São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2001

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AÇÃO

Por fazer e comemorar

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Finalmente, uma etapa do Super Surf com ondas.
O rebatizado Circuito Brasileiro de Surf Profissional, em seu segundo ano, teve a primeira etapa concluída no domingo em Saquarema, Rio, e, pela primeira vez, a elite nacional pôde justificar a razão de integrar o mais forte circuito regional do planeta.
Em 2000, ano de estréia do Super Surf, em todas as seis etapas as condições do mar estiveram ruins. As ondas eram microscópicas, como na estréia em Maresias, ou comprometidas em sua formação, como em Salvador. Apesar disso, a temporada foi concluída com a aprovação dos surfistas e a percepção de que o título ganhava importância na mídia e entre patrocinadores, público e atletas.
Saquarema mostrou o que de melhor tem para oferecer aos turistas: ondas. A cidade, destino obrigatório de surfistas na década de 70 e início dos anos 80, vem sendo preterida por lugares onde os tubos podem não ser tão perfeitos, mas a comida, a cama e os frequentadores, na maioria dos casos, compensam.
Nem mesmo a centenária igrejinha sobre o morro que divide as praias de Itaúna e da Vila, abençoando a cidade, contribuiu para amenizar o localismo, outra razão para a cidade ter perdido boa parte de seu principal visitante.
Atenta à situação, a prefeitura aproveitou a oportunidade. O secretário Evandro Mesquita e sua banda, Blitz, promoveram um show tentando resgatar os bons momentos dos festivais de outrora. Ilustres locais subiram ao palco do show, que teve seu ápice quando Serguei, aquele que diz ter namorado Jannis Joplin, interpretou Mick Jagger.
Na água, os competidores só entraram na quinta-feira, quando a ondulação começou a subir. Na sexta pela manhã, com séries de até dois metros, os competidores puderam mostrar o atual nível técnico do surfe brasileiro. Atletas do WCT, como Fábio Gouveia, Renan Rocha e Armando Daltro, foram responsáveis por algumas das melhores médias, mas ficou com o bicampeão Jojó de Olivença a maior soma da prova.
No sábado, já com o mar baixando, nomes mais cotados foram ficando pelo caminho. O tricampeão Peterson Rosa acabou perdendo por pequena margem para aquele que seria o campeão da etapa, e as baterias decididas por décimos de ponto se sucederam, evidenciando o equilíbrio que deve ser o padrão da temporada -e promovendo reclamações em série.
Tinguinha Lima e Wagner Pupo, nomes tradicionais das competições, o primeiro, bicampeão brasileiro, foram até as semifinais. Rivalizando com atletas bem mais jovens, eles ficaram por aí, somaram 730 pontos e R$ 3.650.
A final, entre o carioca e morador de Saquarema Leonardo Neves e o alagoano Tânio Barreto só não foi melhor porque o mar já estava bem menor no domingo. O resultado foi bom para a cidade. Léo ficou com o título, mil pontos e R$ 15.000.
Por pouco não fez dobradinha com a colega Alessandra Vieira, também de Saquarema, que, mesmo tendo um surfe superior, foi derrotada por Juliana Guimarães. Para um circuito que no início de 2000 estava ameaçado, com a diretoria da Abrasp demissionária por pressões dos atletas, o horizonte se abriu.
Há muito por fazer, mas também por comemorar.

WCT feminino
As brasileiras Tita Tavares e Jacqueline Silva seguem na etapa de abertura da temporada em Tavarua, Fiji. A prova foi interrompida ontem quando a maré diminuiu as ondas. Silva, 21, a mais jovem entre as 15 integrantes do Tour, enfrenta hoje a tricampeã mundial Layne Beachley.

Gelada
Uma equipe de 12 mulheres, no último dia 24, esquiando 230 km, alcançou o Pólo Norte a partir de Bornéu. Elas se tornaram as primeiras a chegar ao topo do planeta pelo lado russo. Uma equipe masculina também tentou e teve que ser resgatada.

Mais gelada
O recordista Babu Chiri, 35, morreu dia 29, depois de cair em uma fenda, quando subia pela 11ª vez o Everest. Tornou-se o mais rápido na montanha e foi o único que passou.

E-mail: sarli@revistatrip.com.br



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