São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2001

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AUTOMOBILISMO

Batida de Burti marca 52ª vitória do ferrarista na F-1

Acidente ofusca marca histórica de Schumacher

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO A SPA

O alemão Michael Schumacher venceu ontem o GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, tornou-se o homem mais vitorioso de toda a história da F-1, mas não teve ambiente para comemorar.
A corrida, 14ª etapa do campeonato, foi marcada por um acidente impressionante envolvendo o brasileiro Luciano Burti, que estréia neste ano na categoria.
Na quarta volta da corrida, o piloto da Prost tentou ultrapassar o irlandês Eddie Irvine por dentro da Blanchimont, uma curva à esquerda que os carros de F-1 percorrem a cerca de 300 km/h.
A manobra, pouco recomendável para aquele trecho do circuito, acabou com o brasileiro se estatelando contra a barreira de segurança, após tocar no adversário.
Como no acidente de Schumacher na Inglaterra, em 99, o carro de Burti penetrou entre os pneus, mas ele não sofreu fratura -o alemão quebrou a perna direita.
Levado ao centro médico do circuito e depois transferido a um hospital de Liège (40 quilômetro de Spa), Burti fez radiografias e tomografia computadorizada, que revelaram uma pequena hemorragia interna na cabeça do piloto. "Não é nada preocupante", disse Valerie Papin, assessora de imprensa da Prost Grand Prix.
O brasileiro sofreu ainda alguns hematomas no rosto.
O resgate foi acompanhado por Alex Dias Ribeiro, brasileiro, ex-piloto de F-1 e condutor do carro médico da FIA (entidade máxima do automobilismo). Ribeiro guardou o capacete de Burti.
"Ele estava inconsciente. Mas assim que os médicos começaram a mexer nele, acordou e começou a brigar com todo mundo. Foi um bom sinal", relatou. "O capacete estava rachado na frente, todo detonado", disse Ribeiro.
Sedado por três horas, Burti despertou ontem à noite e fará exames hoje. Antes de voltar a dormir, falou com o amigo Rubens Barrichello, que o visitou. "O capacete estava mais estragado do que ele", contou o ferrarista.
A demora na divulgação de notícias esfriou a comemoração de Schumacher e ofuscou, num primeiro momento, a importância histórica da corrida. A vitória foi a 52ª do alemão. Nunca ninguém havia vencido tanto. Nunca houve piloto como Schumacher.


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