São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2008

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Às escondidas, Luxemburgo e Santos flertam

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vanderlei Luxemburgo deixou a Vila Belmiro no final do ano passado, mas a Vila Belmiro não o deixou. O casamento entre o clube e o treinador, apesar de ter acabado oficialmente, virou namoro às escondidas.
Luxemburgo e Marcelo Teixeira, presidente do Santos, continuam se falando com freqüência e, no clube, não é segredo para ninguém a influência que o técnico palmeirense ainda exerce sobre o futebol do time da Vila.
Não raro, o treinador recebe telefonemas de atletas e membros da comissão técnica, até durante os treinamentos. Os mais próximos de Luxemburgo são o auxiliar Serginho Chulapa, o lateral-esquerdo Kléber, o goleiro Fábio Costa e o atacante Kléber Pereira, artilheiro do Brasileiro-08. Ou seja, os principais líderes do elenco.
Não à toa, a pessoas próximas, Emerson Leão, também ex-treinador santista e talvez o maior desafeto de Luxemburgo no futebol, acusa os "amigos" do hoje comandante palmeirense de boicotarem seu trabalho.
Quando desembarcou na Vila, Leão ficou obcecado em apagar todos os rastros de seu antecessor no clube. E declarou ter encontrado estrutura precária no departamento de futebol.
Como se sabe, Leão não durou muito. E, claro, o clube ficou ao lado de Luxemburgo. O presidente Marcelo Teixeira atribui a Leão boa parte da culpa pelo desempenho fraco do time neste Brasileiro. Avalia que ele se preocupava demais com o técnico palmeirense.
Conselheiros santistas dizem que está tudo preparado para a volta do treinador à Vila, apesar de Teixeira afirmar que manterá Márcio Fernandes, que afastou o clube da zona da degola.
O dirigente declara ainda que dinheiro não é problema para o retorno. Um revés palmeirense no Brasileiro, avalia, facilitaria as coisas.
Um outro aspecto que poderia seduzir Luxemburgo, dizem os santistas, é a autonomia que teria na Vila e que não tem no Palmeiras. Quando comandava o Santos, ele chegou a negociar pessoalmente a contratação de atletas, como a de Zé Roberto.
Nesta temporada, Luxemburgo ajudou o time do litoral em seu momento mais difícil no Brasileiro ao articular a ida do volante Wendel, ex-Palmeiras, para o Santos.
Apesar da proximidade com o rival, o presidente palmeirense, Affonso della Monica, afirma que seu treinador tem "liberdade total" e não deixará o clube.
No Santos, a oposição critica o relacionamento, mas aposta que o presidente jogará pesado para tê-lo de volta. "O Marcelo Teixeira e o Luxemburgo se merecem. Eles são tampa e panela", diz Celso Leite, conselheiro de oposição do clube do litoral sul.


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