São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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BASQUETE NO MUNDO
Déjà vu?

MELCHIADES FILHO

Mais de mil jogos, exatos sete meses de disputa, e a NBA encerra seu campeonato 97/98 com uma reedição da final do ano passado...
O basquete é assim, pulveriza surpresas -principalmente no sistema de playoffs, como na liga norte-americana.
Chicago, buscando o sexto título na década, e Utah, brigando por uma conquista inédita, dão início ao mata-mata a partir de amanhã.
Dar palpite é arriscado, mas acho que você deveria preparar o espírito. A taça tem tudo para mudar de mãos.
O Utah vem se apresentando mais consistente do que o rival. Faz um torneio melhor do que o de 97/98 -o Chicago caiu. Tem o direito de mandar um eventual sétimo, e definitivo, jogo em seu ginásio. E a história mostra que, nos últimos 25 anos, nenhum campeão conseguiu preservar o título numa revanche no ano seguinte -o vice triunfou nas cinco vezes em que isso ocorreu.
No confronto direto, de novo alguns duelos individuais ("matchups") favorecem a equipe de Salt Lake City.
Dennis Rodman, um dos melhores marcadores da liga, não sabe segurar Karl Malone, o cestinha do Utah.
Isso ficou evidente nas finais do ano passado, quando o ala-pivô deixou despencar sua média de rebotes, de 14 para 9.
Nas duas partidas da primeira fase deste campeonato, ambas vitórias do Jazz, Malone acertou 70% dos arremessos que arriscou quando esteve acossado por Rodman.
Outro que sofre é o pivô Luc Longley, dominado tanto pelo titular (Greg Ostertag) como pelo reserva (Greg Foster) do Utah na decisão de 96/97.
Só para recordar: no ano passado, quando tinha a possibilidade de acionar Brian Williams (hoje no Detroit) para render Rodman e Longley, os Bulls conseguiram arrancar três de suas quatro vitórias somente no último minuto.

NOTAS

Ataque
Escorado pela dupla John Stockton-Karl Malone, o Utah ostenta o ataque mais produtivo e eficiente dos finalistas, com médias por partida de 101 pontos e 25,2 assistências e 49% de precisão nos arremessos. Os números do Chicago, também da fase classificatória do torneio: 96,7, 23,8 e 45,1%.

Defesa
Nas estatísticas defensivas, é a vez de os Bulls aparecerem com destaque. Superam o adversário em rebotes (44,9, contra 41,1), desarmes (8,5, contra 7,9) e pontos permitidos (89,6, contra 94,4). Você, torcedor do Chicago, pode então argumentar que há uma luz no fim do túnel. Afinal, não dizem os estrategistas que é a defesa quem garante campeonatos? Pois é, mais uma razão para acompanhar as finais pela TV -sempre direto, na ESPN International, nas noites de quarta, sexta e domingo.

E-mail melk@uol.com.br



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