Wilson entra na etapa final e brilha na terceira vitória consecutiva do time, que se afasta ainda mais do descenso no Brasileiro

Jarbas Oliveira/Futura Press

Sem seu ataque titular, sem poder contar com sete atletas, entre lesionados e suspensos, o Corinthians, de fato, conseguiu golear pela primeira vez nas mãos de Emerson Leão.
E o arquiteto do triunfo foi um atacante reserva, que só entrou no segundo tempo e estava havia um mês sem atuar por conta de uma lesão. Com um gol e duas assistências, Wilson, de 21 anos, foi o nome do jogo e ajudou o time a afastar ainda mais o perigo do rebaixamento.
Com a vitória, os corintianos chegaram a 41 pontos no Brasileiro, mas ainda estão na 14ª posição do Brasileiro. Foi a terceira vitória seguida do clube paulista, que não marcava quatro gols desde o dia 21 de maio, nos 4 a 2 sobre o Vasco.
Foi também o melhor desempenho no aspecto ofensivo do time, que jogou sem Amoroso e Ramon, titulares do setor na gestão de Leão, que vinha considerando as vitórias por 1 a 0, predominantes sob o comando dele, "goleadas". "Pra mim, até 1 a 0 serviria. Qualquer vitória é goleada", reiterou o treinador depois da partida.
Ontem, de acordo com o Datafolha, foram 20 chutes a gol, 13 deles certos -65 % de aproveitamento, o segundo melhor da equipe neste Nacional.
A goleada só veio no segundo tempo. No primeiro, Leão, cauteloso, pôs o time todo atrás. Só Rafael Moura ficava avançado.
Os outros dois atacantes, Wilson e Daniel, iniciaram no banco. Desfalcado, o treinador preferiu apostar em um sistema defensivo mais encorpado, com três zagueiros. No 3-5-2, Leão promoveu a estréia no time profissional do lateral-direito Fagner, de 17 anos.
O fato é que, se assustava pouco, o Corinthians tampouco foi ameaçado. Jogo típico de duas equipes que estão lutando contra o rebaixamento. Brigado, mas sem criatividade.
Desse modo, o Corinthians recorreu a fórmula semelhante a que derrotou o Palmeiras, mas com boa dose de sorte. Bola parada, cobrança de escanteio, e Renato, com um toque esquisito, de costas para o gol, faz 1 a 0, aos 29min.
"Na hora do gol, o Renato me empurrou, me encoxou [sic], mas faz parte", reclamou, sem razão, o volante Ramalho, que marcava o corintiano no lance.
A partir daí, curiosamente, os comandados de Leão intensificaram sua presença no ataque. No segundo tempo, Leão resolveu mudar o time. Tirou Rafael Moura e colocou Wilson. E o jogo mudou. Com os meias chegando mais ao ataque, o goleiro Edson Bastos passou a ter mais trabalho. O Fortaleza, que segue na zona da degola, lançou-se ao ataque, deixando ainda mais espaços ao oponente.
E foi Wilson que, em bela jogada pela direita, rolou para Roger, que girou na área e bateu cruzado para fazer 2 a 0.
Foi o segundo gol no Brasileiro do meia, que não marcava desde 22 de abril, contra o São Caetano. Um minuto depois, em rápido contragolpe, Roger tocou para Wilson, que serviu César: 3 a 0. E Wilson ainda teve tempo para deixar o seu.


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