São Paulo, Sábado, 03 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Luxemburgo espera que México atue no contra-ataque, explorando Hernández, no jogo que "decide" o Grupo B
Artilheiro mexicano preocupa Brasil

ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
enviados especiais a Foz do Iguaçu


Ele não tem a mesma fama ou o potencial técnico dos "similares" brasileiros, como Ronaldo ou Amoroso. Mesmo assim, o atacante Luís Hernández, 30, é a maior preocupação da seleção brasileira na partida de hoje, contra o México, às 16h05 (horário de Brasília), em Ciudad del Este (Paraguai), pela segunda rodada do Grupo B da Copa América.
Como ambas as equipes venceram seus jogos na rodada inicial, a partida praticamente decide o primeiro lugar do Grupo B.
Para o técnico Wanderley Luxemburgo, os mexicanos irão jogar recuados, buscando aproveitar-se dos contra-ataques com Hernández, que foi o artilheiro da Copa América de 1997, com seis gols, e já fez um nesta edição.
"Eles fazem muito bem essa jogada. O Hernández pode entrar em sua defesa umas quatro, cinco vezes, em impedimento. Mas tem uma hora que sua defesa bobeia, e ele marca. Isso aconteceu contra o Chile", disse Luxemburgo, referindo-se à vitória do México por 1 a 0, na última quarta-feira.
Mesmo reconhecendo as qualidades de Hernández, o treinador brasileiro descarta a possibilidade de executar uma marcação individual sobre ele.
Por causa das características da seleção mexicana, o técnico acha que o time brasileiro apresentará um estilo diferente em relação ao confronto contra a Venezuela, na vitória por 7 a 0, na estréia da equipe na Copa América.
Os laterais, segundo a opinião do técnico, não serão tão acionados -os volantes terão mais presença na articulação das jogadas do time. Por causa da marcação venezuelana -que colocava seus quatro defensores em linha-, os lançamentos em diagonal para os laterais foram a principal arma da equipe naquela partida.
Enquanto estiveram em campo na última quarta-feira, os dois laterais brasileiros foram os atletas mais acionados. O lateral-direito Cafu recebeu 46 bolas, enquanto o lateral-esquerdo Roberto Carlos, 44 passes.
"Fomos muito bem organizados, tanto no ataque como na defesa, na partida contra a Venezuela. Por causa da fragilidade da equipe deles, muitos não notaram isso", disse Roberto Carlos.
Luxemburgo disse que os laterais terão a liberdade de apoiar o ataque, mas um terá que ficar recuado protegendo a defesa.
O volante Vampeta disse que não terá problemas em executar as determinações de Luxemburgo. Para ele, o entrosamento com Émerson, o outro volante do time, é fundamental para o bom funcionamento do meio-campo da equipe.
"Temos que ficar muito atentos. Os mexicanos, geralmente, fazem uma linha direta entre a defesa e o ataque, em passes rápidos. Precisamos evitar essas jogadas, que são muito perigosas", disse.
Para Luxemburgo, os jogadores brasileiros terão que ter muito cuidado com a eficiência nos passes, além de manter a posse de bola pelo maior tempo possível.
Segundo levantamento do Datafolha, na partida contra a Venezuela, o Brasil teve a posse de bola por 30 minutos e 42 segundos, contra apenas 22 minutos do rival.
Para o treinador, os meias Alex e Rivaldo -que tiveram atuações discretas contra a Venezuela- terão uma importância fundamental. Como o México se defende com três jogadores, Luxemburgo determinou que Alex, sempre que tiver oportunidade, junte-se a Amoroso e Ronaldo. Dessa maneira, o rival ficaria sem um atleta para a "sobra", facilitando o trabalho do ataque brasileiro.
NA TV - Globo, Bandeirantes e Sportv, ao vivo, às 16h05 (horário de Brasília)


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