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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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Dirigente foi dono de fábrica em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Títulos de cidadão honorário como o que recebeu na semana passada, em Santos, Nicolás Leoz tem mais de 50.
Curioso é São Paulo nunca ter cogitado conceder a distinção: o cartola viveu na cidade por seis anos, entre 1962 e 1968 -período em que foi proprietário de uma fábrica que empregava quase 200 pessoas.
Na época, o paraguaio frequentava o Pacaembu (onde se apaixonou pelo Santos de Pelé), jogava basquete no Sírio, via corridas em Interlagos e veraneava em Itanhaém, popular balneário do litoral sul paulista.
"Tive muita facilidade para fazer amigos. O brasileiro é muito aberto, não tem problema", conta Leoz, que veio ao país a turismo.
Era para ser uma visita rápida. "Estava em viagem de lua-de-mel e vim a São Paulo rever um amigo", conta.
O colega ofereceu ao visitante um negócio da China: comprar uma fábrica e se instalar em São Paulo definitivamente. Aos 34 anos, Leoz aceitou a proposta.
Foi assim que a Indústria de Calçados Plásticos Lala (que funcionava no Brás, tradicional reduto industrial da cidade) virou um empreendimento genuinamente paraguaio.
Leoz se mudou de mala e cuia. No primeiro ano viveu na Aclimação, bairro residencial e arborizado da zona sul. Nos cinco últimos, na Bela Vista -o popular Bexiga. Ainda hoje é capaz de recitar os endereços.
Em abril deste ano, trouxe os filhos pequenos (Josué, 9, e Mateo, 4) para conhecer onde tinha vivido e trabalhado. De táxi, percorreu os lugares que considerou relevantes, como o Pacaembu.
Ali, na década de 60, testemunhou façanhas do Santos, por quem passou a torcer. Por ligação afetiva, também acompanhava o São Paulo, no qual atuava o paraguaio Cecilio Martinez.
Da passagem pela cidade, diz ter saudade do povo. Mas é impossível não lembrar do início do casamento -o primeiro, que acabou desfeito anos depois.
Hoje, Leoz reluta até mesmo em falar o nome da ex-mulher. "É igual ao de minha filha", despista, introduzindo Nora Cecilia, 38. A primogênita do dirigente por pouco não nasceu no Brasil. "A mãe só viajou a Assunção para o parto", revela. (AD)

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