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SAIBA MAIS
Dirigente foi dono de fábrica em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Títulos de cidadão honorário como o que recebeu na
semana passada, em Santos,
Nicolás Leoz tem mais de 50.
Curioso é São Paulo nunca
ter cogitado conceder a distinção: o cartola viveu na cidade por seis anos, entre
1962 e 1968 -período em
que foi proprietário de uma
fábrica que empregava quase 200 pessoas.
Na época, o paraguaio frequentava o Pacaembu (onde
se apaixonou pelo Santos de
Pelé), jogava basquete no Sírio, via corridas em Interlagos e veraneava em Itanhaém, popular balneário
do litoral sul paulista.
"Tive muita facilidade para fazer amigos. O brasileiro
é muito aberto, não tem problema", conta Leoz, que veio
ao país a turismo.
Era para ser uma visita rápida. "Estava em viagem de
lua-de-mel e vim a São Paulo
rever um amigo", conta.
O colega ofereceu ao visitante um negócio da China:
comprar uma fábrica e se
instalar em São Paulo definitivamente. Aos 34 anos, Leoz
aceitou a proposta.
Foi assim que a Indústria
de Calçados Plásticos Lala
(que funcionava no Brás,
tradicional reduto industrial
da cidade) virou um empreendimento genuinamente paraguaio.
Leoz se mudou de mala e
cuia. No primeiro ano viveu
na Aclimação, bairro residencial e arborizado da zona
sul. Nos cinco últimos, na
Bela Vista -o popular Bexiga. Ainda hoje é capaz de recitar os endereços.
Em abril deste ano, trouxe
os filhos pequenos (Josué, 9,
e Mateo, 4) para conhecer
onde tinha vivido e trabalhado. De táxi, percorreu os lugares que considerou relevantes, como o Pacaembu.
Ali, na década de 60, testemunhou façanhas do Santos, por quem passou a torcer. Por ligação afetiva, também acompanhava o São
Paulo, no qual atuava o paraguaio Cecilio Martinez.
Da passagem pela cidade,
diz ter saudade do povo.
Mas é impossível não lembrar do início do casamento
-o primeiro, que acabou
desfeito anos depois.
Hoje, Leoz reluta até mesmo em falar o nome da ex-mulher. "É igual ao de minha filha", despista, introduzindo Nora Cecilia, 38. A primogênita do dirigente por
pouco não nasceu no Brasil.
"A mãe só viajou a Assunção
para o parto", revela.
(AD)
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