DA REPORTAGEM LOCAL

A emboscada a Vagner Love é o ponto mais crítico da crise entre o Palmeiras e sua maior torcida organizada. Há um mês, o presidente da Mancha Alviverde, André Guerra, disse à Folha que incentivaria integrantes da facção a perseguir jogadores.
"O Belluzzo não disse para a gente bater em juiz? Eu penso da mesma forma, sou igual ao Belluzzo", declarou Guerra, que ontem não foi localizado para comentar o caso.
Em Porto Alegre, onde o Palmeiras perdeu para o Grêmio por 2 a 0 há duas semanas, houve atritos entre integrantes da facção e Vagner Love.
Um deles teria sido agredido pelo jogador no aeroporto Salgado Filho, quando o time se preparava para voltar a São Paulo. O que ocorreu ontem seria uma forma de revanche.
No último sábado, o ônibus que transportava a delegação do Palmeiras de Itu para São Paulo foi atingido por pedradas. Há fortes suspeitas de que tenha sido a Mancha Alviverde.
No domingo, antes do jogo contra o Atlético-MG, líderes da facção já planejavam uma invasão ao vestiário em caso de derrota -o time venceu por 3 a 1. Na rua Turiaçu, torcedores já estocavam tijolos para atirar contra carros dos jogadores.
Na semana passada, o atacante reserva Lenny também foi ameaçado na mesma agência do Bradesco em que Vagner Love foi agredido ontem.
Mas o Palmeiras não está em crise apenas com seus torcedores. No mesmo jogo de Porto Alegre, contra o Grêmio, o zagueiro Maurício e o atacante Obina trocaram sopapos em pleno gramado. Foram banidos do clube pela diretoria.
Ontem, o vice de futebol Gilberto Cipullo disse que a segurança dos jogadores poderia ser reforçada. No domingo, o time faz a última partida do Campeonato Brasileiro contra o Botafogo, no Engenhão.
"Vamos ter que tomar mais cuidado na volta do time do Rio caso a vaga na Libertadores não seja conquistada", declarou o cartola. "Se ficar comprovado algum vínculo entre essa agressão e a Mancha Alviverde, vamos tomar atitudes drásticas", disse Cipullo. (MF)


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