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FUTEBOL
Grandes e pequenos
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Por um capricho do futebol
e da matemática, a final do
Paulista terá, inevitavelmente,
um time "grande" (Corinthians
ou Santos) e um "pequeno"
(Ponte Preta ou Botafogo).
Recorro às aspas porque os
termos "grande" e "pequeno"
dizem respeito à história de cada um, quantidade de títulos
conquistados, tamanho da torcida e da folha de pagamento.
Não têm qualquer relação com
a qualidade dos times. "Pequeno", aqui, também não tem o
sentido que lhe é atribuído pela
torcida, que grita "timinho!"
quando um jogador é violento
em campo -crítica brilhante.
Desde o feito do São Caetano
no ano passado e, durante um
certo tempo, do Palmeiras "desmontado" nos acostumamos a
assistir ao triunfo dos "pequenos". Em outras ocasiões, nos
encantamos com as revelações
do Vitória; com a ofensividade e
o futebol bonito do Goiás, do
Sport e do Atlético-PR. Times
bem organizados e consistentes,
sem estrelas, mas com bons jogadores (alguns, muito bons).
Equipes que desafiaram o destino de ser não mais que um tropeço dos favoritos; que contrariaram o dogma que os obrigava a "jogar feio", "fechado" e
"dar porrada". Estratégias,
aliás, frequentemente empregadas pelos outros, os "grandes"...
A Ponte Preta e o Santos conseguiram a marca respeitável de
nove vitórias em 15 jogos no
Paulista. A Ponte só teve duas
derrotas na primeira fase. O
Santos perdeu cinco jogos; quatro deles, em sequência. Os três
outros semifinalistas ganharam
do Santos na primeira fase -o
Corinthians, de goleada, naquele jogo em que tudo deu errado
para o time da Baixada.
Discuti muito por causa do
Santos nesta temporada. Eu defendia a tese do "time bom em
fase ruim", enquanto a maioria
acreditava no contrário. Mas,
mesmo gostando de Fábio Costa, Leo, Russo, Robert, Deivid e
Dodô -e também de Caio e Rodrigão-, eu tinha jogado a toalha. Depois do fiasco na Copa do
Brasil, não apostava na classificação do Santos, mesmo com a
presença de Rincón, que voltou
muito bem do "recesso".
Talvez o volante tenha tido
um papel decisivo na última rodada -ele reagiu contra a mudança na tabela do fim de semana, porque considerou um
favorecimento ao Corinthians.
Reclamou da falta de pulso da
diretoria santista e inflamou o
time. Motivação nem sempre resolve o problema de uma equipe, mas dificilmente atrapalha.
Na semifinal, o Santos será o
único time impedido de jogar
em casa. O Morumbi também
não é a casa do Corinthians,
mas fica na sua cidade. Existem
mil motivos para vetar a Vila
(conflitos nas estradas, que já
acabaram em morte), mas
Campinas já foi palco de cenas
lamentáveis (algumas, com a
participação de maus policiais)
e a própria cidade de São Paulo
não está livre de problemas.
As cinco vitórias do Botafogo e
o saldo negativo de dois gols o
transformam em azarão, mas
tudo pode acontecer em 180 minutos. Com respeito à equipe,
que pode vencer por seus próprios méritos, olho na arbitragem! Há "mil" motivos para um
time "mais fraco" ir à final.
O Corinthians tem todas as
possibilidades de voltar a jogar
bem, mas descobriu que não é
imbatível. Essa pode ser uma
ótima lição, e é bom que seja,
pois não resta muito tempo para aprender e, agora, não há
mais segunda época.
Como diz o Torero
Se o sistema de pontuação do Campeonato Paulista fosse "normal", com um ponto para cada empate, os classificados teriam
sido a Ponte Preta, o Santos, o Corinthians e o Palmeiras, nessa
ordem. Se...
Isto é Brasil
A seleção brasileira vai muito mal, dizem, porque o futebol no
Brasil está um lixo. Desorganizado, desacreditado e falido. De
fato, temos problemas de todos os tipos, mas os times brasileiros continuam fazendo bonito na Taça Libertadores da América, que reúne quase os mesmos países das eliminatórias para a
Copa do Mundo de 2002.
Não entendi
Afinal, a equipe do Americano foi roubada ou favorecida na
partida contra o Bangu?
E-mail: soninha.folha@uol.com.br
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