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clima quente
Torcedores palmeirenses agridem Vagner Love
Três membros de organizada atacam atleta e são presos por agressão e racismo
Confronto ocorre em agência bancária ao lado do clube menos de um mês após Belluzzo dar declarações
que incitavam violência
Fernando Santos/Folha Imagem
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O atacante Vagner Love participa de
treino, após a agressão
MARTÍN FERNANDEZ
LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O atacante Vagner Love, do
Palmeiras, foi agredido ontem
por três integrantes da facção
organizada Mancha Alviverde.
O episódio ocorre menos de
um mês depois de o presidente
do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, ter afirmado que "daria uns
tapas" no árbitro Carlos Eugênio Simon. Belluzzo também
foi flagrado em festa da torcida
organizada dizendo "Vamos
matar os bambis", em referência jocosa aos são-paulinos.
O jogador deixava uma agência do Bradesco, na avenida Antarctica, na zona oeste de São
Paulo, por volta das 15h, e foi
cercado pelos três agressores
quando estava prestes a entrar
em seu carro -uma camionete
Chevrolet Captiva. Foi chamado de "negão baladeiro".
"Podem vir os três", teria gritado o jogador, segundo relatos
do segurança do banco, do responsável pelo estacionamento
em que estava o carro e de dois
vendedores ambulantes que fazem ponto na frente da agência.
Um dos três torcedores subiu
no carro de Love e tentou acertá-lo com uma voadora. O jogador conseguiu acertar um soco
na boca de um deles, que saiu
sangrando. O atleta caiu no
chão, machucou o cotovelo e
teve a camiseta e a bermuda
rasgadas antes de fugir.
"Ainda vamos te pegar à bala", ameaçaram os agressores,
que deixaram o local em um
Audi A3 preto, localizado minutos depois pela Polícia Militar na rua Barão do Bananal, a
cerca de um quilômetro dali.
O goleiro Marcos estava dentro da agência no momento da
confusão e chamou os seguranças do Palmeiras, que chegaram quando Love e os agressores já haviam saído. O clube fica
no mesmo quarteirão do banco.
Os três homens foram presos
em flagrante quando andavam
a pé pela mesma rua. Segundo o
delegado Itagiba Franco, chefe
da Divisão de Homicídios e
Proteção à Pessoa, não ofereceram resistência e admitiram
que agrediram o jogador.
Um dos acusados é Neilo
Ferreira e Silva, 25, conhecido
por "Lagartixa", um dos líderes
da organizada Mancha Alviverde, e que também participou da
agressão ao treinador Vanderlei Luxemburgo no aeroporto
de Congonhas, há um ano.
Ferreira e Silva tem passagens policiais por lesão corporal e formação de quadrilha. Os
outros dois acusados são Maxsuel Santana Pereira, 19, e Deivison Correia Carvalho, 20.
Todos responderão por lesão
corporal dolosa, mas só foram
mantidos presos pois também
responderão por racismo -crime inafiançável, com pena de
um a três anos de detenção. A
polícia ouvirá testemunhas.
Love chegou meia hora atrasado ao treino ontem à tarde.
Quando apareceu no campo,
confirmou o episódio.
"Tentaram me agredir, estavam em três, mas não conseguiram", afirmou o atacante. Às
18h35, quando fazia uma hora
que os agressores estavam detidos, Vagner Love chegou à delegacia em um Fox verde, seguido de uma Kombi lotada de
seguranças do Palmeiras.
Em depoimento, no entanto,
o centroavante confirmou as
agressões. De acordo com o delegado, ele tinha hematomas e
reclamava de "muita dor no
rosto". Depois de ser ouvido,
ele seria encaminhado ao IML
(Instituto Médico Legal) ainda
na noite de ontem, onde faria
exame de corpo de delito.
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