São Paulo, domingo, 03 de março de 2002

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AUTOMOBILISMO

Escuderia italiana já descarta a possibilidade de correr com o F2002 no GP da Malásia, em duas semanas

Ferrari só vai estrear carro em Interlagos

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE

O autódromo de Interlagos vai assistir à estréia do novo carro da Ferrari. A equipe já decidiu: se nada de errado acontecer, vai estrear o F2002 na terceira etapa do Mundial, o GP Brasil, no dia 31.
A possibilidade de correr na Malásia, dentro de duas semanas, foi descartada. Até lá, segundo os técnicos ferraristas, não haveria tempo para resolver os problemas da nova caixa de câmbio.
Na abertura do Mundial de F-1, que aconteceria na madrugada de hoje, a escuderia italiana utilizaria o F2001, seu carro da última temporada. Foi a primeira vez desde a temporada de 1978 que a Ferrari iniciou um campeonato com um modelo do ano anterior.
O resultado, pelo menos nos treinos em Melbourne, foi satisfatório. O time foi o mais rápido em todos os treinos livres e, na sessão classificatória, conseguiu dobradinha com Rubens Barrichello e Michael Schumacher -foi a quarta pole position do piloto brasileiro na categoria.
Esse treino oficial era considerado vital para o planejamento ferrarista. Com os bons resultados obtidos, o time poderá trabalhar sem pressa no desenvolvimento de seu novo carro. Um desempenho desastroso, no entanto, aceleraria todo o processo. E a equipe correria para tentar estrear o F2002 já em Sepang.
O principal problema do novo carro, por enquanto, está na caixa de câmbio, fundida no mesmo bloco do motor. A solução, revolucionária, ainda não mostrou resistência suficiente para suportar o ritmo de um GP completo.
"Queremos fazer tudo com muita segurança. E por isso a Ferrari achou melhor trazer o carro de 2001 para cá", declarou Barrichello, à Folha, no paddock de Melbourne. "Para ser sincero e falar a verdade, não sei direito qual foi o problema que surgiu."
O brasileiro é o único piloto titular da F-1 que ainda não andou com o carro 2002 de sua equipe. Schumacher, por sua vez, já percorreu mais de 800 quilômetros com o F2002. E até o inexpressivo Luca Badoer, piloto de testes ferrarista, experimentou o modelo.
"A partir do momento que a Ferrari decidiu vir para cá com o carro velho, passamos a nos concentrar nele. Até o carro novo participar de uma prova, vou ter bastante tempo para me acostumar. Estou tranquilo", afirmou.
"Não estou preocupado com isso. Pelo que sei, o novo carro é bem fácil de guiar. E parece ser ainda mais rápido que o do ano passado", completou o brasileiro.
Nesta semana, a Ferrari deve voltar a centrar fogo no F2002, com Badoer e Luciano Burti, seu outro piloto de testes.
Não estão descartados testes de Barrichello e Schumacher, antes do embarque para a prova da Malásia, no próximo final de semana.
Os dois pilotos titulares, no entanto, só devem mesmo se debruçar sobre o novo carro depois da corrida de Sepang. Preparando-o para a corrida de Interlagos.
Por enquanto, a escuderia não confirma oficialmente que levará o F2002 para São Paulo. Mas também não nega essa informação.
O modelo é o oitavo a ser construído pelo projetista Rory Byrne nas oficinas de Maranello. Na opinião do sul-africano, contratado a pedido de Schumacher, "é a melhor Ferrari já construída".
"Esse carro não é apenas bonito. Posso garantir que essa máquina é a mais competitiva que já saiu de nossas pranchetas", afirmou, no lançamento do F2002.
O tetracampeão concorda. "O carro é muito mais rápido que o de 2001. Não vejo a hora de poder colocá-lo em uma corrida. Estamos bastante otimistas."
Não é difícil de acreditar. Para desespero de Williams e McLaren, apontadas como principais adversárias da Ferrari no Mundial que começou na madrugada.
Veja o resultado do GP da Austrália no www.folha.com.br/esporte



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