São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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Nuzman foge de crítico em audiência no Senado

Superintendente do COB é inquirido no DF no lugar de presidente de comitê

Membro de entidade, mas opositor da atual gestão, Alberto Murray aproveita plataforma para questionar utilização de verba pública


EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, alegou compromisso para abandonar audiência pública no Senado após breve apresentação em Brasília, ontem. Na reunião, foram discutidos os resultados do Brasil na Olimpíada de Pequim e os recursos públicos ao esporte.
A atitude de Nuzman, classificada de ""incomum" e de ""deselegante", provocou mal-estar entre os senadores. Alberto Murray Neto, integrante do COB e crítico da atual gestão, que também se apresentou, aproveitou para declarar publicamente que ""sabia que ele [Nuzman] ia ficar com medo".
Segundo a Folha apurou, Nuzman questionou o convite a Murray Neto a membros da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Ao ouvir confirmação de que o colega, que põe em dúvida licitações e convênios da entidade, participaria da reunião, pediu que sua apresentação fosse logo a primeira.
O assessor de Nuzman que estava em Brasília ontem não respondeu à ligação da reportagem até o fechamento da edição para falar do tema. Ao serem informados por Nuzman de que ele teria de se ausentar devido a ""compromisso" e que o COB responderia depois às questões dos senadores, vários protestaram. A audiência estava marcada havia semanas.
Foi o caso de João Pedro (PT-AM), que formulara questão a Nuzman, e os autores do requerimento da audiência, Marisa Serrano (PSDB-MS) e Sérgio Zambiasi (PDT-RS).
Afinal, argumentaram, não é normal a figura principal da audiência ir embora. A idéia seria aproveitar sua presença para dirimir as dúvidas ""in loco". ""E agora, quem é que vai responder às nossas dúvidas pelo comitê?", questionou Pedro.
Murray Neto aproveitou para também alegar compromisso e antecipar sua apresentação. Foi uma estratégia para preservar o impacto -falou em terceiro, após Djan Madruga, secretário nacional de alto rendimento do Ministério do Esporte, que representou a pasta.
O superintendente-executivo de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire, que havia saído com Nuzman e voltara para acompanhar a reunião, detectado por senadores e pelo secretário da comissão, foi então chamado para compor a mesa.
Representou o comitê na segunda metade da audiência, quando os senadores fizeram perguntas. Seu contraponto foi Murray Neto, que seguiu atacando o COB. À argumentação do dirigente, de que o legado do Pan foi a capacitação de pessoal para grandes eventos, contrapôs o fato de que o CO-Rio e Comitê Rio-16 contrata muitas consultorias estrangeiras.


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