São Paulo, Segunda-feira, 02 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAN-AMERICANO
Time, que deixou até Mundial de lado para treinar para os Jogos, inicia hoje sua participação
Renovado, Brasil estréia na natação

dos enviados a Winnipeg

e da Reportagem Local

Com uma equipe renovada, a seleção brasileira de natação entra na água hoje em Winnipeg (Canadá) para a disputa de sua mais importante competição do ano, os Jogos Pan-Americanos.
"Programamos tudo logo após Atlanta (em 96), e por causa do Pan, a poucos meses da próxima Olimpíada, passamos por cima inclusive de um Mundial de piscina curta", afirmou Coaracy Nunes, presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
O dirigente se referia ao torneio em piscina curta (25 metros), em abril, em Hong Kong. No Pan, a piscina tem 50 m.
Os velocistas Fernando Scherer e Gustavo Borges, principais nadadores do Brasil, não participaram daquela disputa para não atrapalhar a preparação para os Jogos de Winnipeg.
Para a competição de natação do Pan, que começa hoje, a equipe de 29 atletas, com apenas sete remanescentes de Mar Del Plata-95, passou 15 dias treinando na Universidade de Dakota do Norte, nos EUA.
O período de aclimatação foi para adquirir o que Coaracy Nunes gosta de chamar de "espírito de Memphis". Em 1996, a seleção se preparou para a Olimpíada de Atlanta na cidade norte-americana de Memphis.
O Brasil conseguiu três medalhas (uma prata e dois bronzes), seu melhor desempenho olímpico. Desde então, Coaracy Nunes faz questão de lembrar da preparação para Atlanta.
""Mais uma vez fizemos tudo certo, e o período de treinos em Dakota foi fundamental", afirmou o dirigente. ""Os atletas sofrem uma metamorfose e entram no astral da competição."
O supervisor técnico da CBDA, Ricardo de Moura, disse que além da adaptação biológica dos atletas, o período também é benéfico para os técnicos.
"Acontece a troca de conhecimentos e experiência que permite o avanço brasileiro", disse.
De acordo com o supervisor, junto com os técnicos e atletas, trabalharam em Dakota do Norte um médico e, pela primeira vez, um bioquímico.
"Tudo aconteceu conforme o que nós havíamos planejado, e todos os atletas estão muito bem", completou Moura.
Apesar de ressaltar a preparação da equipe, tanto Nunes como Moura não garantem que o desempenho em Winnipeg vá superar o de Mar del Plata-95.
Há quatro anos, o Brasil foi representado por 26 atletas e conseguiu 16 medalhas (3 ouro, 7 prata e 6 bronze).
""Nossa expectativa é conseguir de 12 a 16 medalhas", afirmou Moura.
Coaracy Nunes apontou as melhores chances de ouro do Brasil nos 50 m, 100 m e 200 m livre (com Fernando Scherer e Gustavo Borges), nos 400 m e 1.500 m livre (com Luiz Lima) e no revezamento 4 x 100 m livre.
Em 95, Scherer venceu os 50 m livre, e Borges, os 100 m e 200 m livre. Luiz Lima foi prata nos 400 m e 1.500 m livre. A equipe de revezamento também ficou com o segundo lugar.
Como o Pan é a principal competição do Brasil no ano, os dirigentes esperam que alguns atletas obtenham índices para a Olimpíada-2000.
A CBDA estabeleceu como marca mínima o oitavo tempo da Olimpíada-96 para provas individuais (ou seja, o obtido pelo último colocado na final) e o quinto para os revezamentos.
Estipulou também seis competições em que o índice pode ser obtido. O Pan é a terceira chance dos nadadores brasileiros. A primeira ocorreu em junho, no Troféu Brasil, e a última das competições que dão vaga em Sydney será o Troféu Brasil do ano que vem.
Até o momento, nem Gustavo Borges ou Fernando Scherer, medalhistas em Atlanta, conseguiram índice. (EA, MD e FI)


Texto Anterior: Pan-Americano: A Argentina está longe, e o Brasil usa os últimos trunfos
Próximo Texto: Pan projeta nadador, diz Borges
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.