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Hipismo usa dois pesos na seleção para o Pan
Seletiva do CCE vai considerar evento
na Europa, o que não ocorre nos saltos
Divergências com dirigentes
sobre os critérios para a
escolha da equipe fizeram
Rodrigo Pessoa abrir mão de
disputar competição no Rio
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
A mesma CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) que
excluiu as provas no exterior da
seletiva de saltos para Pan-Americano incluiu Saumur, na
França, na observação dos concorrentes para o CCE (concurso completo de equitação).
Os critérios para a formação
da equipe de CCE foram divulgados ontem no site da confederação. Serão convocados oito
conjuntos para treinamento.
Apenas quatro irão ao Pan.
Cinco dos oito selecionados
sairão do concurso de Lagoa
Santa (MG), de 20 a 22 deste
mês. Os outros três serão chamados segundo "critérios subjetivos". Na avaliação, contará o
desempenho na prova em Saumur, em 26 de maio.
Em fevereiro, pouco depois
de assumir a CBH, o presidente
Maurício Manfredi mudou as
regras da seletiva dos saltos, excluindo as disputas no exterior
como classificatórias para o
Pan. Passaram a valer apenas
dois concursos no Rio.
Dois cavaleiros estariam pré-classificados, de acordo com o
regulamento original: Rodrigo
Pessoa e Bernardo Alves, por
serem os dois brasileiros mais
bem posicionados no ranking
mundial. Pessoa aparece na 15ª
posição e Alves é o 17º colocado.
Descontente com a mudança
na seletiva, Pessoa, além de Álvaro Affonso de Miranda Neto,
Cássio Rivetti e Pedro Veniss,
decidiu não disputar o Pan do
Rio. Os quatro moram na Europa e defendiam provas qualificatórias naquele continente
por considerá-las de nível técnico mais alto que as no Brasil.
Alves, a pedido do dono de
seu cavalo, Jorge Gerdau, estará em cena no Pan.
O diretor de CCE da confederação, Eduardo Migon, diz que
a opção pela prova na Europa
atende a "particularidades da
modalidade". Para ele, os cavalos do CCE são mais exigidos.
"Nos saltos, uma prova dura,
em média, um minuto e meio.
No CCE, são 11 minutos, com
uma velocidade maior", justifica Migon. "É importante manter o condicionamento físico e
as condições orgânicas dos cavalos. Se trago para o Brasil, o
cavalo terá o desgaste de 10 mil
quilômetros de viagens. Depois, demora a se recuperar."
O dirigente acrescenta que,
até o Pan, a partir de 13 de julho, só haverá um concurso de
nível no Brasil, justamente o de
Lagoa Santa. "Na Europa, serão
cinco provas de nível até o Pan.
Escolhemos Saumur porque a
França é a atual campeã mundial de CCE. Competirão 150
concursos, num intercâmbio
grande para os brasileiros."
Migon argumenta que, nos
saltos, existem mais concursos
de nível no Brasil, o que pesou
para que a confederação optasse pelas seletivas para o Pan no
país e não mais na Europa.
O presidente da CBH diz ainda que não recuará da decisão
de tirar a Europa da seletiva de
saltos, mesmo diante da oposição pública de Pessoa.
"Queremos a equipe mais
forte possível no Pan. É claro
que há defasagem do hipismo
nacional em relação ao europeu. Com as seletivas aqui, queremos dar um impulso no hipismo no país", diz Manfredi.
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