Após perdas, líder do Brasileiro contrata pouco e fica inferiorizado com relação a seus rivais, que têm grupos maiores

Contra o Santa Cruz, hoje, Muricy Ramalho recorre a atletas em baixa e a júnior para superar desfalques e manter vantagem no topo

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No início do ano, cartolas são-paulinos repetiam que montariam um elenco de 22 titulares para disputar a Libertadores e o Brasileiro. Depois do meio de temporada, porém, o São Paulo -que hoje pega o lanterna Santa Cruz, no Recife- tem um grupo menor do que os dos seus rivais.
Prova disso é o trabalho que o técnico Muricy Ramalho terá para escalar o time que entra em campo no Arruda às 18h10. Os são-paulinos, líderes, iniciaram a rodada quatro pontos à frente de Santos e Grêmio.
Com três desfalques -Danilo, Mineiro e Leandro-, ele terá de usar jogadores em má fase. Listados no site do clube, o São Paulo tem 25 jogadores no elenco. Dois deles, o zagueiro André Dias e o goleiro Bruno, não estão em condições de serem utilizados. No Corinthians, são 32 atletas no grupo. No Palmeiras, 34 jogadores. E o Santos conta com 28.
As relações são baseadas nos sites. Há outros inscritos na CBF em condições de jogar.
A diferença explica-se pela movimentação dos clubes no meio da temporada.
Os são-paulinos perderam Lugano, Denílson, Lima e Ricardo Oliveira, este com passagem curta no clube. De novidade, só o zagueiro Miranda.
No Corinthians, houve saídas, mas chegarão Magrão, Amoroso e César. O Palmeiras contratou cinco, entre eles Dininho e Valdívia. E o Santos fechou com Zé Roberto e outros.
"O São Paulo não pára de contratar, continuamos atrás de oportunidades", avisa o diretor de futebol são-paulino, João Paulo de Jesus Lopes.
O dirigente minimiza as perdas de jogadores, mas o clube tenta um atacante e um meia.
O ataque é o setor mais fragilizado. Após a Copa do Mundo, os quatro atacantes, Alex Dias, Aloísio, Thiago e Leandro, marcaram, juntos, quatro gols em 16 partidas. A média é de somente 0,25 por jogo.
"Tentamos várias coisas [contratações], mas não deram certo", diz Muricy. "Temos de trabalhar no dia-a-dia com os atacantes que estão aqui para que voltem a ser como no início do ano", analisa o treinador.
Alex Dias e Thiago são os principais alvos do técnico, que os fez treinar finalizações nos últimos dias. Sem opção, levará o júnior Thadeu para o banco.
"Quando não jogamos ou não fazemos gol, a cobrança vai acontecer", declara Thiago, que deve ser titular hoje.
Diante das dificuldades, Muricy até mudou o esquema, do 3-5-2 para o 3-6-1. Gostou da atuação no 1 a 1 com o Fortaleza, mas, sem Danilo, não pode repetir a dose. E segue trabalhando com limitações.