São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2000


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VÔLEI
O retorno

CIDA SANTOS
Nestes tempos em que vencer é mais importante que competir, as seleções têm de disputar a Olimpíada com seus melhores atletas. Diante desse quadro, a volta de Tande e Giovane é bem-vinda. O problema é como esse retorno está sendo negociado e o que vai representar para os outros jogadores.
Nas reportagens publicadas nos últimos dias, o que chama a atenção é como o técnico Radamés Lattari está à margem das negociações. Pelas suas declarações, divulgadas pela imprensa, Radamés ainda nem conversou com Tande e Giovane sobre o possível retorno deles à seleção.
Os dois atletas estão tratando a questão com patrocinadores e com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A Folha publicou na última semana uma frase significativa do presidente da CBV, Ary Graça Filho: "Eu vou convocar os dois. Se eles vão aceitar ou não, é outra história". Afinal, quem é o técnico?
Vale lembrar que, especialmente este ano, o técnico vai precisar ter o grupo na mão já que terá de administrar uma fogueira de vaidades. Em 99, a seleção já teve problemas. Com a volta de Carlão, o time experimenta uma nova situação: Nalbert e Giba não são mais titulares absolutos.
A disputa dos três por duas vagas no time rendeu atritos como no jogo contra a Coréia do Sul, na Copa do Mundo, quando Nalbert não aceitou a reserva e deixou o ginásio antes do jogo. Com a volta dos dois campeões olímpicos, serão cinco em busca de duas vagas. A briga vai ferver ainda mais.
No caso de Tande e Giovane há um agravante: eles estão vindo da praia para disputar só a Olimpíada. Depois voltam para a praia. Como os atletas, que estão batalhando nos últimos anos com a seleção, vão lidar com a possibilidade de perder a posição para os dois logo no torneio que todos sonham disputar?
Nessa situação, aparece até uma questão ética: será que é justo Tande e Giovane irem para a Olimpíada sem ter de passar por todas as provas que os outros tiveram que enfrentar? Dependendo de como os jogadores da seleção responderem essa questão, poderemos ter ou não um grupo unido na Olimpíada.
A história mostra a enorme dificuldade que o vôlei brasileiro tem de lidar com as vaidades. Nas Olimpíadas de 84 e 96, a seleção foi derrotada pelos problemas de relacionamento entre os atletas.
O certo é que Tande, Giovane, Maurício, Negrão e Carlão têm a chance de ir a mais uma Olimpíada com a experiência de quem já ganhou uma e perdeu outra por vaidades. O que se espera é que tenham aprendido a lição de Atlanta e a transmitam a seus companheiros para não repetir os erros.
Para encerrar, parabéns para o Minas, que atravessou um caminho de pedras contra Flamengo e BCN e garantiu vaga na final contra o Rexona. O time, comandado pelo técnico William e pela levantadora Fofão, tem dado show de bola e revelado mais uma atacante em grande forma: Rosângela.


Cida Santos escreve às segundas-feiras

NOTAS

Italiano
O Bergamo, da brasileira Cilene, vai decidir quarta-feira com o Vicenza, da russa Tatiana Menchova, uma vaga na semifinal do Campeonato Italiano. Cada time está com uma vitória. O destaque do Bergamo é Gabriela Perez, 32 anos, 1,94 m e estrela da seleção do Peru nos anos 80. Cilene está atuando como líbero.

Desfalque
A Itália já tem um desfalque para o início da Liga Mundial. O atacante Bernardi, titular da seleção, machucou o tornozelo esquerdo e será operado. Bernardi, que joga no Sisley, também está fora da fase decisiva do Campeonato Italiano.

Boas-novas
A Intelbras/São José, de Santa Catarina, vai manter a equipe masculina para a próxima temporada. O time, que foi o lanterninha da Superliga, também vai investir nas categorias de base.

E-mail cidasan@uol.com.br


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