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VÔLEI
A vitória e a meta
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Há pouco menos de duas
semanas para os Jogos
Olímpicos, não dá para comemorar muito o título no Grand Prix.
A meta é Atenas. A vitória do
Brasil ontem sobre a Itália na final vale para dar mais confiança
às atletas e mostrar que o time está se acertando para chegar ao
ouro na Olimpíada.
Quem assistiu aos jogos, pôde
perceber que a seleção ainda sofre
com uma certa irregularidade,
mas deve crescer mais até Atenas.
O time perde muitos contra-ataques e precisa ter um saque mais
eficiente. Entre as boas-novas, a
melhor é Mari. Ela provou que a
posição titular de oposto é dela.
O Grand Prix também mostrou
que no vôlei feminino não existe
um favorito ao ouro em Atenas.
Um quadro bem diferente das últimas três Olimpíadas, que foram
marcadas pelo domínio cubano e
a única dúvida era sobre quem
faria a final com o time comandado naquele período por Mireya
Luis e Regla Torres.
A China, campeã da Copa do
Mundo e até então apontada com
certo favoritismo, mostrou que
sem a central gigante Ruirui
Zhao, de 1,96 m, pode ser batida.
No Grand Prix, não chegou às semifinais e sofreu para vencer a
Alemanha por 3 sets a 2 na disputa do quinto lugar.
Segundo informações da federação chinesa, Ruirui Zhao, que
fraturou o tornozelo, já estará de
volta à seleção chinesa em Atenas. Mas também não deverá estar em plena forma, basta fazer as
contas: ela não teve condições de
jogar no Grand Prix e faltam apenas 11 dias para o início dos Jogos.
O certo é que esta Olimpíada
promete ter o torneio feminino de
vôlei mais disputado dos últimos
16 anos.
Seis seleções têm condições de
brigar pelo ouro: Brasil, China,
Itália, Estados Unidos, Cuba e
Rússia. Ok, as russas não chegaram à fase final do Grand Prix,
mas têm tradição e são sempre
perigosas.
Nos Estados Unidos, o que mais
surpreende é a eficiência da defesa, com destaque para a líbero
Stacy Sykora. O time tem ponteiras eficientes: a gigante Haneef,
de 2,00 m, Logan Tom e Keba
Phipps, que disputa a posição
com Ogonna Nnamani, que deu
show contra o Brasil. A equipe joga pouco com as centrais.
De todas as seleções, a que mais
evoluiu nesta temporada foi Cuba. O time, que nos últimos quatro anos tem passado por uma fase de renovação e colhido maus
resultados, está se acertando.
Uma das armas da seleção é o saque poderoso, principalmente o
de Zoila Barros, que mais parece
um ataque.
As cubanas também contam
com uma sucessora da craque
Mireya Luis, a atacante Yumilka
Ruiz. Repare quando ela salta no
ataque. Com 1,80 m, ela simplesmente voa ao pegar uma bola a
3,26 m do chão. O ponto fraco do
time é a recepção.
Já a Itália, que surpreendeu ao
conquistar o título mundial em
2002, passou depois uma temporada sem grandes resultados.
Agora, o time voltou a mostrar
sua força. No Grand Prix, teve vitórias sobre a Rússia, China, Estados Unidos, Cuba e retornou ao
grupo de elite do vôlei.
A força russa
A Rússia, que nesta temporada ficou fora da Liga Mundial, é uma das
favoritas e também uma das incógnitas dos Jogos de Atenas. Reforçada pelo gigante Dineikine, de 2,16 m, a equipe tem disputado uma
série de amistosos. Na última semana, os adversários foram os holandeses. Em quatro vitórias, os russos não perderam nenhum set.
Sem as musas
Se o Brasil não terá em Atenas Leila, dispensada pelo técnico José Roberto, a Itália vive situação semelhante. O time também não contará
com sua musa: Maurizia Cacciatori. A levantadora, que depois de
anos afastada da seleção havia sido convocada pelo técnico Marco
Bonitta, não se recuperou de uma lesão no tornozelo. As levantadoras nos Jogos Olímpicos serão Lo Bianco e Ferretti.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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