Artilheiro afirma que é preciso um período de folga para esquecer fracasso antes de pensar em seu futuro na seleção

Recordista de gols, atacante não sabe apontar os erros cometidos pela equipe e afirma que todos deram o máximo para obter a vitória

DOS ENVIADOS A FRANKFURT

Logo após a apática atuação da seleção no gramado do Estádio de Frankfurt, o atacante Ronaldo colocou em dúvida a sua permanência no time nacional após a Copa do Mundo.
""Esta é uma geração vencedora, mas todos precisam de um tempo para esquecer esta derrota e depois voltar a pensar na seleção", disse o atacante do Real Madrid. Ao deixar o vestiário, ele, que esteve em seu quarto Mundial, disse que não tinha explicação para a derrota para os franceses, por 1 a 0.
""Todos lutaram e deram o máximo, mas infelizmente não deu", declarou Ronaldo, que cumpriu sua Copa menos artilheira (três gols) quando pôde jogar -em 1994, na campanha do tetra, só ficou no banco.
Mesmo assim, o jogador conseguiu entrar para a história dos Mundiais com o gol contra Gana. Agora, ele é o jogador que mais fez gols em Copas: 15 gols.
""Não dá para analisar agora quais erros cometemos. Isso é o que menos importa neste momento", disse o jogador, que teve uma Copa conturbada. Além de ser obrigado a emagrecer 5 kg, ele teve que deixar o último amistoso na Suíça com bolhas e, na Alemanha, teve uma virose, envolveu-se em polêmica com o presidente Lula e, por fim, foi levado às pressas para um hospital, com tonturas.
""Foi uma tristeza, uma decepção muito grande. No futebol, se ganha e se perde, nós perdemos", disse o atleta, que nunca fez gol contra os franceses. Em 98, ele teve, horas antes da final, uma crise nervosa e quase não pôde ser escalado.
Ontem, sem problemas, teve atuação quase igual à da final de 98. Só esteve melhor no número de finalizações: recebeu um total de 18 bolas (contra 15 naquela final), deu dez passes, sofreu duas faltas e deu dois dribles (como em 98). Apesar de ter chutado quatro vezes (contra uma na derrota por 3 a 0), fez só um desarme (contra quatro) e levou chapéu de Zidane.
No final, Ronaldo defendeu o time. ""Não faltou atitude, todos vão agora tentar achar desculpa", disse ele, que não volta ao país hoje com a comissão técnica e os que atuam aqui (Rogério, Ricardinho e Mineiro).
Ontem, após o jogo, o atleta recebeu a visita da namorada, Raica Oliveira, no hotel da seleção. 0 (EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE e SÉRGIO RANGEL)

Texto Anterior: Tostão: Agora acabou
Próximo Texto: Derrotados dizem que rival foi melhor
Índice