São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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FUTEBOL

A decadência do Milan


Sem presidente, sem técnico de ponta, sem craque em boa fase, com 15 atletas trintões, com rivais ascendentes...


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O MILAN foi campeão europeu e mundial há dois anos, mas ali seus diversos problemas atuais já começavam a aparecer.
Começando pelo topo, Silvio Berlusconi foi se afastando aos poucos no comando do clube. Hoje, oficialmente, o Milan não tem presidente.
Adriano Galliani é vice, com muito mais poder que Paolo Berlusconi, outro vice, mas sem a força do político italiano que não sai do noticiário neste ano por conta de aventuras amorosas (melhor seria para o Milan se fosse por suas investidas em craques, como nos anos 80, 90 e 00).
Carlo Ancelotti recebia mais críticas fora da Itália do que no país do calcio, onde triunfou mesmo com elenco veterano. O técnico saiu, mas ficou um grupo com 15 jogadores "trintões", e a esperança (?#@) Ronaldinho completará 30 em março.
Leonardo, boa gente e educado, vai à beirada do campo, mas quem risca o time é o vice-treinador, Mauro Tassotti (parece a Alemanha na Copa-06, com Klinsmann pulando e Joachim Löw desenhando o time). A pré-temporada foi pobre em resultados. Na estreia no Italiano, uma vitória contra o Siena deu a impressão de que Ronaldinho e o Milan entrariam nos eixos. Vem o derby e a segunda maior goleada sofrida ante a rival na história. Gattuso bate como de costume e brada contra o banco como não está acostumado. Bom, Seedorf se arrumava calmamente para entrar em seu lugar ao lado do calmo Leonardo. O técnico (?) é admirado pelos torcedores "por sua simpatia e inteligência, dentro e fora de campo", como diz o site do Milan, onde é possível ver os métodos de trabalho do comandante (!).
O que o Milan fez após a vergonha de domingo? Mais de 48 horas de repouso, exercício de posse de bola, ataque x defesa (7 x 6 jogadores), partida com dois times de sete atletas, ataque x defesa (10 x 8 jogadores) e "jogo" em metade do campo com nove atletas em cada equipe.
O Milan considerou a goleada como algo "anormal", mas sabe que o seu máximo no Italiano é o terceiro lugar. Aliás, não será surpresa se essa for a posição do time em seu grupo na Copa dos Campeões. O Olympique de Marselha, algoz em 1993, reforçou-se e irá complicar a vida rubro-negra já na estreia, no dia 15.
Há mais de 20 anos o Milan é sinônimo de seleção. Agora são "só" seis convocados para seleções adultas: Pirlo e Zambrotta (Itália em crise), Jankulovski (República Tcheca decadente), Huntelaar (Holanda que não dá mais show) e Onyewu (EUA) e Kaladze (Geórgia), sinal dos tempos. Na segunda, no San Siro, haverá jogo beneficente entre veteranos de Milan e Real Madrid. O Milan terá Ancelotti, Baggio, Baresi, Boban, Costacurta, Donadoni, Evani, Galli, Lentini, Rossi, Simone, Tassotti, Van Basten e Weah, entre outros, como Leonardo, que jogará, e Arrigo Sacchi, que treinará. Bons tempos!

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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