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Contra maior rival, Brasil quer mandar de verdade
Seleção recebe a Argentina e tenta, enfim, convencer em uma partida nos seus domínios pelas eliminatórias
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Contra a Argentina, seu mais
importante rival, a seleção brasileira faz hoje, às 21h45, a terceira
parada de uma turnê pelo país nas
eliminatórias para a Copa-06 que
ainda não deu bons resultados.
Depois de Manaus e Curitiba, o
time aporta em Belo Horizonte na
tentativa de melhorar seu desempenho na tabela e de mostrar uma
apresentação convincente como
mandante. Se só o aproveitamento e o saldo de gols em casa fossem computados, o Brasil cairia
da terceira posição que ostentava
até o começo da rodada para um
modesto quinto posto.
O jogo também serve, segundo
os números da CBF (contestados
por pesquisadores), para desempatar os confrontos entre as equipes (são 33 vitórias para cada lado
até agora e 25 empates). "Tomara
que a gente possa chamá-los de
fregueses", provoca Ronaldo.
Na capital amazonense, a seleção suou para vencer o Equador
por 1 a 0. Em Curitiba, ficou no
empate (3 a 3) com o Uruguai.
Um dos motivos que levou a
CBF a tirar os jogos das eliminatórias de Rio e São Paulo foi que longe desses centros a cobrança é
menor, e o apoio, maior.
Mas até agora o resultado é nulo
em campo e negativo na bilheteria. No classificatório para a Copa-02, também contra Equador e
Uruguai, o Brasil somava quatro
pontos, quatro gols marcados e
três sofridos, justamente o que
tem agora para a Copa-2006.
Nesses jogos, em locais mais
acanhados, a média de público ficou em 27 mil. Enquanto jogou
no Morumbi e no Maracanã no
classificatório passado, a bilheteria média superou os 60 mil torcedores. Hoje, com o Mineirão ainda sem sua reforma completa, só
40 mil estarão nas arquibancadas.
O estádio, contudo, é um dos locais em que a seleção tem maior
sucesso. Em jogos reconhecidos
pela Fifa, aproveitamento de 82%
-no Morumbi, não chega a 70%.
E a tão pedida paciência dos torcedores não acontece. Tanto em
Manaus quanto em Curitiba o time foi vaiado com intensidade.
Precavido, o técnico Carlos Alberto Parreira aposta em um jogo
equilibrado. "Quem se aproveitar
dos erros vai levar vantagem", diz
ele, que tenta tirar o peso da partida de seus comandados.
"Não é final de Copa, mas é um
jogo que está sendo encarado
com a responsabilidade de um jogo de Copa do Mundo", afirma.
O time joga hoje à noite com
uma dupla de atacantes inédita
-Ronaldo e Luis Fabiano.
"Dentro de campo vai ter algum
sacrifício. Um vai ter que recuar
mais", explica Ronaldo. "Perdemos em brilho, experiência e criatividade com a saída de Ronaldinho, mas ganharemos com o Luis
Fabiano", afirma Parreira.
A parada da seleção em Belo
Horizonte faz com que Ronaldo e
o próprio time voltem à capital
mineira após muitos anos.
"É um estádio maravilhoso.
Gostaria de dar um abraço no governador, que é meu amigo", afirma Ronaldo em sua volta ao estádio que o projetou, reformado para o duelo pelo político.
O Brasil começou a sexta rodadas das eliminatórias sul-americanas em terceiro. Os quatro primeiros garantem vaga na Copa. O
quinto disputa uma repescagem.
O próximo jogo será no domingo,
contra o Chile, em Santiago.
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