São Paulo, segunda-feira, 03 de agosto de 2009 |
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fim de festa Novo Cielo quer treinar o quanto antes
Brasileiro, agora o maior velocista das piscinas, muda estratégia que adotou após ouro olímpico e descarta férias longas
4 x 100 m medley, sua última prova no Mundial de Roma MARIANA LAJOLO ENVIADA ESPECIAL A ROMA Na última prova do Mundial em que fez história, César Cielo deixou a piscina insatisfeito. A equipe brasileira foi bem, melhorou em quase 5s seu tempo, Cielo fez a segunda melhor parcial de crawl da história. Mas o quarto lugar no revezamento 4 x 100 m medley doeu. Para quem se acostumou ao topo, ver o número quatro ao lado do nome não é animador. Sinal de um novo Cielo. O nadador que deixou Pequim campeão e louco por férias, hoje já planeja voltar a treinar. Não se acomodou. "Acho que minha fase festeira passou. Não estou desesperado para ficar de férias e sair com amigos", disse o nadador. "A carreira passa tão rápido... Quero seguir os grandes nomes da natação e deixar meu nome lá também", completou. Cielo aposta nas artimanhas de Brett Hawke, seu técnico em Auburn (EUA), para tentar atingir suas novas metas. O australiano teve quatro nadadores no pódio em Roma. Além de Cielo, Fred Bousquest foi medalhista nos 50 m e nos 100 m (prata e bronze). Matt Targett foi prata nos 50 m borboleta e bronze no 4 x 100 m medley, e Mark Gangloff ficou em terceiro nos 50 m peito. O brasileiro vai continuar a se dividir entre EUA e Brasil para fazer sua preparação. "Acho que logo voltarei [aos treinos]. Vai ficar cada vez mais difícil. Do mesmo jeito que eu copiava todo mundo, farão isso comigo. Terei de encontrar um jeito de ficar mais forte e melhorar minha técnica", disse. "Brett sabe o que fazer, estou até com medo", brincou o brasileiro, que acredita que o fato de não ter quebrado o recorde dos 50 m livre foi positivo. Tem mais uma meta clara a atingir. Ontem, o objetivo era colocar de novo uma equipe no pódio. O 4 x 100 m livre foi bronze em Roma-94, última medalha coletiva do país em Mundiais. Cielo "botou pressão" nos companheiros antes da prova. Mas o time não conseguiu acompanhar o ritmo forte. Guilherme Guido (costas) entregou a prova em sétimo para Henrique Barbosa (peito), que recuperou duas posições, mantidas por Gabriel Mangabeira (borboleta). Cielo caiu na água com cerca de 1s5 de desvantagem para a Austrália, que levou o bronze. Estava a dois corpos dos EUA, campeões. O brasileiro nadou a segunda parcial de crawl mais rápida da história (46s22), mas não alcançou os rivais. O "recorde" é 46s06, de Jason Lezak, no ouro dos EUA em Pequim. O Brasil marcou 3min29s16. Os EUA quebraram a melhor marca do mundo, com 3min27s28. "Fiquei frustrado. Achei que daria. Na volta, foi praticamente águas abertas. Eu ia respirar e vinha onda na minha cara." Antes de retomar os treinos, Cielo vai descansar. Viaja nesta semana pela Itália. O passeio inclui visita ao patrocinador e encontro com um Cielo, que ele não sabe se é mesmo parente. "Eu só tenho 22 anos, mas meu joelho está machucado, o ombro, doendo. O Brasil é onde me acerto de novo", disse ele. "Logo recomeço e não paro mais. Serão mais seis meses longe de todo mundo, em busca de uma performance melhor." Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Brasil celebra seu melhor desempenho Índice |
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