São Paulo, terça-feira, 03 de julho de 2007

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Jorginho vê gafe tática de Dunga como "relativa"

Auxiliar discorda de análise do treinador da seleção, mas evita criticar deslize

Ex-lateral-direito, que já teve experiência como técnico profissional, é quem observa os rivais do Brasil na Copa América da Venezuela

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO LA CRUZ

O auxiliar técnico da seleção brasileira, Jorginho, não viu o jogo de anteontem contra o Chile como Dunga, o treinador. Na vitória da equipe nacional por 3 a 0, o chefe da comissão técnica viu um adversário com ""duas linhas de quatro" homens, mas Jorginho, como a maioria, viu sistema diferente.
""O Chile joga num 4-4-2, mas, contra o Brasil, usou às vezes três zagueiros e às vezes ficou com uma linha de cinco homens atrás [os laterais Ormeño e Jara pouco avançam]", falou o ex-lateral, que observa os adversários para Dunga -anteontem, viu o jogo México 2 x 1 Equador para analisar o próximo rival da seleção brasileira.
Indagado se dizer que o Chile jogou com ""duas linhas de quatro" contra o Brasil seria uma bobagem, Jorginho demorou pelo menos cinco segundos para responder. Depois, disse o seguinte: ""Isso é relativo. Falar em 4-4-2, em 3-5-2, isso é muito relativo. O Chile, em alguns momentos, ficava com dez homens atrás, só com o Suazo na frente, às vezes ficava com três zagueiros e outras vezes não".
Dunga disse duas vezes na coletiva de imprensa, anteontem, a gafe tática das ""duas linhas de quatro", percebida por vários jornalistas internacionais, em especial chilenos e argentinos que cobrem o Brasil.
Jorginho também mostrou não concordar com a segunda linha de quatro citada por Dunga, a que trata do meio-campo. Indagado se Valdivia não joga mais adiantado, não ficando ao lado dos volantes Meléndez e Sanhueza, ele disse o seguinte: ""O Valdivia de fato joga mais na frente, mas em alguns momentos o Chile se fecha com dez homens. Até os atacantes do Chile também voltam para marcar".
Sobre o jogo de amanhã contra o Equador, Jorginho, que já teve experiência em clube como treinador (comandou, até com sucesso, o América do Rio), diferentemente de Dunga, espera um jogo diferente. ""Eles têm jogadores fortes fisicamente. Jogam num 4-4-2."
Ontem, os jogadores foram mais uma vez divididos em dois grupos. Um, com os atletas que não atuaram na partida contra o Chile, foi ao campo de treino.
Destaque para Júlio Baptista, que vai ganhando espaço de vez no time. ""Tenho que estar preparado para quando for aproveitado. Na Europa, jogo mais na frente e me respeitam mais", falou ele, que pode até ser titular no jogo de amanhã.
O outro grupo ficou no hotel da seleção em Puerto La Cruz realizando exercícios e fazendo recuperação física. Destaque para Robinho, herói da seleção nesta Copa América com seus três gols diante dos chilenos.
O lateral-direito Maicon, que sofreu uma luxação no ombro no jogo com o Chile, sente fortes dores e não jogará amanhã no jogo que fecha a participação brasileira na primeira fase. Elano, que levou uma pancada na coxa, é dúvida para a partida em Puerto La Cruz.
A delegação brasileira tentava ontem descobrir se os cartões amarelos serão zerados para a próxima fase da disputa.
""Não há nada no regulamento do torneio nem foi falado nada sobre isso no comitê técnico. Trabalhamos com a idéia de que dois cartões amarelos suspendem, como na última Copa América", falou Américo Faria, o supervisor da seleção.
Os jogadores do Brasil que já levaram um cartão amarelo (Daniel Alves, Alex, Gilberto, Mineiro, Elano, Afonso e Robinho) estariam suspensos na provável partida das quartas-de-final se forem advertidos novamente contra o Equador.


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