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AÇÃO
Por fazer e comemorar
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Finalmente, uma etapa do
Super Surf com ondas.
O rebatizado Circuito Brasileiro de Surf Profissional, em seu
segundo ano, teve a primeira
etapa concluída no domingo em
Saquarema, Rio, e, pela primeira vez, a elite nacional pôde justificar a razão de integrar o
mais forte circuito regional do
planeta.
Em 2000, ano de estréia do Super Surf, em todas as seis etapas
as condições do mar estiveram
ruins. As ondas eram microscópicas, como na estréia em Maresias, ou comprometidas em sua
formação, como em Salvador.
Apesar disso, a temporada foi
concluída com a aprovação dos
surfistas e a percepção de que o
título ganhava importância na
mídia e entre patrocinadores,
público e atletas.
Saquarema mostrou o que de
melhor tem para oferecer aos
turistas: ondas. A cidade, destino obrigatório de surfistas na
década de 70 e início dos anos
80, vem sendo preterida por lugares onde os tubos podem não
ser tão perfeitos, mas a comida,
a cama e os frequentadores, na
maioria dos casos, compensam.
Nem mesmo a centenária
igrejinha sobre o morro que divide as praias de Itaúna e da Vila, abençoando a cidade, contribuiu para amenizar o localismo, outra razão para a cidade
ter perdido boa parte de seu
principal visitante.
Atenta à situação, a prefeitura
aproveitou a oportunidade. O
secretário Evandro Mesquita e
sua banda, Blitz, promoveram
um show tentando resgatar os
bons momentos dos festivais de
outrora. Ilustres locais subiram
ao palco do show, que teve seu
ápice quando Serguei, aquele
que diz ter namorado Jannis Joplin, interpretou Mick Jagger.
Na água, os competidores só
entraram na quinta-feira,
quando a ondulação começou a
subir. Na sexta pela manhã,
com séries de até dois metros, os
competidores puderam mostrar
o atual nível técnico do surfe
brasileiro. Atletas do WCT, como Fábio Gouveia, Renan Rocha e Armando Daltro, foram
responsáveis por algumas das
melhores médias, mas ficou com
o bicampeão Jojó de Olivença a
maior soma da prova.
No sábado, já com o mar baixando, nomes mais cotados foram ficando pelo caminho. O
tricampeão Peterson Rosa acabou perdendo por pequena
margem para aquele que seria o
campeão da etapa, e as baterias
decididas por décimos de ponto
se sucederam, evidenciando o
equilíbrio que deve ser o padrão
da temporada -e promovendo
reclamações em série.
Tinguinha Lima e Wagner
Pupo, nomes tradicionais das
competições, o primeiro, bicampeão brasileiro, foram até as semifinais. Rivalizando com atletas bem mais jovens, eles ficaram por aí, somaram 730 pontos e R$ 3.650.
A final, entre o carioca e morador de Saquarema Leonardo
Neves e o alagoano Tânio Barreto só não foi melhor porque o
mar já estava bem menor no domingo. O resultado foi bom para a cidade. Léo ficou com o título, mil pontos e R$ 15.000.
Por pouco não fez dobradinha
com a colega Alessandra Vieira,
também de Saquarema, que,
mesmo tendo um surfe superior,
foi derrotada por Juliana Guimarães. Para um circuito que
no início de 2000 estava ameaçado, com a diretoria da Abrasp
demissionária por pressões dos
atletas, o horizonte se abriu.
Há muito por fazer, mas também por comemorar.
WCT feminino
As brasileiras Tita Tavares e Jacqueline Silva seguem na etapa
de abertura da temporada em Tavarua, Fiji. A prova foi interrompida ontem quando a maré diminuiu as ondas. Silva, 21, a
mais jovem entre as 15 integrantes do Tour, enfrenta hoje a tricampeã mundial Layne Beachley.
Gelada
Uma equipe de 12 mulheres, no último dia 24, esquiando 230
km, alcançou o Pólo Norte a partir de Bornéu. Elas se tornaram
as primeiras a chegar ao topo do planeta pelo lado russo. Uma
equipe masculina também tentou e teve que ser resgatada.
Mais gelada
O recordista Babu Chiri, 35, morreu dia 29, depois de cair em
uma fenda, quando subia pela 11ª vez o Everest. Tornou-se o
mais rápido na montanha e foi o único que passou.
E-mail: sarli@revistatrip.com.br
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