São Paulo, segunda-feira, 03 de junho de 2002

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GRUPO G/HOJE

Ótima geração de atacantes não muda opção tática do técnico

Itália cumpre tradição ao pôr só um na frente

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora tenha uma das melhores gerações de jogadores ofensivos de sua história, a Itália não consegue livrar-se do ranço defensivo que sempre caracterizou seu futebol e estréia na Copa hoje contra o Equador, em Sapporo, no Japão, com apenas um atacante genuíno, o centroavante Vieri.
O treinador italiano, Giovanni Trapattoni, deixa no banco de reservas jogadores do quilate de Inzaghi (Milan), Montella (Roma) e Delvecchio (Roma). O craque Alessandro Del Piero, ídolo da Juventus e estrela italiana no último Mundial, foi relegado à condição de terceiro reserva.
Além disso, Roberto Baggio, que voltava de contusão, Hubner, artilheiro do Campeonato Italiano -mas considerado velho demais aos 35 anos-, e Di Vaio, quarto maior goleador do Italiano passado, nem foram selecionados por Trapattoni. Essa geração de atacantes italianos é considerada ainda mais forte do que a de 1982, que contava com, entre outros, Rossi, Graziani, Conti e Altobelli.
Apesar de exasperar os "tifosi", que não entendem por que a tricampeã Azzurra precisa de tantos meio-campistas contra um estreante em Copas -o Equador, uma equipe de pouca tradição futebolística-, Trapattoni tem argumentos que, segundo ele, fundamentam sua escolha.
Na derrota por 1 a 0 para a República Tcheca, em amistoso realizado em maio último, o técnico percebeu que, ainda distantes da forma física ideal, Cannavaro e Maldini não garantiam a segurança defensiva -que constitui uma das maiores tradições italianas- que ele tanto desejava.
Assim, Trapattoni decidiu tirar um atacante (até então, Inzaghi era titular) e colocou o ala Panucci, fortalecendo sua linha defensiva, pois Maldini passou a atuar quase como zagueiro. Para suprir a falta de um atacante, o técnico aposta na liberdade que dá aos alas e ao meia-atacante Totti.
Com Maldini mais preso na defesa, Doni ganha liberdade para atuar pelo setor esquerdo do campo. Panucci, que conta com a cobertura de Zambrotta, também pode avançar com frequência no novo esquema tático. Já Totti, a maior estrela dos italianos nesta Copa, deverá atuar sem posição fixa entre o meio-campo e o ataque, criando as jogadas.
Resta saber se a aposta dará frutos a Trapattoni. Se a linha ofensiva italiana anotar gols contra o Equador, o técnico poderá tranquilizar-se. Se a engrenagem tática emperrar, ele será execrado.
O Equador chega otimista a Sapporo ("sem nenhum jogador machucado nem doente", segundo o médico da delegação).
O técnico Hernán Darío Gómez, admirador do ex-técnico da seleção italiana Arrigo Sacchi (1994), aposta na disciplina tática e nas jogadas de bola parada.
Delgado, que foi artilheiro das eliminatórias sul-americanas ao lado do argentino Crespo (com nove gols), e o meia Aguinaga são as grandes esperanças da equipe.



NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 8h30




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