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Relembre os personagens da Olimpíada das surpresas
MELCHIADES FILHO
Editor de Esporte
Para medalhões, aspirantes a super-heróis, cientistas do esporte,
arautos da modernidade e potências do pódio, foram quase três semanas de
angústia. Quem ficou acordado sabe por quê: a Olimpíada de 2000 entra
para a história como a Olimpíada da surpresa.
Cada modalidade aprontou as suas em Sydney.
A começar pela natação, que pulverizou recordes como não fazia havia um
quarto de século. As piscinas esperavam um duelo sensacional entre EUA e
Austrália, as potências do esporte. Mas foi a Holanda que emergiu
vitoriosa, com a consagração dos dois maiores velocistas que as águas já
viram: Pieter van den Hoogenband e Inge de Bruijn.
O futebol gargalhou quando o Brasil, com dois jogadores a mais, desabou
diante de Camarões.
O beisebol entrou em transe, e Havana em choque, quando viu Cuba perder
a invencibilidade de 21 jogos em competições oficiais.
E o softbol precisou se beliscar quando testemunhou o primeiro revés
norte-americano após uma série de 112 vitórias.
Naim Suleymanoglu, o Hércules de Bolso, três ouros olímpicos seguidos
para a Turquia, uma lenda no levantamento de peso? Pois é, perdeu.
Alexander Karelin, o Urso da Sibéria, também tricampeão olímpico,
invicto há 13 anos na luta greco-romana? Perdeu.
Shelda e Adriana Behar, dupla recordista mundial em títulos no vôlei de
praia, primeiro ouro certo da campanha brasileira? Perdeu.
O "Time dos Sonhos", a invulnerável seleção norte-americana de basquete,
paradigma do domínio de um país em um esporte? Pode não ter perdido um
jogo e o ouro (por míseros dois pontinhos), mas decerto perdeu o
apelido.
Em Sydney, o esporte pegou a contramão. Por isso, olhe bem para os dois
lados.
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