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É seleção brasileira com o menor número de atacantes, três
Insegurança no meio faz
Zagallo sacrificar ataque
dos enviados a Ozoir-la-Ferrière
O medo de problemas na marcação fez Zagallo sacrificar uma vaga
no ataque para incluir um meia.
Emerson, do Bayer Leverkusen,
da Alemanha, será mais um volante da seleção pela direita.
Com a redução de quatro para
três atacantes (restam Ronaldinho, Bebeto e Edmundo), o técnico quebrou um recorde histórico
da seleção. Nunca, em 16 Copas, o
Brasil foi para um Mundial com
tão poucos atacantes.
Mesmo as seleções de 1990 e de
1994, marcadas por seu defensivismo, possuíam mais jogadores dessa posição, cinco em cada.
Zagallo afirmou que convocou
Emerson porque os volantes César
Sampaio, 30, e Dunga, 34, estão
com "problemas físicos".
Na semana passada, Dunga sofreu uma contratura na virilha esquerda que o deixou fora dos treinos até ontem.
Sampaio recuperou-se recentemente de uma lesão na coxa esquerda e ainda apresenta sequelas,
como mau condicionamento físico. Zagallo teme que algum deles
volte a ter problemas musculares.
A convocação de Emerson indica que a "era Doriva" também
está ameaçada. O meia do Porto,
de Portugal, vinha atuando na
equipe titular, em coletivos e
amistosos, desde que Dunga se
machucou. Como único reserva
dos dois volantes, sua participação
na Copa era quase certa.
Agora, Doriva, 26, será reserva
apenas de Dunga.
Essa é a segunda troca na seleção
da Copa em que o jogador que entra não é da mesma posição do que
sai. Na primeira, o lateral-direito
Zé Carlos, 30, substituiu o volante
Flávio Conceição, 25.
Pelo regulamento da Copa da
França, só 22 jogadores podem ser
convocados. Como são chamados
três goleiros, numa das dez posições restantes, só é chamado um
jogador.
Nesse "cobertor curto", Zagallo tem agido caso a caso. Primeiro cobriu a lateral direita e descobriu parcialmente o meio-campo defensivo: Doriva ficou como
substituto único de César Sampaio
e Dunga. Quando ficou claro que
existe risco de esses voltarem a se
machucar, cortou um atacante e
pôs mais um nessa posição.
Nesse põe-e-tira, ficou evidente
a falta de informação do treinador
sobre vários de seus jogadores.
Anteontem, Zagallo ficou surpreso com o relato do preparador
físico Moracy Sant'Anna, ex-São
Paulo, de que Denílson destacou-se no Campeonato Paulista de
1998 jogando como atacante. Para
Zagallo, Denílson só sabia jogar
como meia.
Há outros exemplos. Mesmo jogando como volante há quase dois
anos, Zé Roberto nunca foi testado na seleção nessa posição. Ele
ainda é visto pelo treinador ainda
como lateral-esquerdo.
No caso de uma emergência na
função de segundo volante, o treinador conta com o meia Leonardo, que nunca jogou nessa posição
-apenas atuou como lateral ou
meia ofensivo.
Zagallo, apesar de dizer que observou Giovanni no Campeonato
Espanhol, não levou em consideração o fato de que ele passou a
jogar como segundo volante do
Barcelona, pela direita.
O treinador até cogita em escalá-lo no ataque, posição em que o
meia não joga há mais de um ano.
O exemplo se estende também
ao lateral-direito Cafu. Na Copa de
94, ele foi convocado para a lateral, embora jogasse como meia no
São Paulo. Agora que não atua
nessa posição há mais de três anos,
está sendo cogitado para voltar a
ela pela seleção.
(JCA, MD e AGz)
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