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PENTA
Sem proposta de times europeus, técnico pensa em seguir e tentar o ouro em Atenas-2004
Sonho olímpico deve manter Scolari à frente da seleção
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
E DO ENVIADO A LOS ANGELES
Luiz Felipe Scolari desembarca
hoje em Brasília propenso a continuar como treinador da seleção.
Segundo a Folha apurou, essa
condição só será modificada se algum grande clube europeu estiver
disposto a dar a ele um contrato
de longo prazo e com salário equivalente ao que recebe da CBF
-R$ 370 mil mensais.
Amigos do treinador que anteontem conquistou o Mundial
da Coréia e do Japão dizem que a
cada dia Scolari mostra-se mais
seduzido pela possibilidade de
conquistar o inédito ouro olímpico em Atenas-2004.
Até do presidente Fernando
Henrique Cardoso, que hoje receberá a seleção brasileira na capital
federal, Scolari deverá ouvir um
pedido para que continue a comandar a equipe.
Ontem, em sua última entrevista no Japão antes do embarque
para o Brasil, Scolari pediu mais
uma semana de prazo para pensar na proposta feita pela CBF,
que ofereceu ao treinador o comando de todas as categorias da
seleção, uma reivindicação feita
por ele desde o ano passado.
A entidade quer mantê-lo até a
Olimpíada, único título que falta
para a gestão de Ricardo Teixeira,
iniciada em 1989.
Em Los Angeles (EUA), onde o
vôo que traz a seleção fez escala
ontem à noite, Scolari afirmou
que ele e o presidente da CBF precisam de tempo para pensar.
"Não quero nem comentar esse
assunto. Havia um compromisso
que acabou. Tenho uns dias para
descansar, e o presidente Teixeira,
para organizar a sua agenda e definir o que vai fazer."
Um dos projetos profissionais
de Scolari era dirigir um clube da
Europa, mas as propostas que
chegaram ao treinador até agora
não o seduziram. Outro fator que
aumenta as chances de Scolari
permanecer na seleção é a preferência de sua família por continuar morando em Canoas (RS).
O técnico ganhava até ontem o
maior salário já pago pela CBF a
um treinador da seleção, e a entidade estuda com seus parceiros
formas de dar mais a Scolari, que,
além dos Jogos de Atenas, teria
pela frente as eliminatórias da Copa-06, pois o campeão mundial
deixou de estar automaticamente
classificado para a Copa seguinte.
Ainda na Ásia, Scolari disse que
o Brasil deve iniciar as próximas
eliminatórias com uma nova
mentalidade, ciente de que o futebol no mundo está nivelado.
"O Brasil não pode entrar em
campo pensando que, somente
porque é campeão, o adversário
irá tremer."
História
A maior crise vivida pelo futebol
brasileiro estourou em meio às últimas eliminatórias. Scolari assumiu o time em 12 de junho do ano
passado, quando faltavam apenas
cinco jogos para o Brasil. Precisava vencer pelo menos três.
Segundo o treinador, aqueles
foram seus piores momentos na
seleção brasileira.
A saga de Luiz Felipe Scolari vai
ganhar as páginas de um livro. Segundo ele, a publicação contará
em detalhes toda sua caminhada
rumo ao penta.
O livro, que estaria a cargo de
um jornalista gaúcho, também
servirá para Luiz Felipe Scolari
demonstrar na teoria como funciona uma de suas mais controversas "invenções" na seleção, o
esquema 3-5-2.
O episódio envolvendo a não-inclusão do atacante vascaíno Romário no time do Mundial também deverá ser relatado.
Na despedida do Japão, o técnico voltou a enfatizar o espírito de
união do grupo comandado por
ele e disse ter certeza de que todos
os que participaram da campanha na Ásia sentirão saudade.
(FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, SÉRGIO RANGEL E FÁBIO VICTOR)
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