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TÊNIS
Quanto pior, melhor
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Eles estavam todos lá, na Bahia, com muita disposição,
na semana passada.
Representantes da Confederação Brasileira de Tênis estavam
por lá. A oposição também estava
por ali, na paradisíaca Costa do
Sauípe, marcando presença.
O ex-capitão da equipe brasileira na Copa Davis ficou o tempo
todo por ali. O novo capitão da
equipe também ficou por lá, na
dele, mas sempre à disposição. Tiveram tanto tempo livre que até
conseguiram bater uma bolinha,
tranqüilamente, sem pressa, nas
quadras do fundo.
Ex-jogadores que não engolem
a confederação andavam para lá
e para cá. Ex-jogadores que não
engolem os ex-jogadores que não
engolem a confederação idem.
Ex-tenistas que criticam o ex-capitão passavam o dia todo procurando o que fazer. Ex-tenistas que
criticam o novo capitão passaram
horas sem ter o que fazer.
Os patrocinadores, donos do dinheiro que empurra o tênis nacional, também passaram o fim de
semana lá. Com conforto, caminhavam calmamente entre um
jogo e outro. Promotores, organizadores de eventos, os que são
contra e os que são a favor da
CBT, todos no mesmo lugar.
Jornalistas experientes, especialistas de boa-fé, comentaristas
idôneos, gente boa mesmo. Foram todos vistos também ali no litoral baiano.
Os treinadores estavam todos
lá. Os importantes, que moldam a
cabeça dos melhores tenistas do
país, e os que cuidam das cabeças
dos novos tenistas do país.
E, óbvio, os tenistas estavam todos lá. O melhor do país, o segundo melhor, o terceiro melhor, o
quarto, o quinto... O ex-melhor
tenista do Brasil estava lá. Outro
ex-melhor do Brasil também.
Havia também um bom motivo. Um não: alguns.
Tinha a crise em torno da troca
do capitão da equipe brasileira
na Copa Davis (nem tanto pela
indicação de Jaime Oncins, muito
querido, mas pela maneira como
ele assumiu o posto de Ricardo
Acioly). Tem toda a desconfiança
sobre a direção da CBT (a oposição cobra com razão, e Nelson
Nastás deve explicações sobre sua
gestão à frente da entidade). E
também tem todos aqueles mal-entendidos acumulados durante
anos (um que não gosta do outro,
que fala mal do um, que xinga
um terceiro pelas costas).
Tinham todo o tempo, o café da
manhã, a folga da tarde, os eventos da noite, as baladas da madrugada. E tinham muito lugar:
os hotéis, as quadras de treino, a
sala dos tenistas, a de imprensa, o
espaço dos patrocinadores.
Mas não! Ninguém ousou articular um encontro, ninguém se
preocupou em resolver as diferenças, em tirar as diferenças, em sair
dali marchando na mesma direção. Esses senhores, que tantas
idéias têm para resolver os problemas do tênis nacional, em nenhum momento buscaram o consenso, a articulação, a conversa.
Muitos pareciam mais preocupados com a piscina pela manhã,
com a refeição à base de frutos no
mar do almoço, com a baladinha
da noite. Cada um na sua.
Futuro do tênis nacional? Parece que só o nobre leitor se preocupa com isso.
A bailarina e o surfista
Causou emoção o encontro de Maria Esther Bueno com Gustavo
Kuerten durante o Torneio da Costa do Sauípe. Sempre arredia ao
público, a bailarina mostrou que ainda está em forma.
Os garotos
O Future de Florianópolis segue até domingo na capital catarinense.
Alguns dos melhores tenistas do país estão jogando por pontos no
ranking nas quadras de saibro da Federação Catarinense de Tênis.
Os meninos e as meninas
Uberlândia recebe nesta semana a etapa do Circuito Credicard Mastercard. Esta primeira etapa prossegue até o domingo no Praia Clube, com entrada gratuita.
E-mail reandaku@uol.com.br
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