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BOXE
Os destinos de Popó
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Qual será o futuro de Popó?
O imediatíssimo todos sabem: a primeira defesa dos cinturões unificados contra Daniel Attah amanhã, em Phoenix (EUA).
A esta coluna, Popó, o promotor
de suas lutas, Arthur Pelullo, e o
chefão da rede de TV Showtime
(que tem o brasileiro sob contrato), Jay Larkin, deram idéias distintas de seu futuro a longo prazo.
""Após esta luta [com Attah", tenho outras duas em mente para
Popó [sim, ele chamou Popó de
Popó, ao invés de Freitas". Primeiro, gostaria que unificasse os
cinturões com Steve Forbes [norte-americano campeão dos superpenas pela Federação Internacional de Boxe". Depois, espero que
dê uma revanche a Joel Casamayor [de quem Popó tomou o cinturão da Associação Mundial de
Boxe em janeiro"", disse Larkin.
O executivo americano, entretanto, afirmou que, caso as condições permitam, o baiano poderia
unificar com o futuro campeão do
Conselho Mundial de Boxe, cujo
título está vago (deve ser decidido
entre dois orientais, o tailandês
Sirimongkol Singmanassuk e o
japonês Kengo Nagashima), ao
invés de fazê-lo com Forbes.
Sobre uma eventual defesa de
título no Brasil, Larkin disse que é
um assunto que está sendo discutido, mas a decisão acontecerá em
função do dinheiro. ""Se o dinheiro estiver no Brasil, não será problema irmos para aí", afirmou.
Mas, pela verdadeira novela
que foi a negociação com a Globo
e com outras emissoras da exibição do combate de amanhã e pela
situação que o país atravessa, tal
projeto deve ficar para o futuro.
Um problema com os planos de
Larkin é o fato de insistir em uma
revanche com Casamayor. Tanto
Popó quanto Pelullo disseram repetidas vezes que, caso isso aconteça, vai demorar. E teria de ser
por grande quantia de dinheiro.
Para Pelullo, a programação de
seu lutador para os próximos meses, caso não perca para Attah, será uma defesa opcional no início
do próximo ano e então a unificação de cinturões com Forbes.
O baiano, por sua vez, quer fazer mais uma luta ainda no final
deste ano, ""para começar bem o
próximo" e pegar Floyd Mayweather Jr. (campeão dos leves pelo
CMB) ou ""para outras lutas mais
importantes"". Ao ser questionado
sobre quais suas prioridades, Popó disse que, para ele, a prioridade é unificar os cinturões com outros campeões e que sua maior
ambição é ter um título do CMB.
O treinador de Popó, Oscar Suarez, falando por seu pupilo para a
mídia norte-americana, explicou,
de maneira menos confusa, que
Popó quer ""limpar" a divisão dos
superpenas (dando a entender
que gostaria de unificar todos os
cinturões, idéia que conta com a
simpatia de Larkin) e só então subir para a categoria dos leves, onde ""há um cara que está fugindo
de nós". Uma alusão a ""Pretty
Boy" Floyd, que, aliás, divide com
Forbes o mesmo manager, o norte-americano James Prince, que é
oriundo da indústria do rap.
O problema de Popó é que a
partir do momento em que passou a ser profissional, as decisões
sobre sua carreira deixaram de
ser só suas. Além de todos envolvidos em suas carreira, outros fatores podem influir nesses planos,
como eventuais derrotas, conflitos de interesses entre o lutador,
TV, dirigentes, e empresários etc.
Uma frase de Pelullo define a
coexistência entre todos os personagens citados nesta coluna: ""não
necessariamente meus interesses
são os mesmos de Larkin".
Raio-X de Popó
As tradicionais estatísticas de Popó e seu oponente de amanhã: o
brasileiro disputou 31 lutas, um total de 118 assaltos, 36 deles em
combates válidos por título. A duração média de suas lutas é de 3,8
assaltos. Sua porcentagem de nocautes é de 93%. Apenas em uma
oportunidade combates de Popó chegaram ao 12º, décimo, nono e
sétimo assalto. Por três vezes suas lutas chegaram ao oitavo assalto.
O pugilista baiano tem 26 anos, nasceu e reside em Salvador.
Raio-X de Attah
Já Daniel Attah participou de 21 combates, totalizando 109 assaltos,
nenhum deles em lutas por título mundial. A duração média de assaltos é de 5,1. Sua porcentagem de nocautes é de 38%. Attah disputou apenas uma vez combates que alcançaram o 12º e o décimo
assalto. Ao oitavo assalto, chegou quatro vezes. O primeiro do ranking da OMB nasceu em Calabar, na Nigéria, reside atualmente em
Washington, nos EUA, e seu técnico é Mark Johnson.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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