São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2004

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VÔLEI

A vitória e a meta

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Há pouco menos de duas semanas para os Jogos Olímpicos, não dá para comemorar muito o título no Grand Prix. A meta é Atenas. A vitória do Brasil ontem sobre a Itália na final vale para dar mais confiança às atletas e mostrar que o time está se acertando para chegar ao ouro na Olimpíada.
Quem assistiu aos jogos, pôde perceber que a seleção ainda sofre com uma certa irregularidade, mas deve crescer mais até Atenas. O time perde muitos contra-ataques e precisa ter um saque mais eficiente. Entre as boas-novas, a melhor é Mari. Ela provou que a posição titular de oposto é dela.
O Grand Prix também mostrou que no vôlei feminino não existe um favorito ao ouro em Atenas. Um quadro bem diferente das últimas três Olimpíadas, que foram marcadas pelo domínio cubano e a única dúvida era sobre quem faria a final com o time comandado naquele período por Mireya Luis e Regla Torres.
A China, campeã da Copa do Mundo e até então apontada com certo favoritismo, mostrou que sem a central gigante Ruirui Zhao, de 1,96 m, pode ser batida. No Grand Prix, não chegou às semifinais e sofreu para vencer a Alemanha por 3 sets a 2 na disputa do quinto lugar.
Segundo informações da federação chinesa, Ruirui Zhao, que fraturou o tornozelo, já estará de volta à seleção chinesa em Atenas. Mas também não deverá estar em plena forma, basta fazer as contas: ela não teve condições de jogar no Grand Prix e faltam apenas 11 dias para o início dos Jogos.
O certo é que esta Olimpíada promete ter o torneio feminino de vôlei mais disputado dos últimos 16 anos.
Seis seleções têm condições de brigar pelo ouro: Brasil, China, Itália, Estados Unidos, Cuba e Rússia. Ok, as russas não chegaram à fase final do Grand Prix, mas têm tradição e são sempre perigosas.
Nos Estados Unidos, o que mais surpreende é a eficiência da defesa, com destaque para a líbero Stacy Sykora. O time tem ponteiras eficientes: a gigante Haneef, de 2,00 m, Logan Tom e Keba Phipps, que disputa a posição com Ogonna Nnamani, que deu show contra o Brasil. A equipe joga pouco com as centrais.
De todas as seleções, a que mais evoluiu nesta temporada foi Cuba. O time, que nos últimos quatro anos tem passado por uma fase de renovação e colhido maus resultados, está se acertando. Uma das armas da seleção é o saque poderoso, principalmente o de Zoila Barros, que mais parece um ataque.
As cubanas também contam com uma sucessora da craque Mireya Luis, a atacante Yumilka Ruiz. Repare quando ela salta no ataque. Com 1,80 m, ela simplesmente voa ao pegar uma bola a 3,26 m do chão. O ponto fraco do time é a recepção.
Já a Itália, que surpreendeu ao conquistar o título mundial em 2002, passou depois uma temporada sem grandes resultados. Agora, o time voltou a mostrar sua força. No Grand Prix, teve vitórias sobre a Rússia, China, Estados Unidos, Cuba e retornou ao grupo de elite do vôlei.

A força russa
A Rússia, que nesta temporada ficou fora da Liga Mundial, é uma das favoritas e também uma das incógnitas dos Jogos de Atenas. Reforçada pelo gigante Dineikine, de 2,16 m, a equipe tem disputado uma série de amistosos. Na última semana, os adversários foram os holandeses. Em quatro vitórias, os russos não perderam nenhum set.

Sem as musas
Se o Brasil não terá em Atenas Leila, dispensada pelo técnico José Roberto, a Itália vive situação semelhante. O time também não contará com sua musa: Maurizia Cacciatori. A levantadora, que depois de anos afastada da seleção havia sido convocada pelo técnico Marco Bonitta, não se recuperou de uma lesão no tornozelo. As levantadoras nos Jogos Olímpicos serão Lo Bianco e Ferretti.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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