DIMITRI DO VALLE
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Conmebol cravou: o Atlético-PR terá de atuar em Porto Alegre no jogo de ida da final da Libertadores, contra o São Paulo, na próxima quarta-feira. A decisão está no site da entidade que controla o futebol na América do Sul.
Pelo comunicado, a partida está marcada para o estádio Beira-Rio, campo do Internacional.
O texto, publicado ontem, afirma que o estádio do Internacional tem capacidade para 56 mil torcedores e é considerado um dos "melhores do continente".
Mesmo com a decisão da Conmebol, o Atlético-PR insistia ontem em manter o jogo em seu campo, a Kyocera Arena.
Desde a noite de sexta-feira, o clube paranaense iniciou obras para erguer uma arquibancada metálica que elevará para 41 mil a capacidade de seu estádio -mil a mais do que o mínimo exigido pelo regulamento para as finais.
A assessoria de imprensa do clube informou ontem que nenhum comunicado oficial da Conmebol foi passado ao Atlético e que as obras continuam.
Em ofício enviado ao clube, a CBF condicionou a partida à apresentação de um laudo da Polícia Militar, atestando a capacidade de público e a segurança da estrutura, e de um documento do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) sobre a arquibancada.
A diretoria do Atlético diz que vai cumprir as exigências. A CBF deu prazo até a tarde de terça.
Em entrevista ontem à Folha, o diretor de comunicação da Conmebol, Nestor Benítez, disse que a partida não deverá ser realizada na Kyocera Arena e que, se o impasse persistir, é a CBF que vai dizer onde será o jogo. A entidade sul-americana espera que até amanhã a situação seja resolvida.
"O torneio começou com um regulamento e vai terminar com ele", disse Benítez em referência à cláusula do regulamento que obriga os estádios que receberão as finais a possuir capacidade mínima de 40 mil pessoas. Segundo ele, nem a entidade máxima do futebol permite aumentar a capacidade de uma arena por meio de arquibancadas de estrutura tubular. "As arquibancadas de metais não são autorizadas pela Fifa."
Alheios à polêmica, torcedores montaram acampamento em frente ao estádio aguardando o início da venda de ingressos, prevista para amanhã.
O estagiário Wellington Melo de Jesus, 16, foi o primeiro, por volta das 21h de anteontem. Levou só uma mochila, onde guardava uma muda de roupa. Funcionário de uma empresa de alimentos em São José dos Pinhais (a 20 km de Curitiba), disse que será obrigado a faltar ao trabalho.


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