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GRUPO G/HOJE
Ótima geração de atacantes não muda opção tática do técnico
Itália cumpre tradição ao pôr só um na frente
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora tenha uma das melhores gerações de jogadores ofensivos de sua história, a Itália não
consegue livrar-se do ranço defensivo que sempre caracterizou
seu futebol e estréia na Copa hoje
contra o Equador, em Sapporo,
no Japão, com apenas um atacante genuíno, o centroavante Vieri.
O treinador italiano, Giovanni
Trapattoni, deixa no banco de reservas jogadores do quilate de Inzaghi (Milan), Montella (Roma) e
Delvecchio (Roma). O craque
Alessandro Del Piero, ídolo da Juventus e estrela italiana no último
Mundial, foi relegado à condição
de terceiro reserva.
Além disso, Roberto Baggio,
que voltava de contusão, Hubner,
artilheiro do Campeonato Italiano -mas considerado velho demais aos 35 anos-, e Di Vaio,
quarto maior goleador do Italiano
passado, nem foram selecionados
por Trapattoni. Essa geração de
atacantes italianos é considerada
ainda mais forte do que a de 1982,
que contava com, entre outros,
Rossi, Graziani, Conti e Altobelli.
Apesar de exasperar os "tifosi",
que não entendem por que a tricampeã Azzurra precisa de tantos
meio-campistas contra um estreante em Copas -o Equador,
uma equipe de pouca tradição futebolística-, Trapattoni tem argumentos que, segundo ele, fundamentam sua escolha.
Na derrota por 1 a 0 para a República Tcheca, em amistoso realizado em maio último, o técnico
percebeu que, ainda distantes da
forma física ideal, Cannavaro e
Maldini não garantiam a segurança defensiva -que constitui uma
das maiores tradições italianas-
que ele tanto desejava.
Assim, Trapattoni decidiu tirar
um atacante (até então, Inzaghi
era titular) e colocou o ala Panucci, fortalecendo sua linha defensiva, pois Maldini passou a atuar
quase como zagueiro. Para suprir
a falta de um atacante, o técnico
aposta na liberdade que dá aos
alas e ao meia-atacante Totti.
Com Maldini mais preso na defesa, Doni ganha liberdade para
atuar pelo setor esquerdo do campo. Panucci, que conta com a cobertura de Zambrotta, também
pode avançar com frequência no
novo esquema tático. Já Totti, a
maior estrela dos italianos nesta
Copa, deverá atuar sem posição
fixa entre o meio-campo e o ataque, criando as jogadas.
Resta saber se a aposta dará frutos a Trapattoni. Se a linha ofensiva italiana anotar gols contra o
Equador, o técnico poderá tranquilizar-se. Se a engrenagem tática emperrar, ele será execrado.
O Equador chega otimista a
Sapporo ("sem nenhum jogador
machucado nem doente", segundo o médico da delegação).
O técnico Hernán Darío Gómez, admirador do ex-técnico da
seleção italiana Arrigo Sacchi
(1994), aposta na disciplina tática
e nas jogadas de bola parada.
Delgado, que foi artilheiro das
eliminatórias sul-americanas ao
lado do argentino Crespo (com
nove gols), e o meia Aguinaga são
as grandes esperanças da equipe.
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h30
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