São Paulo, domingo, 03 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HISTÓRIA SEM FIM

"Toda hora é uma história diferente", afirma pugilista que, sem dinheiro, falta a exame

Perdidos, atletas reclamam da demora

DA REPORTAGEM LOCAL

O atraso no repasse da verba da Lei Piva aos atletas prejudica até a rotina de treinamento dos esportistas. Foi o caso do meio-médio José Archak, da seleção de boxe, que deixou de ir ao hospital para fazer exame na mão por não ter dinheiro para a condução, há cerca de uma semana.
Dias depois, quando foi questionado sobre o motivo de não ter ainda o resultado do exame, o pugilista explicou a razão. Finalmente, depois de pedir emprestado o dinheiro do ônibus a um membro da comissão técnica, pôde ter a mão examinada.
"Achei que começaria a receber esse dinheiro há uns três meses, mas toda hora os dirigentes aparecem com uma história diferente, não dá para entender muito bem", reclama Archak.
Atletas e dirigentes têm acesso a informações desencontradas. "Esse [o repasse da verba" é um assunto que os dirigentes não comentam, o que ficamos sabendo é por meio de boatos entre atletas. Só soube por você que o dinheiro para as confederações [colocarem em prática as suas atividades" já foi liberado", reclama o judoca Mário Sabino, prata há duas semanas na etapa da Áustria do circuito europeu.
Apesar de ter ganhado medalha, Sabino pode ficar sem a ajuda financeira que os integrantes das seleções que representassem o Brasil no exterior teriam direito, segundo prevê projeto apresentado pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô) ao COB.
Para o presidente da CBJ, Paulo Wanderley, como o dinheiro da Lei Piva não foi liberado até agora, quem disputou torneios pela seleção do início do ano para cá não receberá tal verba.
Esse valor seria acrescido à ajuda de custo dos atletas que participarem de campeonatos quando o dinheiro for liberado.
""Havia um rumor de que receberíamos uma ajuda financeira, mas nada oficial. Mas, se quem competiu não receber, será uma injustiça", complementa Sabino.
""Não vai haver empecilho para quem tiver competido receber retroativamente a premiação a quem tem direito", diz Nuzman.
Até quem não passa necessidade reclama do atraso. ""Tenho o apoio de minha academia e patrocinador, mas com certeza tem atleta que precisa desse dinheiro", analisa a ginasta Daiane dos Santos. (EO)


Texto Anterior: As lamentações
Próximo Texto: Automobilismo: Ferrari só vai estrear carro em Interlagos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.