São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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Contra maior rival, Brasil quer mandar de verdade

Seleção recebe a Argentina e tenta, enfim, convencer em uma partida nos seus domínios pelas eliminatórias

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Contra a Argentina, seu mais importante rival, a seleção brasileira faz hoje, às 21h45, a terceira parada de uma turnê pelo país nas eliminatórias para a Copa-06 que ainda não deu bons resultados.
Depois de Manaus e Curitiba, o time aporta em Belo Horizonte na tentativa de melhorar seu desempenho na tabela e de mostrar uma apresentação convincente como mandante. Se só o aproveitamento e o saldo de gols em casa fossem computados, o Brasil cairia da terceira posição que ostentava até o começo da rodada para um modesto quinto posto.
O jogo também serve, segundo os números da CBF (contestados por pesquisadores), para desempatar os confrontos entre as equipes (são 33 vitórias para cada lado até agora e 25 empates). "Tomara que a gente possa chamá-los de fregueses", provoca Ronaldo.
Na capital amazonense, a seleção suou para vencer o Equador por 1 a 0. Em Curitiba, ficou no empate (3 a 3) com o Uruguai.
Um dos motivos que levou a CBF a tirar os jogos das eliminatórias de Rio e São Paulo foi que longe desses centros a cobrança é menor, e o apoio, maior.
Mas até agora o resultado é nulo em campo e negativo na bilheteria. No classificatório para a Copa-02, também contra Equador e Uruguai, o Brasil somava quatro pontos, quatro gols marcados e três sofridos, justamente o que tem agora para a Copa-2006.
Nesses jogos, em locais mais acanhados, a média de público ficou em 27 mil. Enquanto jogou no Morumbi e no Maracanã no classificatório passado, a bilheteria média superou os 60 mil torcedores. Hoje, com o Mineirão ainda sem sua reforma completa, só 40 mil estarão nas arquibancadas.
O estádio, contudo, é um dos locais em que a seleção tem maior sucesso. Em jogos reconhecidos pela Fifa, aproveitamento de 82% -no Morumbi, não chega a 70%.
E a tão pedida paciência dos torcedores não acontece. Tanto em Manaus quanto em Curitiba o time foi vaiado com intensidade.
Precavido, o técnico Carlos Alberto Parreira aposta em um jogo equilibrado. "Quem se aproveitar dos erros vai levar vantagem", diz ele, que tenta tirar o peso da partida de seus comandados.
"Não é final de Copa, mas é um jogo que está sendo encarado com a responsabilidade de um jogo de Copa do Mundo", afirma.
O time joga hoje à noite com uma dupla de atacantes inédita -Ronaldo e Luis Fabiano.
"Dentro de campo vai ter algum sacrifício. Um vai ter que recuar mais", explica Ronaldo. "Perdemos em brilho, experiência e criatividade com a saída de Ronaldinho, mas ganharemos com o Luis Fabiano", afirma Parreira.
A parada da seleção em Belo Horizonte faz com que Ronaldo e o próprio time voltem à capital mineira após muitos anos.
"É um estádio maravilhoso. Gostaria de dar um abraço no governador, que é meu amigo", afirma Ronaldo em sua volta ao estádio que o projetou, reformado para o duelo pelo político.
O Brasil começou a sexta rodadas das eliminatórias sul-americanas em terceiro. Os quatro primeiros garantem vaga na Copa. O quinto disputa uma repescagem. O próximo jogo será no domingo, contra o Chile, em Santiago.


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