São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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CARLOS SARLI

Dois é pouco

Apesar de ter diminuído ritmo de competições, o veterano Renan Rocha foi campeão de etapa do WQS

ASSIM COMO quem não quer nada, Renan Rocha, 35, se inscreveu no campeonato, foi passando as baterias e, quando viu, era o campeão do Onbongo Pro Surfing, etapa seis estrelas do WQS, disputada na semana passada em Itamambuca, Ubatuba, São Paulo.
Depois de 15 anos correndo o Circuito Mundial, nove deles como parte da elite, Renan reduziu o ritmo este ano quando ficou fora do WCT, pela segunda vez. Renan vem direcionando sua carreira para o jornalismo, fazendo reportagens para a ESPN Brasil e nesta temporada correu apenas algumas provas do SuperSurf e do WQS disputadas no Brasil. Essa vitória parece ter reanimado seu espírito competitivo.
Renan tem casa em Itamambuca e foi lá que disputou seus primeiros campeonatos. A familiaridade com as ondas e o incentivo dos amigos foram determinantes na sua decisão em correr a etapa e evoluir nela.
Ao longo da semana, a ondulação variou bastante. No início da competição as ondas estavam pequenas, e ele passou em segundo quando as baterias eram com quatro atletas.
Nas fases avançadas, disputadas homem a homem, o mar ficou maior e irregular e Renan soube se colocar no pico e escolher as ondas certas.
Enquanto seus adversários tentavam sem muito sucesso manobras aéreas, superman, 360, ele fazia seu clássico surfe consistente de linha e somava pontos. Sem a pressão por pontos que outros experimentavam, Renan surfou tranqüilo.
Mesmo na final contra Troy Brooks (AUS), integrante do WCT, manteve sua estratégia, e foi o suficiente. Quando a sirene final tocou, Zecão se aproximou do campeão com o jet ski da organização para um encontro emocionado entre velhos amigos. Na areia, mais vibração.
Com a filha, Luna, no colo, ele recebeu o troféu e o prêmio de US$ 15 mil. A vitória de Renan foi a segunda de um brasileiro em cinco edições do Onbongo. Para outros brasileiros que precisavam do resultado em casa, a coisa ficou complicada, quer dizer, terá que ser decidida no Havaí.
Neco Padaratz perdeu de cara em Ubatuba, mas está próximo de confirmar a vaga; com 8.600 pontos no ranking, deve precisar trocar um resultado. Victor Ribas está em situação um pouco mais confortável, ocupa a 11ª posição, duas acima de Neco, e ainda aparece na 25ª posição do WCT, a última para se manter na elite, basta chegar nas quartas-de-final do Nova Schin ou do Pipe Masters para se garantir. O bi brasileiro Léo Neves está em 12º e ficou a uma bateria de garantir a vaga no país.
Rodrigo Dornelles, 15º, é o último da zona de classificação pelo WQS. Saíram vitoriosos do Onbongo, além de Renan, Marcondes Rocha, que garantiu o título sul-americano, Simão Romão, terceiro, que subiu várias posições e tem chances no Havaí, e Bernardo Pigmeu, quinto, segundo brasileiro. O primeiro é Adriano de Souza oficialmente garantido na elite mundial em 2007.

MUNDIAL DE SURFE WCT
Sem Kelly Slater, Mark Occhilupo e agora também sem ondas, o Nova Schin Festival, penúltima etapa da temporada, começou segunda em Imbituba (SC), foi interrompido para aguardar melhores condições e vai até dia 8. Wayne Bartholomew, presidente da ASP, e Teco Padaratz anunciaram que o Mundial Masters será no Brasil. A prova para maiores de 35 anos e de 45 na Gran Master não acontece há três anos e volta em 2007.

BIKE DESAFIO 24 HORAS
Com presença do norte-americano Rob Kish, recordista em participações na Raam, prova que serviu de inspiração para os organizadores, neste sábado Fortaleza (CE), recebe atletas para a prova num circuito de 13 km, nas categorias solo, duplas, quartetos e octetos, masculino, feminino e misto.


sarli@trip.com.br

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