguém previa.
Nos bastidores da decisão, um rumor, forte, verossímil, dado o passado dos personagens, embora com tal cara de repetição da história que parece mesmo uma farsa: o Corinthians, não a parceira MSI, tem tudo acertado com Vanderlei Luxemburgo para assim que termine o Campeonato Paulista.
Quem espalha é Renato Duprat, atual braço direito do presidente Alberto Dualib e amigo do técnico, mas em desgraça com a MSI.
Luxemburgo nega, é claro, mas seu assessor de imprensa comenta que a proposta é de US$ 12 milhões, metade na mão, metade em um ano.
Seria a reedição do patético caso Marcelinho Carioca, com mais chances de dar certo para constranger a MSI a não ficar contra os desejos da Fiel.
O promotor público Fernando Capez, que há 11 anos não consegue um avanço na luta contra a violência das torcidas em São Paulo, filiou-se ao PSDB e quer ser deputado estadual nas próximas eleições.
Curioso é que seu sonho anterior era o de ser secretário da Segurança de um eventual governo Maluf, razão pela qual, em campanhas passadas, andou destilando fel contra um símbolo tucano, o já falecido Mário Covas.
Quem sabe se agora, antes de ter que se licenciar do Ministério Público, investigará o palpitante caso dos 400 vestidos de Lu Alckmin, a Imelda Marcos do Palácio dos Bandeirantes.

Esta coluna aposta que o Ipatinga será bicampeão mineiro.
E na Adap no Paraná.

Cidadão torcedor
A Justiça deu mais um ganho de causa a um torcedor que se rebelou contra a agência oficial da Confederação Brasileira de Futebol, a Planeta Brasil, que obriga o consumidor a fazer operações casadas caso queira ingressos para as partidas do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, que começa em junho. Desta vez, em Londrina, o advogado Carlos Alexandre Rodrigues foi o vitorioso, e, se a agência não cumprir a determinação de vender os ingressos sem obrigar que o torcedor compre todo o seu pacote, terá de pagar uma multa diária de R$ 2.000. Vale lembrar que o dono da agência, Wagner Abrahão, que é amigo íntimo de Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, chegou a ser preso em Paris na Copa do Mundo de 1998, quando era dono da empresa SBTR, a então agência oficial da confederação. E está aí outra vez.

E-mail: blogdojuca@uol.com.br


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