São Paulo, sexta-feira, 02 de agosto de 2002

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BOXE

Os destinos de Popó

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Qual será o futuro de Popó?
O imediatíssimo todos sabem: a primeira defesa dos cinturões unificados contra Daniel Attah amanhã, em Phoenix (EUA).
A esta coluna, Popó, o promotor de suas lutas, Arthur Pelullo, e o chefão da rede de TV Showtime (que tem o brasileiro sob contrato), Jay Larkin, deram idéias distintas de seu futuro a longo prazo.
""Após esta luta [com Attah", tenho outras duas em mente para Popó [sim, ele chamou Popó de Popó, ao invés de Freitas". Primeiro, gostaria que unificasse os cinturões com Steve Forbes [norte-americano campeão dos superpenas pela Federação Internacional de Boxe". Depois, espero que dê uma revanche a Joel Casamayor [de quem Popó tomou o cinturão da Associação Mundial de Boxe em janeiro"", disse Larkin.
O executivo americano, entretanto, afirmou que, caso as condições permitam, o baiano poderia unificar com o futuro campeão do Conselho Mundial de Boxe, cujo título está vago (deve ser decidido entre dois orientais, o tailandês Sirimongkol Singmanassuk e o japonês Kengo Nagashima), ao invés de fazê-lo com Forbes.
Sobre uma eventual defesa de título no Brasil, Larkin disse que é um assunto que está sendo discutido, mas a decisão acontecerá em função do dinheiro. ""Se o dinheiro estiver no Brasil, não será problema irmos para aí", afirmou.
Mas, pela verdadeira novela que foi a negociação com a Globo e com outras emissoras da exibição do combate de amanhã e pela situação que o país atravessa, tal projeto deve ficar para o futuro.
Um problema com os planos de Larkin é o fato de insistir em uma revanche com Casamayor. Tanto Popó quanto Pelullo disseram repetidas vezes que, caso isso aconteça, vai demorar. E teria de ser por grande quantia de dinheiro.
Para Pelullo, a programação de seu lutador para os próximos meses, caso não perca para Attah, será uma defesa opcional no início do próximo ano e então a unificação de cinturões com Forbes.
O baiano, por sua vez, quer fazer mais uma luta ainda no final deste ano, ""para começar bem o próximo" e pegar Floyd Mayweather Jr. (campeão dos leves pelo CMB) ou ""para outras lutas mais importantes"". Ao ser questionado sobre quais suas prioridades, Popó disse que, para ele, a prioridade é unificar os cinturões com outros campeões e que sua maior ambição é ter um título do CMB.
O treinador de Popó, Oscar Suarez, falando por seu pupilo para a mídia norte-americana, explicou, de maneira menos confusa, que Popó quer ""limpar" a divisão dos superpenas (dando a entender que gostaria de unificar todos os cinturões, idéia que conta com a simpatia de Larkin) e só então subir para a categoria dos leves, onde ""há um cara que está fugindo de nós". Uma alusão a ""Pretty Boy" Floyd, que, aliás, divide com Forbes o mesmo manager, o norte-americano James Prince, que é oriundo da indústria do rap.
O problema de Popó é que a partir do momento em que passou a ser profissional, as decisões sobre sua carreira deixaram de ser só suas. Além de todos envolvidos em suas carreira, outros fatores podem influir nesses planos, como eventuais derrotas, conflitos de interesses entre o lutador, TV, dirigentes, e empresários etc.
Uma frase de Pelullo define a coexistência entre todos os personagens citados nesta coluna: ""não necessariamente meus interesses são os mesmos de Larkin".

Raio-X de Popó
As tradicionais estatísticas de Popó e seu oponente de amanhã: o brasileiro disputou 31 lutas, um total de 118 assaltos, 36 deles em combates válidos por título. A duração média de suas lutas é de 3,8 assaltos. Sua porcentagem de nocautes é de 93%. Apenas em uma oportunidade combates de Popó chegaram ao 12º, décimo, nono e sétimo assalto. Por três vezes suas lutas chegaram ao oitavo assalto. O pugilista baiano tem 26 anos, nasceu e reside em Salvador.

Raio-X de Attah
Já Daniel Attah participou de 21 combates, totalizando 109 assaltos, nenhum deles em lutas por título mundial. A duração média de assaltos é de 5,1. Sua porcentagem de nocautes é de 38%. Attah disputou apenas uma vez combates que alcançaram o 12º e o décimo assalto. Ao oitavo assalto, chegou quatro vezes. O primeiro do ranking da OMB nasceu em Calabar, na Nigéria, reside atualmente em Washington, nos EUA, e seu técnico é Mark Johnson.

E-mail eohata@folhasp.com.br



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