São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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Dunga coloca o quarteto de Parreira em 2º plano

Após "esquecer" Adriano e Ronaldo, técnico desdenha de Ronaldinho e Kaká

Gaúcho prestigia time que jogou contra a Noruega e põe milanista na equipe reserva em treino para jogo de hoje contra a Argentina


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

O treino da seleção brasileira ontem à tarde, em Londres, mostrou que a filosofia do técnico Dunga contra privilégios e astros intocáveis está em ação.
Metade do quadrado mágico de Carlos Alberto Parreira (Adriano e Ronaldo) continua sendo ignorada, e a outra, que foi convocada pela primeira vez -Ronaldinho e Kaká-, não deve ser titular ante a Argentina.
O time que iniciou o treino para o amistoso foi o mesmo que atuou na primeira partida do técnico à frente da seleção, no 1 a 1 contra a Noruega.
"Estamos mantendo a coerência. Temos que reconquistar a confiança do torcedor, e cada atleta tem que reconquistar seu espaço, depois de tudo o que aconteceu na Copa", disse ele, que não levou Kaká e Ronaldinho para o jogo em Oslo.
Ronaldinho não participou do coletivo de ontem por estar contundido, mas Dunga, fiel à tese dos "22 astros", já indicou que ele não é indispensável.
Já Kaká começou o treino entre os reservas. Só na metade das atividades ele passou para o time titular, no lugar de Daniel Carvalho, o autor do gol brasileiro contra os escandinavos.
Na chegada da seleção ao estádio, o astro do Milan, geralmente solícito, passou sem falar com a imprensa brasileira, mas parou em frente aos repórteres internacionais.
Questionado sobre como Kaká aceitou a reserva, Dunga enfatizou que "a seleção é a estrela". "Convocamos 22 jogadores, e ele tem tanta chance de jogar quanto os demais. Se alguém é barrado e reage a isso, não está respeitando os companheiros."
Dunga disse que, se jogarem, Ronaldinho e Kaká terão posições mais próximas das que jogam nos clubes, ao contrário do que ocorreu no time de Parreira, quando atuaram como meias abertos nas laterais, com responsabilidade de marcar.
"Conversamos sobre os problemas que tiveram na Copa em termos de posicionamento e estamos tentando aproximá-los de suas funções nos clubes", disse ele, que comparou o jogo de hoje com uma final de Copa.
Pelo lado argentino, que treinou com portões fechados, o técnico Alfio Basile faz mistério sobre a escalação. Mas a tendência é que Tevez e Messi sejam escalados no ataque. "É um jogo especial", disse Messi.
Já Tevez atacou os cartolas corintianos, culpando-os por sua saída do clube. E disse que no West Ham, seu novo clube, conseguirá ter ritmo de jogo.


NA TV - Brasil x Argentina Globo, ao vivo, às 12h

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