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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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FUTEBOL

Centenário, Parque Antarctica abriga hoje à noite, pela 1ª vez, uma partida do Palmeiras pela Série B do Nacional

Casa palmeirense conhece a 2ª divisão

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O personagem principal do jogo entre Palmeiras e América-RN, hoje, pela Série B, não calçará chuteiras, não estará sentado no banco nem pagará ingresso para ver a partida. A atração neste diferente horário de um jogo para um sábado à noite (20h30) é a construção centenária que abriga todos os elementos acima.
O estádio do Parque Antarctica abre suas portas para testemunhar, pela primeira vez, um jogo de seu glorioso time pela segunda divisão do futebol brasileiro.
Quatro anos após ver o milionário elenco de seu proprietário dar a volta olímpica na conquista da Libertadores-99, o mais importante título do Palmeiras, e dez dias após suportar em seu jardim suspenso o time tomar de sete em um dos maiores vexames de sua história (2 a 7 contra o Vitória), o estádio verá a primeira apresentação do clube na longa trajetória em busca do retorno à elite.
O Parque Antarctica em que o Palmeiras busca sua primeira vitória na Série B, depois de empatar na estréia com o Brasiliense longe de seu território, foi sede do primeiro jogo oficial de futebol no país, em maio de 1902, quando o Mackenzie bateu por 2 a 1 o Germânia -o campo era chamado de Parque da Companhia Antarctica Paulista, e o Palmeiras nem havia sido ainda fundado.
"Não podemos fazer do Parque Antarctica um problema depois de tudo o que vem acontecendo e, principalmente, por causa do desastre contra o Vitória", afirmou o goleiro pentacampeão Marcos, sobre o temor de reencontrar a torcida em casa e num campeonato no andar de baixo da elite.
"É daqui que partiremos para voltar à primeira divisão. Nosso estádio será nossa solução", disse.
"A torcida tem que fazer do Parque Antarctica o templo de nossa reação", apontou o volante Magrão, que conquistou prestígio diante dos palmeirenses por conta de sua liderança. "Mas a torcida tem o mesmo comportamento da de qualquer time grande que atua em seu estádio. Se jogarmos bem, vai nos apoiar. Se não fizermos por merecer em campo, aí o estádio passa a ser um fator contra."
O estádio, que em 1996 abrigou jogos do esquadrão dos cem gols de Rivaldo, Muller, Luizão e Djaminha, hoje sonha com os gols de Anselmo, Vágner e Thiago Gentil, os garotos atacantes içados da categoria de base que são a nova ordem no time de Jair Picerni, tão debilitado de craques experientes.
"É hora de arrebentar. A torcida pode cobrar o que quiser de mim, pois eu acredito em meu potencial", afirmou, confiante, Vágner, 18, que marcou seu primeiro gol no time profissional do Palmeiras salvando a equipe no empate por 1 a 1 que marcou a estréia do time na Série B, em Brasília.
Vágner, que fez mais dois gols pela Copa do Brasil contra o Vitória, na quarta passada, estréia contra o América-RN um novo corte de cabelo, com três faixas raspadas do lado direito. Mas o atacante diz que não tem relação com o contrato de patrocínio que assinou com a empresa esportiva Adidas, cuja marca são três listras.



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