Técnico do Corinthians, que pode deixar a zona da degola se bater a Ponte Preta, não esconde satisfação com saída de argentinos

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após três semanas no cargo, o técnico Emerson Leão diz ter despertado sua voz de comando nos jogadores. Hoje, contra a Ponte Preta, às 18h10, no Pacaembu, ele afirma que terá em campo um time obediente e que o "caminho natural" é subir para se livrar do rebaixamento, que chama de "coisa feia".
"O trabalho está sendo bem feito. Se pensarmos naquilo que estava e naquilo que está, acho que o ambiente está muito bom. Hoje é possível dar uma ordem e ser obedecido", disse o treinador, que não esconde a satisfação pela saída dos argentinos Tevez e Mascherano, a quem não conseguiu controlar.
Os antecessores dele não conseguiram conter os problemas de relacionamento do elenco. Pior: dois deles, Antônio Lopes e Geninho, foram boicotados pelos atletas e acabaram pedindo demissão.
Leão, que prometeu domar o grupo quando chegou, tem falado maravilhas de seus comandados. E ouvido elogios.
"Até agora ele tem sido honesto conosco. E é assim que as coisas funcionam", diz o capitão Betão, que ganhou a braçadeira tirada de Tevez.
O otimismo de Leão é, segundo ele, respaldado por seus resultados. Em cinco jogos sob o comandado dele, os corintianos venceram três, empataram um e perderam outro.
"Se continuarmos nesse ritmo, terminaremos de maneira bem aceitável. Agora a confiança é maior do que a desconfiança", acredita o treinador.
Para deixar a zona de descenso no Brasileiro, Leão prega mais equilíbrio. Explica-se: sua equipe tem sete vitórias no torneio, quatro a menos que o líder São Paulo, mas é a que mais perdeu: 12 vezes. A gangorra, na visão dos corintianos, é a responsável pelo longo período (12 rodadas) entre os quatro piores da competição.
"Nós temos de diminuir o número de derrotas. Se você não tem num dia, por um problema ou outro, capacidade de vencer, você tem que ter pelo menos a capacidade de não perder. É isso que estamos passando para eles", analisou o técnico, cuja equipe empatou apenas duas vezes no Nacional.
"O que eu posso afirmar é que, com a dedicação desses jogadores, o caminho natural das coisas é subir. Nós já subimos, e só não alcançamos o nível desejado de tão baixo que estávamos", continuou Leão.
Hoje, o Corinthians deve seguir com o esquema 4-5-1, mas com avanço de seus meias, Carlos Alberto, Roger e Rosinei, que devem atuar próximos de Rafael Moura na frente. O volante Rafael Fefo, bastante elogiado por Leão após o 1 a 0 no São Caetano, no ABC, pode continuar entre os titulares.
Os dois zagueiros serão Marinho e Betão. Dessa forma, Marcus Vinícius, que vinha sendo titular no esquema com três zagueiros, será reserva.
Na lateral esquerda, Rubens Júnior deve continuar na equipe, já que Gustavo Nery continua lesionado. A paciência de Leão com o jogador, porém, está no limite. Ele tem dito que Nery não está com vontade de atuar. O jogador, que pertence à MSI, já manifestou desejo de deixar o clube semanas atrás, mas não acertou a ida para o futebol turco, como desejava.