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BASQUETE NO MUNDO
Déjà vu?
MELCHIADES FILHO
Mais de mil jogos, exatos sete
meses de disputa, e a NBA encerra seu campeonato 97/98
com uma reedição da final do
ano passado...
O basquete é assim, pulveriza
surpresas -principalmente no
sistema de playoffs, como na liga norte-americana.
Chicago, buscando o sexto título na década, e Utah, brigando por uma conquista inédita,
dão início ao mata-mata a partir de amanhã.
Dar palpite é arriscado, mas
acho que você deveria preparar
o espírito. A taça tem tudo para
mudar de mãos.
O Utah vem se apresentando
mais consistente do que o rival.
Faz um torneio melhor do que o
de 97/98 -o Chicago caiu. Tem
o direito de mandar um eventual sétimo, e definitivo, jogo
em seu ginásio. E a história
mostra que, nos últimos 25
anos, nenhum campeão conseguiu preservar o título numa
revanche no ano seguinte -o
vice triunfou nas cinco vezes em
que isso ocorreu.
No confronto direto, de novo
alguns duelos individuais
("matchups") favorecem a equipe de Salt Lake City.
Dennis Rodman, um dos melhores marcadores da liga, não
sabe segurar Karl Malone, o
cestinha do Utah.
Isso ficou evidente nas finais
do ano passado, quando o
ala-pivô deixou despencar sua
média de rebotes, de 14 para 9.
Nas duas partidas da primeira fase deste campeonato, ambas vitórias do Jazz, Malone
acertou 70% dos arremessos
que arriscou quando esteve
acossado por Rodman.
Outro que sofre é o pivô Luc
Longley, dominado tanto pelo
titular (Greg Ostertag) como
pelo reserva (Greg Foster) do
Utah na decisão de 96/97.
Só para recordar: no ano passado, quando tinha a possibilidade de acionar Brian Williams (hoje no Detroit) para
render Rodman e Longley, os
Bulls conseguiram arrancar três
de suas quatro vitórias somente
no último minuto.
NOTAS
Ataque
Escorado pela dupla John
Stockton-Karl Malone, o Utah
ostenta o ataque mais produtivo e eficiente dos finalistas,
com médias por partida de 101
pontos e 25,2 assistências e
49% de precisão nos arremessos. Os números do Chicago,
também da fase classificatória
do torneio: 96,7, 23,8 e 45,1%.
Defesa
Nas estatísticas defensivas, é
a vez de os Bulls aparecerem
com destaque. Superam o adversário em rebotes (44,9, contra 41,1), desarmes (8,5, contra
7,9) e pontos permitidos (89,6,
contra 94,4). Você, torcedor
do Chicago, pode então argumentar que há uma luz no fim
do túnel. Afinal, não dizem os
estrategistas que é a defesa
quem garante campeonatos?
Pois é, mais uma razão para
acompanhar as finais pela TV
-sempre direto, na ESPN International, nas noites de
quarta, sexta e domingo.
E-mail melk@uol.com.br
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