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Sonecas de 20 minutos são ideais
DA REPORTAGEM LOCAL
Para agüentar longas
corridas de aventura ou
travessias em barcos, especialistas em sono indicam sonecas por intervalos múltiplos de 20 minutos para que todas as fases
do sono sejam atingidas.
"Em um tempo diferente disso, o atleta pode
acordar feito cachorro em
mudança", diz Hanna Karen Antunes, da Unifesp.
Fora desses períodos,
durante as provas, os atletas desenvolvem técnicas
para cochilar. Um artifício
é se "amarrar" ao colega e
dormir na caminhada ou
em um trecho de remo. Alguns usam cafeína.
Mesmo assim, muitos
cedem ao sono.
"Já dormi na bicicleta,
passei uma bifurcação e
me perdi. Também já
acordei várias vezes no
chão", diz Rafael Campos.
Os efeitos psicológicos
das corridas de aventura
também são severos. E,
muitas vezes, os exercícios
e a falta de sono podem
provocar situações curiosas no organismo.
"Em uma corrida, uma
garota torceu o pé feio e
não podia ser tratada direito", afirma Hanna.
Diante da atleta aos
prantos, a pesquisadora
sacou um comprimido de
vitamina B, sua arma para
se proteger dos insetos.
"Falei que aquele era
um remédio potente e que
ela não teria dor por 14 horas, tempo que, calculei,
estaríamos em um lugar
mais seguro", diz Hanna.
Após trechos de bicicleta e mais alguns de remo, a
atleta deixou o barco sambando e agradecida pelo
"remédio milagroso".
Devido às altas exigências das corridas de aventura, especialistas alertam
que os aspirantes a atletas
têm de ter cautela.
O competidor precisa se
dedicar a corrida, ciclismo,
remo, técnicas de descida
vertical e orientação por
bússolas. E ter acompanhamento profissional.
"Há corridas mais curtas,
para iniciantes, de cinco a
oito horas, que podem ficar longas porque as pessoas se perdem muito", diz
o técnico Aulus Sellmer.
Em corridas e pedaladas, os treinos devem
ocorrer de três a quatro
vezes por semana. No remo, pelo menos uma vez,
além de musculação.
Quase nenhum aventureiro do país vive só do esporte, o que dificulta a preparação. Eles treinam cerca de duas horas por dia.
Nos fins de semana, aumentam a carga. "É o lazer
deles", diz Sellmer.
(ML)
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