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AUTOMOBILISMO
Na Inglaterra, Max Mosley aguarda sanção "substancial"
Presidente da FIA diz que
GP Brasil pode ser banido
das agências internacionais
Max Mosley, presidente da FIA,
a entidade máxima do automobilismo, declarou que o GP Brasil
está sob risco de ser banido do calendário da F-1 em decorrência da
queda de placas publicitárias, que
levaram a três interrupções no
treino classificatório deste ano.
Os organizadores da prova terão que apresentar explicações no
Conselho Mundial da FIA, em
reunião marcada para quinta, em
Paris, e, segundo disse Mosley,
ontem, em entrevista à rádio britânica BBC, estarão sujeitos a uma
"sanção bastante substancial".
"Vamos ouvir todos os lados
antes de chegar a uma conclusão,
mas há certamente risco de uma
pena dura e possibilidade de a
corrida ser banida", disse o inglês.
Os incidentes tiveram papel determinante na formação do grid.
Dispostas na Reta dos Boxes, as
placas da Marlboro, por ironia, o
principal patrocinador do evento,
caíram pela terceira vez no momento em que o brasileiro Rubens Barrichello, da Ferrari, cumpria a sua melhor parcial.
Relegado ao quarto lugar, nem
o ferrarista contemporizou: "Não
é porque chove que as placas têm
que cair", diria, irritado, ao final
do treino oficial. Ao menos foi
poupado do susto pelo qual passou Jean Alesi, da Prost. O francês, literalmente, atropelou a placa que despencou sobre seu carro.
"Isso (queda de placas) aconteceu três vezes, e eu considero
completamente inaceitável", declarou ontem Mosley. "Como
muitos outros, estava assistindo
tudo pela TV, com uma crescente
irritação. Acabei furioso."
Em comunicado após o treino, a
organização atribuiu o problema
"a fortes ventos" na área do autódromo. No dia seguinte, pouco
antes da corrida, o promotor Tamas Rohonyi disse que um veículo de serviço colidira contra os
painéis, danificando as amarras.
"Na minha opinião, algumas
dessas placas não deveriam existir", disse o dirigente da FIA.
"Uma coisa é colocar uma placa
ao lado da pista na esperança de
ser visto na TV. Outra coisa é tê-la
caindo sobre a pista. Não cabe a
mim decidir sozinho, mas o Conselho Mundial não vai permitir
que ocorram fatos como esses no
futuro", afirmou Mosley.
De acordo com o promotor, a
defesa no Conselho Mundial caberá à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). Formado por 24 membros, entre eles o
próprio Mosley e Bernie Ecclestone, presidente da FOA, empresa
responsável pela comercialização
da F-1, o conselho tem, entre outras atribuições, a de definir o calendário de provas da categoria.
De modo que, paradoxalmente,
o fiasco pode mesmo ser rentável
à FIA. Uma punição mais branda
significará um trunfo nas mãos da
FIA e da FOA no momento de negociação de contratos para a promoção da etapa no futuro. Numa
época em que países asiáticos fazem filas com propostas para
abrigar provas, o Brasil poderá ter
que desembolsar ainda mais para
manter-se no calendário.
Com a Reportagem Local
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