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HISTÓRIA SEM FIM
"Toda hora é uma história diferente", afirma pugilista que, sem dinheiro, falta a exame
Perdidos, atletas reclamam da demora
DA REPORTAGEM LOCAL
O atraso no repasse da verba
da Lei Piva aos atletas prejudica
até a rotina de treinamento dos
esportistas. Foi o caso do meio-médio José Archak, da seleção
de boxe, que deixou de ir ao hospital para fazer exame na mão
por não ter dinheiro para a condução, há cerca de uma semana.
Dias depois, quando foi questionado sobre o motivo de não
ter ainda o resultado do exame,
o pugilista explicou a razão. Finalmente, depois de pedir emprestado o dinheiro do ônibus a
um membro da comissão técnica, pôde ter a mão examinada.
"Achei que começaria a receber esse dinheiro há uns três meses, mas toda hora os dirigentes
aparecem com uma história diferente, não dá para entender
muito bem", reclama Archak.
Atletas e dirigentes têm acesso
a informações desencontradas.
"Esse [o repasse da verba" é um
assunto que os dirigentes não
comentam, o que ficamos sabendo é por meio de boatos entre atletas. Só soube por você que
o dinheiro para as confederações [colocarem em prática as
suas atividades" já foi liberado",
reclama o judoca Mário Sabino,
prata há duas semanas na etapa
da Áustria do circuito europeu.
Apesar de ter ganhado medalha, Sabino pode ficar sem a ajuda financeira que os integrantes
das seleções que representassem
o Brasil no exterior teriam direito, segundo prevê projeto apresentado pela CBJ (Confederação
Brasileira de Judô) ao COB.
Para o presidente da CBJ, Paulo Wanderley, como o dinheiro
da Lei Piva não foi liberado até
agora, quem disputou torneios
pela seleção do início do ano para cá não receberá tal verba.
Esse valor seria acrescido à
ajuda de custo dos atletas que
participarem de campeonatos
quando o dinheiro for liberado.
""Havia um rumor de que receberíamos uma ajuda financeira,
mas nada oficial. Mas, se quem
competiu não receber, será uma
injustiça", complementa Sabino.
""Não vai haver empecilho para
quem tiver competido receber
retroativamente a premiação a
quem tem direito", diz Nuzman.
Até quem não passa necessidade reclama do atraso. ""Tenho
o apoio de minha academia e patrocinador, mas com certeza
tem atleta que precisa desse dinheiro", analisa a ginasta Daiane
dos Santos.
(EO)
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