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São Paulo derrota Inter, vira líder e ouve "é campeão"
Diante de 54 mil torcedores, equipe de Muricy chega a 62 pontos e assume ponta pela primeira vez no campeonato
São Paulo 3
Internacional 0
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O calendário aponta a rodada
derradeira do Brasileiro para o
dia 7 de dezembro. Mas ontem,
em pleno Dia de Finados, a torcida são-paulina deixou o Morumbi com a certeza de que, pelo terceiro ano seguido, o título
está muito bem encaminhado.
Aos gritos de "é campeão", o
São Paulo assumiu pela primeira vez a liderança do Nacional, a
cinco rodadas do seu término.
Os 3 a 0 sobre o Internacional levaram o time aos 62 pontos e mantiveram sua marcha
galopante. Agora, já são 13 partidas sem saber o que é perder.
"O que tínhamos na cabeça
era fazer a nossa parte. Fizemos", afirmou Dagoberto.
Para o atacante Borges, o time conquistou com louvor o
topo da tabela e precisa apenas
administrar com sabedoria a
pressão de ser o primeiro colocado. "Agora é trabalhar com
inteligência. Viver o cotidiano e
saber que estamos somente a
um ponto à frente do Palmeiras, que é o segundo colocado."
De acordo com Muricy Ramalho, o ritmo de trabalho não
tem muito o que mudar. "Agora
é treinar mais, concentrar mais
e cobrar mais. O que vou querer
dos jogadores é o algo a mais."
Ao contrário dos últimos adversários que enfrentou no
Morumbi, o São Paulo viu o Inter jogar de igual para igual.
Numa partida em ritmo acelerado, os donos da casa aumentaram a pressão e, aos
19min, carimbaram a trave.
O Inter ainda assustou Rogério com uma bomba de Walter
em contra-ataque. Mas, com o
apoio de sua torcida, que lotou
ontem o Morumbi, o São Paulo
passou a sufocar os gaúchos.
O gol saiu numa jogada típica
de bola na área, aos 30min. Jorge Wagner levantou, Miranda
desviou, e Borges apareceu para aproveitar o rebote do goleiro Lauro e marcar 1 a 0.
A derrota parcial do Grêmio
para o Figueirense e a vantagem conquistada com o tento
de Borges fizeram a torcida
transformar o Morumbi em um
caldeirão. E nem o empate gremista esfriou os são-paulinos.
O São Paulo ainda perdeu outra chance de ampliar com Borges, mas, ao final da primeira
etapa, o time diminuiu o ritmo
e administrou o 1 a 0.
"Temos de manter essa pegada na marcação para tentar definir logo", afirmou Zé Luis.
O Inter voltou com Rosinei
no time em lugar do lateral-direito Ângelo para ameaçar mais
o São Paulo. A mudança fez os
visitantes pressionarem no ataque até que um erro de passe
definiu a vitória tricolor.
Dagoberto roubou a bola no
meio-campo, invadiu a área e
deu um leve toque por baixo da
bola para assinalar 2 a 0.
Os gritos de "é campeão" voltaram a ganhar as arquibancadas. Dono do jogo, coube ao São
Paulo cadenciar o ritmo à espera de mais um contra-ataque.
A partida ganhou outro perfil. O São Paulo passou a valorizar a posse de bola. O técnico
Tite escalou Andrezinho para
melhorar o ataque do Inter,
mas a boa marcação são-paulina não permitiu que o goleiro
Rogério fosse ameaçado.
Pressionado, o Inter acabou
dando espaços na sua defesa e
levou ainda o terceiro gol.
Hugo mandou, de esquerda,
a bola no travessão e, ele mesmo, aproveitou o rebote para,
de cabeça, fazer 3 a 0. A comemoração veio em forma de homenagem a Felipe Massa, com
o jogador simulando estar dirigindo um carro nos festejos.
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