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Castro Neves é acusado de crimes fiscais nos EUA
Piloto e irmã podem ficar até 35 anos na prisão se condenados pela Justiça
Promotoria americana acusa bicampeão das 500 Milhas de sonegar impostos e usar empresa offshore no Panamá para burlar fisco
DA REPORTAGEM LOCAL
Bicampeão das 500 Milhas
de Indianápolis, o piloto brasileiro Hélio Castro Neves foi
processado por fraudar o governo dos EUA em US$ 5,55
milhões (cerca de R$ 10,6 milhões) em impostos. Katiucia,
sua irmã, e seu advogado, Alan
Miller, também são réus.
Eles agora serão julgados.
O piloto da Indy e a irmã ainda foram denunciados por outros seis crimes de evasão fiscal
entre os anos de 1999 a 2004.
Caso sejam condenados em
todas as acusações, Castro Neves, que mora em Miami desde
1997, e Katiucia, residente desde 1999 e que trabalhava como
empresária do irmão, podem
pegar até 35 anos de prisão
-cinco pela tentativa de fraudar o governo e cinco para cada
um dos anos de evasão. Ambos
são cidadãos americanos.
Miller, que foi acusado em
três dos seis anos, pode pegar
no máximo 20 anos de prisão.
Pela denúncia, os irmãos e
Miller usavam uma offshore no
Panamá, chamada Seven Promotions, para receber boa parte do salário que Castro Neves
ganhava como piloto e driblar o
fisco norte-americano.
Por três anos, Castro Neves
recebeu US$ 6 milhões da
Penske e de outros contratos,
mas só reportou US$ 1 milhão
em sua declaração de renda.
O esquema usado pelo piloto,
sua irmã e o advogado, desviou
mais de US$ 5 milhões, em um
plano que fazia a Penske depositar seu salário em empresa na
Holanda para não pagar taxas.
Pelas acusações da Promotoria americana, Katiucia ajudou
a forjar declarações de renda
falsas e transferiu dinheiro para uma conta na Suíça.
Segundo a denúncia, divulgada ontem na Flórida, Castro
Neves ainda teria recebido US$
600 mil em contratos de patrocínio com a empresa brasileira
de importação e exportação
Coimex Internacional S/A, mas
só declarou U$ 50 mil.
"Usar offshores para evadir
divisas é crime", afirmou Doug
Shulman, agente do IRS (a Receita Federal dos EUA).
"Contribuintes, grandes ou
pequenos, famosos ou não, precisam saber das severas conseqüências de usar offshores, como ir para a prisão, devolver todos os impostos e serem tachados de criminosos pelo resto da
vida", disse Nathan Hochman,
assistente da Promotoria.
A investigação contou com a
colaboração do Ministério Público Federal em São Paulo e da
Polícia Federal brasileira.
Hoje, os três réus devem se
apresentar à Corte Federal
Americana em Miami.
A reportagem tentou entrar
em contato com o piloto e sua
irmã, mas o celular de ambos
estava na caixa postal.
Com agências internacionais
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