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AUTOMOBILISMO
Batida de Burti marca 52ª vitória do ferrarista na F-1
Acidente ofusca marca histórica de Schumacher
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO A SPA
O alemão Michael Schumacher
venceu ontem o GP da Bélgica,
em Spa-Francorchamps, tornou-se o homem mais vitorioso de toda a história da F-1, mas não teve
ambiente para comemorar.
A corrida, 14ª etapa do campeonato, foi marcada por um acidente impressionante envolvendo o
brasileiro Luciano Burti, que estréia neste ano na categoria.
Na quarta volta da corrida, o piloto da Prost tentou ultrapassar o
irlandês Eddie Irvine por dentro
da Blanchimont, uma curva à esquerda que os carros de F-1 percorrem a cerca de 300 km/h.
A manobra, pouco recomendável para aquele trecho do circuito,
acabou com o brasileiro se estatelando contra a barreira de segurança, após tocar no adversário.
Como no acidente de Schumacher na Inglaterra, em 99, o carro
de Burti penetrou entre os pneus,
mas ele não sofreu fratura -o
alemão quebrou a perna direita.
Levado ao centro médico do circuito e depois transferido a um
hospital de Liège (40 quilômetro
de Spa), Burti fez radiografias e
tomografia computadorizada,
que revelaram uma pequena hemorragia interna na cabeça do piloto. "Não é nada preocupante",
disse Valerie Papin, assessora de
imprensa da Prost Grand Prix.
O brasileiro sofreu ainda alguns
hematomas no rosto.
O resgate foi acompanhado por
Alex Dias Ribeiro, brasileiro, ex-piloto de F-1 e condutor do carro
médico da FIA (entidade máxima
do automobilismo). Ribeiro guardou o capacete de Burti.
"Ele estava inconsciente. Mas
assim que os médicos começaram
a mexer nele, acordou e começou
a brigar com todo mundo. Foi um
bom sinal", relatou. "O capacete
estava rachado na frente, todo detonado", disse Ribeiro.
Sedado por três horas, Burti
despertou ontem à noite e fará
exames hoje. Antes de voltar a
dormir, falou com o amigo Rubens Barrichello, que o visitou. "O
capacete estava mais estragado do
que ele", contou o ferrarista.
A demora na divulgação de notícias esfriou a comemoração de
Schumacher e ofuscou, num primeiro momento, a importância
histórica da corrida. A vitória foi a
52ª do alemão. Nunca ninguém
havia vencido tanto. Nunca houve
piloto como Schumacher.
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