São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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Relembre os personagens da Olimpíada das surpresas


MELCHIADES FILHO
Editor de Esporte

Para medalhões, aspirantes a super-heróis, cientistas do esporte, arautos da modernidade e potências do pódio, foram quase três semanas de angústia. Quem ficou acordado sabe por quê: a Olimpíada de 2000 entra para a história como a Olimpíada da surpresa.
Cada modalidade aprontou as suas em Sydney.
A começar pela natação, que pulverizou recordes como não fazia havia um quarto de século. As piscinas esperavam um duelo sensacional entre EUA e Austrália, as potências do esporte. Mas foi a Holanda que emergiu vitoriosa, com a consagração dos dois maiores velocistas que as águas já viram: Pieter van den Hoogenband e Inge de Bruijn.
O futebol gargalhou quando o Brasil, com dois jogadores a mais, desabou diante de Camarões.
O beisebol entrou em transe, e Havana em choque, quando viu Cuba perder a invencibilidade de 21 jogos em competições oficiais.
E o softbol precisou se beliscar quando testemunhou o primeiro revés norte-americano após uma série de 112 vitórias.
Naim Suleymanoglu, o Hércules de Bolso, três ouros olímpicos seguidos para a Turquia, uma lenda no levantamento de peso? Pois é, perdeu.
Alexander Karelin, o Urso da Sibéria, também tricampeão olímpico, invicto há 13 anos na luta greco-romana? Perdeu.
Shelda e Adriana Behar, dupla recordista mundial em títulos no vôlei de praia, primeiro ouro certo da campanha brasileira? Perdeu.
O "Time dos Sonhos", a invulnerável seleção norte-americana de basquete, paradigma do domínio de um país em um esporte? Pode não ter perdido um jogo e o ouro (por míseros dois pontinhos), mas decerto perdeu o apelido.
Em Sydney, o esporte pegou a contramão. Por isso, olhe bem para os dois lados.



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