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BASQUETE
Conferência de cúpula
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
De um lado, a melhor campanha da Conferência Oeste, 13 vitórias e três derrotas, a
equipe que mais se reforçou no
ano, talvez a mais estrelada da
história da liga norte-americana.
De outro, o líder do Leste, 14 vitórias e duas derrotas, invicto fora de casa, a defesa mais dura da
competição, time alçado ao topo
da classificação pelas mãos de novos dirigentes e treinadores.
Coube ao último dia de novembro, com o tira-teima entre Los
Angeles Lakers e Indiana Pacers,
escancarar a grande verdade do
campeonato 2003/04.
Antes do final do terceiro período, diante de sua extasiada torcida, os californianos já se davam
ao luxo de descansar os astros.
Primeiro, Karl Malone. Depois,
pela ordem, Gary Payton, Shaquille O'Neal e Kobe Bryant.
Quarto a quarto, os Lakers desmoralizaram o adversário: 23 x
17, 23 x 20, 22 x 14 e 31 x 26.
Shaq marcou um ponto a cada
um dos 23 minutos que permaneceu em quadra. Malone voltou a
cravar um duplo-duplo (11 pontos
e 15 rebotes). Kobe preferiu passar
-registrou sete assistências. Payton fez o estrago na marcação.
A equipe que se gabava de segurar os oponentes em esquálidos 80
pontos? Foi ela mesmo estacionada em 77, com apenas 39,1% de
aproveitamento nos arremessos.
"São um time excepcional, sobretudo na defesa", admitiu Rick
Carlisle, técnico do Indiana desde
agosto. "Estamos muito aquém."
Desde o ocaso do mítico Chicago Bulls de Michael Jordan, hexacampeão em 91/92/93/96/97/98, os
títulos ficaram com representantes da Conferência Oeste.
Ano a ano, os ocidentais impõem-se nos confrontos territoriais. Na temporada passada, a
vantagem bateu recorde: 250 vitórias em 420 partidas (59,5%).
Mas, pelo jeito, a marca histórica será obliterada no campeonato
em curso. Até ontem, as equipes
da Conferência Leste levaram a
pior em 62 dos 91 duelos (68,1%).
Dos 14 ocidentais, 11 aparecem
com campanhas positivas, acima
de 50%. Dos 15 orientais, só três
merecem essa distinção.
Tal disparidade repercute, evidentemente, por toda tabela.
Ela adiou, por exemplo, a crise
do San Antonio. Graças a seis
triunfos em sete desafios interconferência, os atuais campeões abafam o vexame de terem caído em
sete dos dez encontros com os vizinhos de Oeste e ostentam ao
menos uma campanha positiva.
São os fracos representantes do
Leste, também, que alimentam os
sonhos de classificação de tradicionais sacos de pancada como
Denver (5v e 2d contra os orientais) e Golden State (4v e 0d).
Os ocidentais ajudaram, ainda,
a desenhar tanto a ponta como a
rabeira do Leste.
Ocupam o alto nessa conferência justamente quem aguenta o
tranco contra o Oeste: Indiana
(4v e 1d nos confrontos), Detroit
(3v e 3d) e New Orleans (3v e 1d).
E acotovelam-se nas últimas
posições quatro times que só conseguiram triunfar duas vezes em
31 duelos territoriais: Miami (1v e
8d), Chicago (0v e 9d), Cleveland
(1v e 6d) e Orlando (0v e 8d).
Os marqueteiros terão de suar
sangue. Em quadra, metade da
NBA tornou-se irrelevante.
Meridiano 1
Apenas três equipes registram pontuações médias de três dígitos.
Todas do Oeste: Sacramento (105,4), Lakers (103,1) e Dallas (100,4).
Meridiano 2
No show de calouros, destaque também para o Oeste. Carmelo Anthony, o terceiro selecionado no "vestibular", ajudou a alçar o Denver à zona de classificação. No Leste, o fantástico LeBron James, o
primeiro, não consegue tirar o Cleveland da vice-lanterna. E Darko
Milicic, o segundo, jogou só sete minutos até agora pelo Detroit.
Meridiano 3
A ESPN International exibe hoje o duelo entre o Denver de Carmelo
(e de Nenê, recuperado de contusão) e o Cleveland de LeBron.
E-mail melk@uol.com.br
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