São Paulo, quarta, 3 de junho de 1998

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Uso político é superado pelo uso comercial

do enviado a Marselha

Reflexo do próprio tempo, o futebol da Copa do Mundo que começa na próxima semana, na França, vai ser objeto de fortes interesses comerciais.
A era do uso político do futebol, que marcou a Copa de 1938 e outras mais, é cada vez mais superada pelas conveniências de empresários e patrocinadores.
O problema é sério, tanto que a Fifa já sinaliza algum tipo de ação.
Na reunião do Comitê Executivo da entidade, no último dia 27, o órgão decidiu formar um grupo de trabalho para estudar "a interferência de patrocinadores na progamação de amistosos de algumas seleções".
A descrição cabe bem a Nike, fornecedora de material esportivo da CBF, que vinha coordenando o que chama de "Brasil World Tour", em poucas palavras, todos os amistosos da seleção realizados antes da Copa da França.
O caso chegou a gerar polêmica no ano passado, quando a Federação Alemã de Futebol recusou tratar da organização de um amistoso com os executivos da empresa norte-americana.
À época, Bert Vogts, técnico da Alemanha, chegou a classificar de "ridículo" o preço cobrado pela partida (US$ 500 mil)-que, no final, acabou acontecendo.
Caso semelhante ocorreu com a Federação Espanhola, que acabou cancelando seu compromisso.
A Fifa também quer regularizar a publicidade virtual nas transmissões de TV. Hoje em dia, por exemplo, não existe impedimento legal para uma emissora apagar a imagem de um patrocinador com o qual não possua contrato. (JHM)


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