UOL


São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BASQUETE

Conferência de cúpula

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

De um lado, a melhor campanha da Conferência Oeste, 13 vitórias e três derrotas, a equipe que mais se reforçou no ano, talvez a mais estrelada da história da liga norte-americana.
De outro, o líder do Leste, 14 vitórias e duas derrotas, invicto fora de casa, a defesa mais dura da competição, time alçado ao topo da classificação pelas mãos de novos dirigentes e treinadores.
Coube ao último dia de novembro, com o tira-teima entre Los Angeles Lakers e Indiana Pacers, escancarar a grande verdade do campeonato 2003/04.
Antes do final do terceiro período, diante de sua extasiada torcida, os californianos já se davam ao luxo de descansar os astros. Primeiro, Karl Malone. Depois, pela ordem, Gary Payton, Shaquille O'Neal e Kobe Bryant.
Quarto a quarto, os Lakers desmoralizaram o adversário: 23 x 17, 23 x 20, 22 x 14 e 31 x 26.
Shaq marcou um ponto a cada um dos 23 minutos que permaneceu em quadra. Malone voltou a cravar um duplo-duplo (11 pontos e 15 rebotes). Kobe preferiu passar -registrou sete assistências. Payton fez o estrago na marcação.
A equipe que se gabava de segurar os oponentes em esquálidos 80 pontos? Foi ela mesmo estacionada em 77, com apenas 39,1% de aproveitamento nos arremessos.
"São um time excepcional, sobretudo na defesa", admitiu Rick Carlisle, técnico do Indiana desde agosto. "Estamos muito aquém."
Desde o ocaso do mítico Chicago Bulls de Michael Jordan, hexacampeão em 91/92/93/96/97/98, os títulos ficaram com representantes da Conferência Oeste.
Ano a ano, os ocidentais impõem-se nos confrontos territoriais. Na temporada passada, a vantagem bateu recorde: 250 vitórias em 420 partidas (59,5%).
Mas, pelo jeito, a marca histórica será obliterada no campeonato em curso. Até ontem, as equipes da Conferência Leste levaram a pior em 62 dos 91 duelos (68,1%).
Dos 14 ocidentais, 11 aparecem com campanhas positivas, acima de 50%. Dos 15 orientais, só três merecem essa distinção.
Tal disparidade repercute, evidentemente, por toda tabela.
Ela adiou, por exemplo, a crise do San Antonio. Graças a seis triunfos em sete desafios interconferência, os atuais campeões abafam o vexame de terem caído em sete dos dez encontros com os vizinhos de Oeste e ostentam ao menos uma campanha positiva.
São os fracos representantes do Leste, também, que alimentam os sonhos de classificação de tradicionais sacos de pancada como Denver (5v e 2d contra os orientais) e Golden State (4v e 0d).
Os ocidentais ajudaram, ainda, a desenhar tanto a ponta como a rabeira do Leste.
Ocupam o alto nessa conferência justamente quem aguenta o tranco contra o Oeste: Indiana (4v e 1d nos confrontos), Detroit (3v e 3d) e New Orleans (3v e 1d).
E acotovelam-se nas últimas posições quatro times que só conseguiram triunfar duas vezes em 31 duelos territoriais: Miami (1v e 8d), Chicago (0v e 9d), Cleveland (1v e 6d) e Orlando (0v e 8d).
Os marqueteiros terão de suar sangue. Em quadra, metade da NBA tornou-se irrelevante.

Meridiano 1
Apenas três equipes registram pontuações médias de três dígitos. Todas do Oeste: Sacramento (105,4), Lakers (103,1) e Dallas (100,4).

Meridiano 2
No show de calouros, destaque também para o Oeste. Carmelo Anthony, o terceiro selecionado no "vestibular", ajudou a alçar o Denver à zona de classificação. No Leste, o fantástico LeBron James, o primeiro, não consegue tirar o Cleveland da vice-lanterna. E Darko Milicic, o segundo, jogou só sete minutos até agora pelo Detroit.

Meridiano 3
A ESPN International exibe hoje o duelo entre o Denver de Carmelo (e de Nenê, recuperado de contusão) e o Cleveland de LeBron.

E-mail melk@uol.com.br


Texto Anterior: Triatlo: Paranaense é 1º latino a vencer o Ultraman
Próximo Texto: Futebol - Marcos Augusto Gonçalves: Azul cristalino
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.