São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2000


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AUTOMOBILISMO
Na Inglaterra, Max Mosley aguarda sanção "substancial"
Presidente da FIA diz que GP Brasil pode ser banido

das agências internacionais

Max Mosley, presidente da FIA, a entidade máxima do automobilismo, declarou que o GP Brasil está sob risco de ser banido do calendário da F-1 em decorrência da queda de placas publicitárias, que levaram a três interrupções no treino classificatório deste ano.
Os organizadores da prova terão que apresentar explicações no Conselho Mundial da FIA, em reunião marcada para quinta, em Paris, e, segundo disse Mosley, ontem, em entrevista à rádio britânica BBC, estarão sujeitos a uma "sanção bastante substancial".
"Vamos ouvir todos os lados antes de chegar a uma conclusão, mas há certamente risco de uma pena dura e possibilidade de a corrida ser banida", disse o inglês.
Os incidentes tiveram papel determinante na formação do grid. Dispostas na Reta dos Boxes, as placas da Marlboro, por ironia, o principal patrocinador do evento, caíram pela terceira vez no momento em que o brasileiro Rubens Barrichello, da Ferrari, cumpria a sua melhor parcial.
Relegado ao quarto lugar, nem o ferrarista contemporizou: "Não é porque chove que as placas têm que cair", diria, irritado, ao final do treino oficial. Ao menos foi poupado do susto pelo qual passou Jean Alesi, da Prost. O francês, literalmente, atropelou a placa que despencou sobre seu carro.
"Isso (queda de placas) aconteceu três vezes, e eu considero completamente inaceitável", declarou ontem Mosley. "Como muitos outros, estava assistindo tudo pela TV, com uma crescente irritação. Acabei furioso."
Em comunicado após o treino, a organização atribuiu o problema "a fortes ventos" na área do autódromo. No dia seguinte, pouco antes da corrida, o promotor Tamas Rohonyi disse que um veículo de serviço colidira contra os painéis, danificando as amarras.
"Na minha opinião, algumas dessas placas não deveriam existir", disse o dirigente da FIA. "Uma coisa é colocar uma placa ao lado da pista na esperança de ser visto na TV. Outra coisa é tê-la caindo sobre a pista. Não cabe a mim decidir sozinho, mas o Conselho Mundial não vai permitir que ocorram fatos como esses no futuro", afirmou Mosley.
De acordo com o promotor, a defesa no Conselho Mundial caberá à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). Formado por 24 membros, entre eles o próprio Mosley e Bernie Ecclestone, presidente da FOA, empresa responsável pela comercialização da F-1, o conselho tem, entre outras atribuições, a de definir o calendário de provas da categoria.
De modo que, paradoxalmente, o fiasco pode mesmo ser rentável à FIA. Uma punição mais branda significará um trunfo nas mãos da FIA e da FOA no momento de negociação de contratos para a promoção da etapa no futuro. Numa época em que países asiáticos fazem filas com propostas para abrigar provas, o Brasil poderá ter que desembolsar ainda mais para manter-se no calendário.


Com a Reportagem Local


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