São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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JOSÉ ROBERTO TORERO

A 2ª parte é uma parte à parte

Como os filmes de mocinhos, nos quais os heróis revertem a situação, finais de estaduais podem trazer surpresas

TUDO PODE ser dividido em duas partes. A história de um homem, por exemplo, pode ser dividida entre antes e depois do casamento, a de uma mulher entre antes e depois do primeiro filho, a de uma criança em antes e depois do ganhar seu Playstation. Até mesmo a História, com agá maiúsculo, é dividida em a.C. e d.C. As segundas partes podem trazer surpresas. Nos filmes, o mocinho, que estava perdendo, sempre reverte a situação. E, na vida real, há uns que trocam de religião, outros de família, há até quem mude de sexo.
A final da maioria dos estaduais também é dividida em duas partes. É o chamado ""ida-e-volta". E nesta semana teremos a tal ""volta" em alguns dos principais campeonatos do país. Há quem tenha uma missão impossível, como o Cruzeiro, que perdeu por 4 a 0 do Atlético Mineiro e agora só com um milagre será campeão. Outro que precisa recorrer aos céus é a Tuna Luso, que perdeu por 4 a 1 para o Remo.
O Santos não chega a precisar de um milagre. Vencer o São Caetano por dois gols não é uma missão impossível, daquelas que só Martin Landau (ou Tom Cruise, para os mais jovens) pode resolver. Mas é uma missão bem complicada. Ainda mais depois do empate de ontem com o Caracas, que, se não abateu o moral da equipe, também não foi uma injeção de ânimo.
Outros que têm missões difíceis são o Criciúma, o Jaguaré e o Paraná. Os três perderam por 1 a 0. O time de Santa Catarina para o Chapecoense, o do Espírito Santo para o Linhares e o paranaense para o Paranavaí. No ano passado, o Paraná também enfrentou um emergente na final, a Adap. Mas naquela ocasião venceu o primeiro jogo fora de casa por 3 a 0, e depois foi só empatar no Pinheirão por 0 a 0.
Curiosamente, três finais começaram com emocionantes empates em 2 a 2: Goiás e Atlético Goianiense, Icasa e Fortaleza, e Botafogo e Flamengo. Aliás, o Botafogo quer que o segundo jogo seja como o primeiro tempo da primeira partida, quando estava ganhando por 2 a 0. Já o Flamengo quer seja como a segunda metade do jogo, quando empatou.
Os gaúchos também tiveram um empate na primeira partida. Mas o placar foi mais generoso: 3 a 3. O Grêmio, como jogará em Porto Alegre, é favorito. Mas o Juventude joga bem fora de casa, tanto que classificou-se graças a uma vitória sobre o Veranópolis em Veranópolis. Enfim, esperemos as segundas partes. Geralmente são mais emocionantes que as primeiras. No final das contas, elas é que decidem.

Na Europa
Falando em segundos jogos, ontem, pela Liga dos Campeões, o Milan conseguiu reverter a derrota por 3 a 2 para o Manchester. E com sobras. Ganhou por 3 a 0, numa bela partida de Kaká.

Na livraria
Os livros também têm seu segundo tempo. Tanto que vou relançar hoje, às 19h, em São Paulo, o livro ""Santos, um time dos céus". Nove anos depois da primeira edição, ele traz algumas coisas a mais, como o Paulista de 2006, os Brasileiros de 2002 e 2004, e textos publicados aqui na Folha. Será na Livraria da Vila, rua Fradique Coutinho, 915.

torero@uol.com.br


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