São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Copa-2014 terá mais arenas velhas

Dos 18 projetos, apenas 4 estipulam novos estádios

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Encerrada anteontem no Rio de Janeiro, a visita da comissão da Fifa ao Brasil revelou que não haverá uma onda de novas arenas para a Copa-2014. Das 18 cidades candidatas a serem sede do Mundial, 14 apresentaram projetos de reconstrução de estádios -só quatro propuseram novas praças.
Quando iniciada a candidatura brasileira, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, previu que o país precisaria de dez novos estádios, pois não havia nenhum em condições de receber o evento. Sua posição foi se alterando até o cenário atual.
Mesmo com as reconstruções das arenas, o total do custo estimado dos projetos já ultrapassa R$ 2 bilhões, boa parte bancada com dinheiro público. E as reformas de Maracanã e Morumbi não têm orçamentos estimados, entre outros.
Há estádios novos previstos em quatro candidatas: Natal, Maceió, Recife e Salvador. Dificilmente todas serão escolhidas, já que são de Estados da mesma região: Nordeste.
Se confirmada pela Fifa em 30 de outubro, a Copa no Brasil será mais parecida com a da África do Sul-2010 do que com a da Alemanha-2006. Na Europa, foram cinco estádios novos, de um total de 12. Entre os africanos, serão apenas duas novas praças, de um total de dez.
E os estádios nacionais são antigos. Das 14 arenas indicadas, 12 foram inauguradas nas décadas de 50, 60 e 70. Só a Arena da Baixada (1997), em Curitiba, demolida e refeita, e a Arena da Floresta (2006), em Rio Branco, tiveram seus primeiros jogos a partir da década de 90.
Mas representantes de alguns governos estaduais ressalvam que seus estádios sofrerão reformas de grande porte, a ponto de quase serem novos.
"Só não vamos derrubar porque o Mineirão está tombado", contou o secretário de Esporte e da Juventude de Minas Gerais, Gustavo Corrêa, sobre o estádio de 1965. Será mantida a parte externa, e o resto custará em torno de R$ 400 milhões.
Mesma posição adotou o secretário de Esporte de Mato Grosso, José Joaquim de Souza Filho, sobre o Verdão, em Cuiabá. "Será aproveitado o campo, que é bom. O resto irá abaixo. Na verdade, é quase uma construção", disse, sobre as obras estimadas em R$ 350 milhões.
Essas obras, por exemplo, saem o mesmo preço, ou mais caras, do que estádios novos. Em Pernambuco, a nova arena está orçada em R$ 250 milhões. Em Natal, o Estrelão, como vem sendo chamada a possível praça, sairia por R$ 150 milhões, segundo o governo.
Mas há quem entenda serem necessárias mudanças sem mexer na estrutura de seus estádios. São os casos de Castelão, no Ceará, Mangueirão, em Belém, Beira-Rio, em Porto Alegre, Morumbi e Maracanã.


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