|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARLOS SARLI
Surfe não tem idade
Feitos de Occhilupo e nova safra de talentos mostram que o esporte segue exemplo das modalidades de prancha
EM 99, o australiano Mark Occhilupo obteve o título mundial de surfe e se tornou, aos
33 anos, o mais velho campeão do
WCT. Essa conquista era aguardada
havia 17 anos, desde suas primeiras
participações em provas, quando,
adolescente, competia de igual para
igual contra seus ídolos. A trajetória,
porém, foi interrompida por quase
uma década, período no qual o jovem Occy caiu nas drogas e no álcool, perdeu o pai e só ganhou peso.
Deu a volta em 96, reconquistando a vaga na elite pelo WQS e chegando ao vice-campeonato mundial
no ano seguinte. Um livro recém-lançado pela editora Gaia, "Occy, o
Ano do Touro" (272 págs., R$ 40),
acompanha em forma de diário a vida de Occhilupo no ano 2000, o seguinte à conquista do Mundial.
Mas a história dele talvez precise
de um outro livro atualizando suas
conquistas. Aos 40 anos, é o mais velho integrante da elite mundial de
toda a história do WCT. Hoje aparece entre os top 16, deixando no chinelo gente com a metade de sua idade. Assim, é provável que na próxima temporada eleve o recorde de
idade entre os melhores do mundo.
No extremo oposto, o que se vê é
interessante. A exemplo de outros
esportes de prancha, como o skate,
com Ryan Sheckler, 16, campeão
profissional americano de street, o
snowboard, com Shaun White, 19,
recordista em pódios nos X-Games,
e o kitesurfe, com Aaron Hadlow, 17,
atual campeão mundial open, o surfe prepara futuros competidores em
provas para as categorias de base.
O Mundial Pro Junior, para garotos de até 18 anos, já teve três brasileiros campeões. O mais recente foi
Adriano de Souza, então com 16
anos. O Rip Curl Gromn Search, que
leva para a Austrália moleques do
mundo todo para competir uma semana antes do Bell's, o Mundial da
ISA e o Quiksilver King of Groms
são os principais eventos para essa
faixa de surfistas e vêm despertando
cada vez mais interesse de público,
mídia e potenciais patrocinadores.
A final do King of Groms, para garotos de até 15 anos, está rolando em
Capbreton (França). A prova ocorre
há mais de 15 anos e já revelou gente
como Danny Wills e Taj Burrow,
atual vice-líder do WCT. O formato
foi revisto em 2005, quando passou
a existir uma triagem mundial, dividida em nove regiões, da qual são selecionados 16 cabeças-de-chave.
Da América do Sul são dois brasileiros, o pernambucano Luel Felipe
e o carioca Yan Guimarães. Eles tentam manter a hegemonia brasileira,
já que, em 2004, dominamos todas
as categorias: Luan Wood na sub-10,
seu irmão Cauê na sub-12 e Alejo
Muniz na sub-15; em 2005, Wiggoly
Dantas ficou com o título.
Aos 20 anos, o fenômeno Kelly
Slater foi o mais jovem campeão do
mundo e, no ano passado, tornou-se
o mais velho a conquistar o título, tirando, por questão de meses, o recorde de Occy, uma marca que deve
demorar a ser quebrada; já a primeira pode estar com os dias contados.
MUNDIAL DE SURFE - WQS
O americano Rob Machado venceu pela terceira vez o seis estrelas
US Open of Surfing em Huntington
Beach (EUA). A peruana Sofia Mulanovitch ficou com o título feminino. O circuito prossegue nesta semana com duas provas, nas quais
os brasileiros se dividiram: o cinco
estrelas Rip Curl Boardmasters, na
Inglaterra, e o seis estrelas Billabong Yumeya Tahara, no Japão.
Neco Padaratz (5º) é o melhor brasileiro no ranking de acesso.
X-GAMES
Começa hoje em Los Angeles,
EUA, a 12ª edição dos jogos versão
verão. Destaque para o skate, que,
além das provas de street e vertical,
terá "Big Air" e "Vert Best Trick".
Sandro Dias, embalado pela vitória
em Huntington em prova disputada durante o US Open of Surfing,
estará lá. Bob Burnquist também.
sarli@trip.com.br
Texto Anterior: José Roberto Torero Próximo Texto: "Saci" dribla guerrilha e acende Inter Índice
|