|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRIATLO
Karen Smyers adiou um tratamento para disputar uma vaga para a estréia olímpica da modalidade
Atleta enfrenta câncer por Sydney
da Reportagem Local
O sonho de participar da Olimpíada de Sydney está fazendo a
triatleta norte-americana Karen
Smyers, 38, adiar um tratamento
contra o câncer.
Karen voltou a competir anteontem na segunda etapa da Copa do Mundo, no Havaí, pouco
mais de três meses após a cirurgia
que retirou a maior parte de sua
tireóide afetada e dois nódulos
linfáticos, e terminou no 16º lugar.
"Deve ser minha única chance
(o triatlo estréia como modalidade olímpica em Sydney). Tenho
de dar tudo agora", disse.
Após a operação, na semana anterior ao Natal, o médico de Karen
recomendou o início imediato do
tratamento radioterápico.
Ela decidiu procurar outros médicos, soube que o tipo de câncer
não é tão agressivo e, após pesquisas na Internet, descobriu que o
índice de cura atinge 95%.
"Perguntei aos médicos se não
poderia esperar até a definição
das vagas olímpicas. Como eles
não me recomendaram isso, decidi correr o risco", afirmou Karen.
Ela terá duas oportunidades para tentar conquistar uma das três
vagas da equipe dos EUA.
A primeira vaga será da atleta
do país mais bem colocada na etapa da Copa do Mundo de Sydney,
no dia 15. As duas restantes serão
definidas na seletiva dos EUA no
dia 27 de maio, em Dallas.
O câncer foi o último percalço
na área médica enfrentada por
Karen, que não teve contusões
nos primeiros 13 anos de carreira.
Nos último dois anos e meio,
porém, ela viveu uma fase negra.
Em 1997, sofreu uma lesão na perna em um acidente doméstico e,
no ano seguinte, após ser atropelada enquanto treinava ciclismo,
quebrou seis costelas e teve seu
ombro direito deslocado.
Durante a recuperação da contusão de 1997, ficou grávida e teve
sua única filha, Jenna.
Karen descobriu que poderia
ter câncer em outubro. Com
bronquite, foi ao médico e aproveitou para examinar um inchaço
em seu pescoço.
Uma ultra-sonografia apontou
a possibilidade do câncer, mas era
necessária uma biópsia para confirmar a suspeita. Karen decidiu
esperar para fazer o exame.
No mesmo mês, foi vice-campeã do Ironman (a competição
mais desgastante do triatlo). "Fiz
uma grande prova e achava improvável que tivesse câncer. Acreditava em algum engano."
A última competição em 1999
aconteceu no México. No ciclismo, Karen perseguia uma adversária, que acabou caindo e provocando um efeito dominó.
A triatleta retornou a Massachusetts, onde mora e faria a
biópsia, com a clavícula fraturada.
Outros casos
Antes de Karen, outros atletas
voltaram às competições após se
confrontarem com o câncer.
No ano passado, o ciclista norte-americano Lance Armstrong, que
teve câncer nos testículos, venceu
a Volta da França, mais famosa
competição da modalidade. O tumor havia se espalhado por outras partes, incluindo o cérebro.
Também em 99, a russa naturalizada sueca Lyudmila Engquist
esteve no Mundial de atletismo,
após uma mastectomia (retirada
da mama), devido a um tumor no
seio direito.
O caso de Karen deve ser menos
traumático, pois vai se submeter a
radioterapia e não quimioterapia.
"Normalmente, a radioterapia é
relativamente simples e feita por
via oral", afirmou Antônio Roberto Chacra, professor titular de
endocrinologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo),
que preferiu não comentar especificamente o caso de Karen.
(FERNANDO ITOKAZU)
Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: O Santos à espera do Messias Próximo Texto: Frases Índice
|