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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
A coragem venceu o brilho
NENHUM dos times de
Luxemburgo foi
campeão jogando
com três zagueiros. Daí que,
no jogo-chave para vencer fora de casa e tentar reassumir a
liderança, o desfalque de Roque Júnior foi providencial. E,
para quem não atura o meia
Evandro, o passe preciso para
o gol de Kléber, no primeiro
minuto, serviu para lembrar
que o time assim, com Evandro, Diego Souza, Kléber e
Alex Mineiro, jogou quatro
vezes e venceu todas. O primeiro tempo ontem foi assim.
Para o Santos, a importância do jogo era diferente. Valia
menos pela classificação,
mais pelo futuro do técnico
Márcio Fernandes. Luxemburgo se sente em casa na Vila
Belmiro, perto do presidente
Marcelo Teixeira e de uma
parte dos conselheiros que
gostaria de tê-lo de volta, em
2009. Márcio Fernandes não
falava da pressão de vencer o
antigo chefe. "O jogo é importante por ser um clássico, não
por ser contra Luxemburgo."
Também não se referia a
Luxemburgo como seu mestre. "Não copio ninguém, embora use referências de todos
os técnicos com quem trabalhei." À boca pequena, todos
sabiam na Vila que um bom
resultado lhe daria tranqüilidade para entrar 2009 sem o
fantasma de Luxemburgo.
O prestígio de Luxemburgo
em Santos existe por causa de
jogos em que teve a coragem
do primeiro tempo de ontem.
Martinez como zagueiro puro, sem proteção de um terceiro zagueiro, com Evandro
ajudando na criação, saindo
para jogar com Diego Souza.
Para compensar, o Palmeiras teve Élder Granja mais
preso. Leandro só foi ao fundo
aos 26min do segundo tempo.
Significava a mesma dificuldade para jogar pelos lados do
campo das últimas partidas.
Bolas perdidas pelo meio viravam pressão santista.
O segundo tempo começou
com o Palmeiras defendendo
a vantagem, como disse Sandro Silva, substituto de Evandro. "Entro para ajudar na
marcação." Depois de 18 minutos, Denílson entrou, e o
Palmeiras começou a jogar
pela esquerda, também com
Leandro. Podia ter perdido o
jogo, num dos inúmeros contra-ataques desperdiçados
por Kléber Pereira. Venceu
num dos raros avanços de
Leandro. A quinta vitória como visitante era fundamental
para lutar pelo título. Por causa dela, o Palmeiras está vivo.
ACIMA DA MÉDIA
Athirson ganhou o duelo
com Leonardo Moura, anteontem, no Maracanã. Perto do fim da carreira, o lateral que atuou pelo Flamengo
e pelo Santos vive sua melhor fase desde o vice da Copa do Brasil, em 2003. Mérito de Estevam Soares, que
escalou três zagueiros para
que Athirson jogue solto.
PRESTE ATENÇÃO
Se você é daqueles que julgam Maicon um lateral
ruim, força física demais para atuar do lado direito da seleção brasileira, saiba que cada vez mais os italianos pensam diferente. E têm razão
para isso. Maicon está jogando muito pela Internazionale e marcou um golaço contra a Reggina, anteontem.
DONO DO TIME
A fase final do campeonato de Hernanes é extraordinária. Contra o Internacional, no Morumbi, o volante são-paulino ganhou de longe a batalha contra o argentino Guiñazú, apontado pelo técnico Muricy Ramalho como um
dos melhores do Campeonato Brasileiro. Sofreu a falta
que resultou no gol do atacante Borges, armou, finalizou,
indicou o caminho. A equipe gaúcha reclamou da falta de
posse de bola. Foi o São Paulo quem a impediu.
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