São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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Sonecas de 20 minutos são ideais

DA REPORTAGEM LOCAL

Para agüentar longas corridas de aventura ou travessias em barcos, especialistas em sono indicam sonecas por intervalos múltiplos de 20 minutos para que todas as fases do sono sejam atingidas.
"Em um tempo diferente disso, o atleta pode acordar feito cachorro em mudança", diz Hanna Karen Antunes, da Unifesp.
Fora desses períodos, durante as provas, os atletas desenvolvem técnicas para cochilar. Um artifício é se "amarrar" ao colega e dormir na caminhada ou em um trecho de remo. Alguns usam cafeína.
Mesmo assim, muitos cedem ao sono.
"Já dormi na bicicleta, passei uma bifurcação e me perdi. Também já acordei várias vezes no chão", diz Rafael Campos.
Os efeitos psicológicos das corridas de aventura também são severos. E, muitas vezes, os exercícios e a falta de sono podem provocar situações curiosas no organismo.
"Em uma corrida, uma garota torceu o pé feio e não podia ser tratada direito", afirma Hanna.
Diante da atleta aos prantos, a pesquisadora sacou um comprimido de vitamina B, sua arma para se proteger dos insetos.
"Falei que aquele era um remédio potente e que ela não teria dor por 14 horas, tempo que, calculei, estaríamos em um lugar mais seguro", diz Hanna.
Após trechos de bicicleta e mais alguns de remo, a atleta deixou o barco sambando e agradecida pelo "remédio milagroso".
Devido às altas exigências das corridas de aventura, especialistas alertam que os aspirantes a atletas têm de ter cautela.
O competidor precisa se dedicar a corrida, ciclismo, remo, técnicas de descida vertical e orientação por bússolas. E ter acompanhamento profissional. "Há corridas mais curtas, para iniciantes, de cinco a oito horas, que podem ficar longas porque as pessoas se perdem muito", diz o técnico Aulus Sellmer.
Em corridas e pedaladas, os treinos devem ocorrer de três a quatro vezes por semana. No remo, pelo menos uma vez, além de musculação.
Quase nenhum aventureiro do país vive só do esporte, o que dificulta a preparação. Eles treinam cerca de duas horas por dia. Nos fins de semana, aumentam a carga. "É o lazer deles", diz Sellmer. (ML)


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