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Copa-2014 terá mais arenas velhas
Dos 18 projetos, apenas 4 estipulam novos estádios
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Encerrada anteontem no Rio
de Janeiro, a visita da comissão
da Fifa ao Brasil revelou que
não haverá uma onda de novas
arenas para a Copa-2014. Das
18 cidades candidatas a serem
sede do Mundial, 14 apresentaram projetos de reconstrução
de estádios -só quatro propuseram novas praças.
Quando iniciada a candidatura brasileira, o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, previu
que o país precisaria de dez novos estádios, pois não havia nenhum em condições de receber
o evento. Sua posição foi se alterando até o cenário atual.
Mesmo com as reconstruções das arenas, o total do custo
estimado dos projetos já ultrapassa R$ 2 bilhões, boa parte
bancada com dinheiro público.
E as reformas de Maracanã e
Morumbi não têm orçamentos
estimados, entre outros.
Há estádios novos previstos
em quatro candidatas: Natal,
Maceió, Recife e Salvador. Dificilmente todas serão escolhidas, já que são de Estados da
mesma região: Nordeste.
Se confirmada pela Fifa em
30 de outubro, a Copa no Brasil
será mais parecida com a da
África do Sul-2010 do que com
a da Alemanha-2006. Na Europa, foram cinco estádios novos,
de um total de 12. Entre os africanos, serão apenas duas novas
praças, de um total de dez.
E os estádios nacionais são
antigos. Das 14 arenas indicadas, 12 foram inauguradas nas
décadas de 50, 60 e 70. Só a Arena da Baixada (1997), em Curitiba, demolida e refeita, e a Arena da Floresta (2006), em Rio
Branco, tiveram seus primeiros
jogos a partir da década de 90.
Mas representantes de alguns governos estaduais ressalvam que seus estádios sofrerão
reformas de grande porte, a
ponto de quase serem novos.
"Só não vamos derrubar porque o Mineirão está tombado",
contou o secretário de Esporte
e da Juventude de Minas Gerais, Gustavo Corrêa, sobre o
estádio de 1965. Será mantida a
parte externa, e o resto custará
em torno de R$ 400 milhões.
Mesma posição adotou o secretário de Esporte de Mato
Grosso, José Joaquim de Souza
Filho, sobre o Verdão, em Cuiabá. "Será aproveitado o campo,
que é bom. O resto irá abaixo.
Na verdade, é quase uma construção", disse, sobre as obras
estimadas em R$ 350 milhões.
Essas obras, por exemplo,
saem o mesmo preço, ou mais
caras, do que estádios novos.
Em Pernambuco, a nova arena
está orçada em R$ 250 milhões.
Em Natal, o Estrelão, como
vem sendo chamada a possível
praça, sairia por R$ 150 milhões, segundo o governo.
Mas há quem entenda serem
necessárias mudanças sem mexer na estrutura de seus estádios. São os casos de Castelão,
no Ceará, Mangueirão, em Belém, Beira-Rio, em Porto Alegre, Morumbi e Maracanã.
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