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JOSÉ ROBERTO TORERO
Eu também te amo, Regina!
Cara dona Regina, bom-dia. No último domingo, diante de 1,5 bilhão
de telespectadores, seu marido,
o senhor Marcos Evangelista de
Morais, disse que a amava.
Aliás, ele fez mais do que isso:
subiu num púlpito e, entre jatos
de gelo seco e papéis picados
prateados, gritou: "Eu te amo,
Regina!".
Foi a maior declaração de
amor de todos os tempos. Nunca alguém revelou seu amor para 1,5 bilhão de pessoas ao mesmo tempo. E essa declaração será repetida milhares de vezes
por todo o mundo.
Talvez (e isso costuma acontecer com os grandes gestos) o senhor Marcos Evangelista nem
se tenha dado conta das consequências de sua manifestação.
Talvez não tenha percebido
que, com sua declaração amorosa, tenha deixado aquela festa ainda mais comovente. É
que, em geral, os capitães da seleção levantam a taça com um
nobre ar militar. Mas seu marido, graças à senhora, pôs uma
gota de poesia naquela conquista. Em vez do orgulho patriótico, o amor.
Por isso, com todo o respeito,
permita-me dizer: "Eu também
te amo, Regina!". Acho que todos os brasileiros a amamos.
Porém o gesto do senhor Marcos Evangelista criou um problema. É que, daqui para a
frente, todas as esposas vão esperar uma declaração igual.
Já posso até imaginar algum
capitão menos fiel erguendo a
taça e anunciando ao mundo:
- Eu te amo, Lucimar! Quer
dizer, Marilza. Xi, tá filmando?
torero@uol.com.br
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