São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2008

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

A coragem venceu o brilho

NENHUM dos times de Luxemburgo foi campeão jogando com três zagueiros. Daí que, no jogo-chave para vencer fora de casa e tentar reassumir a liderança, o desfalque de Roque Júnior foi providencial. E, para quem não atura o meia Evandro, o passe preciso para o gol de Kléber, no primeiro minuto, serviu para lembrar que o time assim, com Evandro, Diego Souza, Kléber e Alex Mineiro, jogou quatro vezes e venceu todas. O primeiro tempo ontem foi assim.
Para o Santos, a importância do jogo era diferente. Valia menos pela classificação, mais pelo futuro do técnico Márcio Fernandes. Luxemburgo se sente em casa na Vila Belmiro, perto do presidente Marcelo Teixeira e de uma parte dos conselheiros que gostaria de tê-lo de volta, em 2009. Márcio Fernandes não falava da pressão de vencer o antigo chefe. "O jogo é importante por ser um clássico, não por ser contra Luxemburgo."
Também não se referia a Luxemburgo como seu mestre. "Não copio ninguém, embora use referências de todos os técnicos com quem trabalhei." À boca pequena, todos sabiam na Vila que um bom resultado lhe daria tranqüilidade para entrar 2009 sem o fantasma de Luxemburgo.
O prestígio de Luxemburgo em Santos existe por causa de jogos em que teve a coragem do primeiro tempo de ontem. Martinez como zagueiro puro, sem proteção de um terceiro zagueiro, com Evandro ajudando na criação, saindo para jogar com Diego Souza.
Para compensar, o Palmeiras teve Élder Granja mais preso. Leandro só foi ao fundo aos 26min do segundo tempo. Significava a mesma dificuldade para jogar pelos lados do campo das últimas partidas. Bolas perdidas pelo meio viravam pressão santista.
O segundo tempo começou com o Palmeiras defendendo a vantagem, como disse Sandro Silva, substituto de Evandro. "Entro para ajudar na marcação." Depois de 18 minutos, Denílson entrou, e o Palmeiras começou a jogar pela esquerda, também com Leandro. Podia ter perdido o jogo, num dos inúmeros contra-ataques desperdiçados por Kléber Pereira. Venceu num dos raros avanços de Leandro. A quinta vitória como visitante era fundamental para lutar pelo título. Por causa dela, o Palmeiras está vivo.

ACIMA DA MÉDIA
Athirson ganhou o duelo com Leonardo Moura, anteontem, no Maracanã. Perto do fim da carreira, o lateral que atuou pelo Flamengo e pelo Santos vive sua melhor fase desde o vice da Copa do Brasil, em 2003. Mérito de Estevam Soares, que escalou três zagueiros para que Athirson jogue solto.

PRESTE ATENÇÃO
Se você é daqueles que julgam Maicon um lateral ruim, força física demais para atuar do lado direito da seleção brasileira, saiba que cada vez mais os italianos pensam diferente. E têm razão para isso. Maicon está jogando muito pela Internazionale e marcou um golaço contra a Reggina, anteontem.

DONO DO TIME
A fase final do campeonato de Hernanes é extraordinária. Contra o Internacional, no Morumbi, o volante são-paulino ganhou de longe a batalha contra o argentino Guiñazú, apontado pelo técnico Muricy Ramalho como um dos melhores do Campeonato Brasileiro. Sofreu a falta que resultou no gol do atacante Borges, armou, finalizou, indicou o caminho. A equipe gaúcha reclamou da falta de posse de bola. Foi o São Paulo quem a impediu.


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