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FUTEBOL
Centenário, Parque Antarctica abriga hoje à noite, pela 1ª vez, uma partida do Palmeiras pela Série B do Nacional
Casa palmeirense conhece a 2ª divisão
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O personagem principal do jogo
entre Palmeiras e América-RN,
hoje, pela Série B, não calçará
chuteiras, não estará sentado no
banco nem pagará ingresso para
ver a partida. A atração neste diferente horário de um jogo para um
sábado à noite (20h30) é a construção centenária que abriga todos os elementos acima.
O estádio do Parque Antarctica
abre suas portas para testemunhar, pela primeira vez, um jogo
de seu glorioso time pela segunda
divisão do futebol brasileiro.
Quatro anos após ver o milionário elenco de seu proprietário dar
a volta olímpica na conquista da
Libertadores-99, o mais importante título do Palmeiras, e dez
dias após suportar em seu jardim
suspenso o time tomar de sete em
um dos maiores vexames de sua
história (2 a 7 contra o Vitória), o
estádio verá a primeira apresentação do clube na longa trajetória
em busca do retorno à elite.
O Parque Antarctica em que o
Palmeiras busca sua primeira vitória na Série B, depois de empatar na estréia com o Brasiliense
longe de seu território, foi sede do
primeiro jogo oficial de futebol no
país, em maio de 1902, quando o
Mackenzie bateu por 2 a 1 o Germânia -o campo era chamado
de Parque da Companhia Antarctica Paulista, e o Palmeiras nem
havia sido ainda fundado.
"Não podemos fazer do Parque
Antarctica um problema depois
de tudo o que vem acontecendo e,
principalmente, por causa do desastre contra o Vitória", afirmou o
goleiro pentacampeão Marcos,
sobre o temor de reencontrar a
torcida em casa e num campeonato no andar de baixo da elite.
"É daqui que partiremos para
voltar à primeira divisão. Nosso
estádio será nossa solução", disse.
"A torcida tem que fazer do Parque Antarctica o templo de nossa
reação", apontou o volante Magrão, que conquistou prestígio
diante dos palmeirenses por conta de sua liderança. "Mas a torcida
tem o mesmo comportamento da
de qualquer time grande que atua
em seu estádio. Se jogarmos bem,
vai nos apoiar. Se não fizermos
por merecer em campo, aí o estádio passa a ser um fator contra."
O estádio, que em 1996 abrigou
jogos do esquadrão dos cem gols
de Rivaldo, Muller, Luizão e Djaminha, hoje sonha com os gols de
Anselmo, Vágner e Thiago Gentil,
os garotos atacantes içados da categoria de base que são a nova ordem no time de Jair Picerni, tão
debilitado de craques experientes.
"É hora de arrebentar. A torcida
pode cobrar o que quiser de mim,
pois eu acredito em meu potencial", afirmou, confiante, Vágner,
18, que marcou seu primeiro gol
no time profissional do Palmeiras
salvando a equipe no empate por
1 a 1 que marcou a estréia do time
na Série B, em Brasília.
Vágner, que fez mais dois gols
pela Copa do Brasil contra o Vitória, na quarta passada, estréia
contra o América-RN um novo
corte de cabelo, com três faixas
raspadas do lado direito. Mas o
atacante diz que não tem relação
com o contrato de patrocínio que
assinou com a empresa esportiva
Adidas, cuja marca são três listras.
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