São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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Castro Neves é acusado de crimes fiscais nos EUA

Piloto e irmã podem ficar até 35 anos na prisão se condenados pela Justiça

Promotoria americana acusa bicampeão das 500 Milhas de sonegar impostos e usar empresa offshore no Panamá para burlar fisco


DA REPORTAGEM LOCAL

Bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis, o piloto brasileiro Hélio Castro Neves foi processado por fraudar o governo dos EUA em US$ 5,55 milhões (cerca de R$ 10,6 milhões) em impostos. Katiucia, sua irmã, e seu advogado, Alan Miller, também são réus.
Eles agora serão julgados.
O piloto da Indy e a irmã ainda foram denunciados por outros seis crimes de evasão fiscal entre os anos de 1999 a 2004.
Caso sejam condenados em todas as acusações, Castro Neves, que mora em Miami desde 1997, e Katiucia, residente desde 1999 e que trabalhava como empresária do irmão, podem pegar até 35 anos de prisão -cinco pela tentativa de fraudar o governo e cinco para cada um dos anos de evasão. Ambos são cidadãos americanos.
Miller, que foi acusado em três dos seis anos, pode pegar no máximo 20 anos de prisão.
Pela denúncia, os irmãos e Miller usavam uma offshore no Panamá, chamada Seven Promotions, para receber boa parte do salário que Castro Neves ganhava como piloto e driblar o fisco norte-americano.
Por três anos, Castro Neves recebeu US$ 6 milhões da Penske e de outros contratos, mas só reportou US$ 1 milhão em sua declaração de renda.
O esquema usado pelo piloto, sua irmã e o advogado, desviou mais de US$ 5 milhões, em um plano que fazia a Penske depositar seu salário em empresa na Holanda para não pagar taxas.
Pelas acusações da Promotoria americana, Katiucia ajudou a forjar declarações de renda falsas e transferiu dinheiro para uma conta na Suíça.
Segundo a denúncia, divulgada ontem na Flórida, Castro Neves ainda teria recebido US$ 600 mil em contratos de patrocínio com a empresa brasileira de importação e exportação Coimex Internacional S/A, mas só declarou U$ 50 mil.
"Usar offshores para evadir divisas é crime", afirmou Doug Shulman, agente do IRS (a Receita Federal dos EUA).
"Contribuintes, grandes ou pequenos, famosos ou não, precisam saber das severas conseqüências de usar offshores, como ir para a prisão, devolver todos os impostos e serem tachados de criminosos pelo resto da vida", disse Nathan Hochman, assistente da Promotoria.
A investigação contou com a colaboração do Ministério Público Federal em São Paulo e da Polícia Federal brasileira.
Hoje, os três réus devem se apresentar à Corte Federal Americana em Miami.
A reportagem tentou entrar em contato com o piloto e sua irmã, mas o celular de ambos estava na caixa postal.

Com agências internacionais



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