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Itália e França superam o Brasil em craques, diz Pelé
Lista do "Rei" para Fifa põe europeus como maiores fontes de grandes nomes da bola
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A lista dos 120 maiores jogadores vivos, elaborada pela Fifa e por
Pelé, inclui mais representantes
da Itália e da França do que do
país pentacampeão mundial.
A Folha teve acesso à relação
completa dos premiados, guardada a sete chaves pela entidade máxima do futebol.
Os nomes só serão divulgados
oficialmente na festa de entrega
do prêmio "Fifa Hundred", amanhã, no Museu de História Natural de Londres, no que será o primeiro grande evento comemorativo pelo centenário da entidade.
No fim de 2003, Pelé foi convidado pela Fifa para escolher os
120 maiores jogadores da história
ainda vivos -dos quais metade
ainda em atividade. De uma lista
de 200 nomes feita pela Fifa, Pelé
escolheu 12 brasileiros, 14 franceses, 14 italianos, 12 holandeses, 9
argentinos, 9 alemães e 7 ingleses.
Todos os 120 homenageados terão suas fotos publicadas no livro
"Hundred", que será colocado no
mercado até o meio do ano pela
editora Royal Academy. No total,
serão cem fotos, já que alguns
atletas foram clicados juntos.
Os brasileiros contemplados receberão a estatueta "Fifa Hundred
Tribute" das mãos do presidente
da CBF, Ricardo Teixeira.
Além de Pelé, que ganhará um
troféu "hors-concours", serão
premiados Carlos Alberto Torres,
Cafu, Djalma Santos, Falcão, Júnior, Sócrates, Rivaldo, Roberto
Carlos, Ronaldinho, Romário,
Ronaldo e Zico.
Até ontem, Romário e Rivaldo
ainda não haviam confirmado
presença no evento, co-organizado por Fifa, Pelé Pro e Duets,
agência de marketing britânica.
A festa reunirá a nata do futebol
mundial. Platini, Puskas, Beckenbauer, Eusébio, Cruijff, Zoff e
Banks, entre outros, estarão presentes. Os integrantes do Comitê
Executivo da Fifa, o primeiro-ministro britânico Tony Blair e
membros da família real também
foram convidados.
Apesar de não haver uma premiação específica para seleções
ou times, o "onze" mais premiado
será a França do Mundial-98. A
equipe dirigida por Aimé Jacquet
levou oito estatuetas. Outros seis
franceses, entre eles o maior artilheiro em uma edição de Copa (13
gols em 1958), Just Fontaine, também foram lembrados.
Assim como os franceses, os italianos, tricampeões mundiais, levarão 14 taças para casa.
Pelé selecionou cinco pentacampeões na Copa-2002, entre
eles Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, três dos jogadores que mais se
irritaram com a presença do Atleta do Século na entrega da Taça
Fifa e das medalhas de ouro no estádio de Yokohama, no Japão.
Os brasileiros, liderados por
Luiz Felipe Scolari, não gostaram
das críticas feitas por Pelé durante
a Copa e entenderam seu gesto na
final como um ato oportunista.
Além da tentativa de aproximação com os atletas brasileiros, Pelé
oficializa amanhã sua reconciliação com a cúpula da Fifa.
É a primeira vez desde a briga
com João Havelange e Ricardo
Teixeira que uma empresa de Pelé
assina um contrato com a entidade máxima do futebol.
Banido do sorteio de duas Copas (94 e 98) durante a gestão Havelange e cabo eleitoral do sueco
Lennart Johansson (Uefa) no pleito da entidade em 1998, Pelé só se
aproximou do grupo de Joseph
Blatter no fim de 2001. O cartola
suíço chegou a viajar a São Paulo
para a abertura da exposição sobre a vida do ex-atleta no Masp,
em fevereiro de 2002.
Desde então, os dois viraram
aliados, mas a parceria comercial
só veio com o "Hundred".
Para Pelé, o acordo é importante porque sua empresa passa por
dificuldades financeiras -fechou
sua sede em São Paulo para cortar
despesas. Para Blatter, ter o "Rei"
ao seu lado é fundamental para
suas pretensões políticas.
Além da festa de amanhã, a Pelé
Pro incluiu no circuito de festividades pelo centenário da Fifa a exposição de objetos pessoais de Pelé no County Hall em Londres.
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