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FUTEBOL
O jogo do ano
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
O ano nem bem começou e já
temos, no Brasil, o primeiro
grande jogo de 2006.
Será no Morumbi, hoje, entre
São Paulo e Santos.
O São Paulo é melhor, mais entrosado, mais experiente, mais
afeito a decisões e mais positivo
que o Santos. Por isso é o favorito,
além de jogar em casa.
O Santos tem a melhor campanha, a melhor defesa, o melhor
técnico e a vantagem de poder jogar pelo empate. E mais: mesmo
que perca, deverá ser o campeão,
no domingo que vem, na Vila Belmiro, diante da pobre Lusa.
Em regra, em campeonatos de
pontos corridos, o melhor time é o
campeão. A menos que, como
neste Campeonato Paulista, um
time seja prejudicado, como foi o
São Paulo por ter começado suas
férias mais tarde e tido menos
tempo para a pré-temporada,
motivo da perda de pontos que
normalmente não perderia no começo do torneio.
Além de ser este um campeonato sui generis, porque em apenas
um turno, um monstrengo que
acabou dando certo.
É verdade, também, que o Santos remontou o time no decorrer
do Paulista e, se chegou até aqui
com a vantagem de quatro pontos, é porque fez por merecê-la.
O favoritismo tricolor não
transforma o Santos em zebra, e
um empate ou uma vitória santista coroará uma campanha que
ninguém previa.
Nos bastidores da decisão, um
rumor, forte, verossímil, dado o
passado dos personagens, embora
com tal cara de repetição da história que parece mesmo uma farsa: o Corinthians, não a parceira
MSI, tem tudo acertado com
Vanderlei Luxemburgo para assim que termine o Campeonato
Paulista.
Quem espalha é Renato Duprat,
atual braço direito do presidente
Alberto Dualib e amigo do técnico, mas em desgraça com a MSI.
Luxemburgo nega, é claro, mas
seu assessor de imprensa comenta
que a proposta é de US$ 12 milhões, metade na mão, metade em
um ano.
Seria a reedição do patético caso Marcelinho Carioca, com mais
chances de dar certo para constranger a MSI a não ficar contra
os desejos da Fiel.
O promotor público Fernando
Capez, que há 11 anos não consegue um avanço na luta contra a
violência das torcidas em São
Paulo, filiou-se ao PSDB e quer
ser deputado estadual nas próximas eleições.
Curioso é que seu sonho anterior era o de ser secretário da Segurança de um eventual governo
Maluf, razão pela qual, em campanhas passadas, andou destilando fel contra um símbolo tucano,
o já falecido Mário Covas.
Quem sabe se agora, antes de
ter que se licenciar do Ministério
Público, investigará o palpitante
caso dos 400 vestidos de Lu Alckmin, a Imelda Marcos do Palácio
dos Bandeirantes.
Esta coluna aposta que o Ipatinga será bicampeão mineiro.
E na Adap no Paraná.
Cidadão torcedor
A Justiça deu mais um ganho de causa a um torcedor que se rebelou
contra a agência oficial da Confederação Brasileira de Futebol, a Planeta Brasil, que obriga o consumidor a fazer operações casadas caso
queira ingressos para as partidas do Brasil na Copa do Mundo da
Alemanha, que começa em junho. Desta vez, em Londrina, o advogado Carlos Alexandre Rodrigues foi o vitorioso, e, se a agência não
cumprir a determinação de vender os ingressos sem obrigar que o
torcedor compre todo o seu pacote, terá de pagar uma multa diária
de R$ 2.000. Vale lembrar que o dono da agência, Wagner Abrahão,
que é amigo íntimo de Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, chegou
a ser preso em Paris na Copa do Mundo de 1998, quando era dono da
empresa SBTR, a então agência oficial da confederação. E está aí outra vez.
E-mail: blogdojuca@uol.com.br
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